sexta-feira, 31 de agosto de 2007

Auto-Estima Para Cristãos?


Crianças e adultos precisam realmente de auto-estima? A baixa auto-estima conduz a sérios problemas na vida? Os pais deveriam se esforçar para desenvolver a auto-estima em seus filhos? A Bíblia incentiva a auto-estima? Muitos cristãos têm suposições sobre este assunto; mas, o que diz a Bíblia? O que dizem as pesquisas?


A gênese da auto-estima


O movimento da auto-estima tem seus fundamentos mais recentes na psicologia clínica, isto é, nas teorias da personalidade elaboradas por Wiliam James, Alfred Adler, Erich Fromm, Abraham Maslow e Carl Rogers, cujos seguidores popularizaram o movimento. Contudo, as raízes do movimento da auto-estima retrocedem aos primórdios da história humana.
Tudo começou no terceiro capítulo de Gênesis. Inicialmente, Adão e Eva tinham consciência de Deus, consciência um do outro, das coisas à sua volta e não de si próprios. A percepção de si mesmos era incidental e secundária na sua focalização em Deus e um no outro. Adão compreendia que Eva era osso dos seus ossos e carne de sua carne (comp. Gn 2.23), mas não estava consciente de si do mesmo modo que seus descendentes seriam. O ego não era problema até a queda.
Comer da árvore do conhecimento do bem e do mal não trouxe a sabedoria divina. Resultou, sim, em culpa, medo e na separação de Deus. Assim, quando Adão e Eva ouviram que Deus se aproximava, esconderam-se entre as árvores. Mas Deus os viu e perguntou: "Quem te fez saber que estavas nu? Comeste da árvore de que te ordenei que não comesses?" (Gn 3.11).


O ego pecaminoso


Adão e Eva responderam dando-nos o primeiro exemplo de autojustificação. Primeiro Adão culpou Eva e Deus, e então Eva culpou a serpente. O fruto do conhecimento do bem e do mal gerou o ego pecaminoso representado pelo amor-próprio, auto-estima, auto-aceitação, autojustificação, hipocrisia, auto-realização, autodifamação, autopiedade, e outras formas de autofocalização e egocentrismo.
Desse modo, o atual movimento da auto-etc. tem suas raízes no pecado de Adão e Eva. Através dos séculos, a humanidade continua a se deleitar na árvore do conhecimento do bem e do mal, que tem disseminado seus ramos do saber mundano, incluindo as vãs filosofias humanas e, mais recentemente, as filosofias "científicas" e a metafísica da psicologia moderna.
As fórmulas religiosas do valor-próprio, do amor-próprio e da auto-aceitação escorrem do tubo da televisão, fluem pelas ondas do rádio e seduzem através da publicidade. Do berço ao túmulo, os defensores do ego prometem a cura de todos os males da sociedade por meio de doses de auto-estima, valor-próprio, auto-aceitação e amor-próprio. E todo mundo, ou quase todos, repetem o refrão: "Você só precisa amar e aceitar a si próprio como você é. Você precisa se perdoar", e: "Eu só tenho de aceitar-me como sou. Eu mereço. Eu sou uma pessoa digna de amor, de valorização, de perdão."


A resposta cristã para o mundo


Como o cristão deve combater o pensamento do mundo, que exalta o ego e o coloca no centro como a essência da vida? Como o cristão deve ser fiel à ordem de nosso Senhor, de estar no mundo mas não ser do mundo? Ele pode adotar e adaptar-se à filosofia/psicologia popular de sua cultura, ou ele deve manter-se como quem foi separado por Deus e encarar sua cultura à luz da Palavra? Jesus disse: "Vinde a mim, todos os que estais cansados e sobrecarregados, e eu vos aliviarei. Tomai sobre vós o meu jugo e aprendei de mim, porque sou manso e humilde de coração; e achareis descanso para a vossa alma. Porque o meu jugo é suave, e o meu fardo é leve" (Mt 11.28-30).
Este é um convite para deixarmos o nosso próprio caminho, submetendo-nos a um jugo de humildade e servidão – com ênfase no jugo – num relacionamento de aprendizado e vida. Jesus fez Seu convite ao discipulado com palavras diferentes, mas para o mesmo relacionamento e o mesmo objetivo, quando disse: "Se alguém quer vir após mim, a si mesmo se negue, tome a sua cruz e siga-me. Porquanto, quem quiser salvar a sua vida perdê-la-á; e quem perder a vida por minha causa achá-la-á" (Mt 16.24-25).


Nenhum mandamento para amar a si próprio


Jesus não nos ordena que amemos a nós mesmos, mas que amemos a Deus e ao próximo. A Bíblia apresenta uma base para o amor completamente diferente daquilo que a psicologia humanista anuncia. Ao invés de promover o amor-próprio como a base para amarmos os outros, a Bíblia diz que o amor de Deus é a fonte verdadeira. O amor humano é misturado com o amor-próprio e, em última análise, pode estar em busca de seus próprios interesses. Mas o amor de Deus entrega a si mesmo. Portanto, quando Jesus convida Seus discípulos a negarem a si próprios e tomarem sobre si o Seu jugo e a Sua cruz, Ele os conclama a um amor que doa a si mesmo, não a um amor que satisfaz a si mesmo. Até o advento da psicologia humanista e de sua intensa influência na igreja, os cristãos geralmente consideravam a auto-estima como uma atitude pecaminosa.
Apesar da Bíblia não ensinar o amor-próprio, a auto-estima, o valor-próprio ou a auto-realização como virtudes, recursos ou objetivos, um grande número de cristãos de hoje têm sido enganado pelos ensinos pró-ego da psicologia humanista. Ao invés de resistirem à sedução do mundo, eles se submetem à cultura do mundo. Não somente eles não resistem à gigantesca onda do egocentrismo; como estão na crista da onda da auto-estima, da auto-aceitação e do amor-próprio. Na área do ego, dificilmente se pode perceber a diferença entre o cristão e o não-cristão, exceto que o cristão afirma ser Deus a fonte principal de sua auto-estima, auto-aceitação, auto-valorização e amor-próprio.


Através de slogans, bordões e textos bíblicos deturpados, muitos crentes professos seguem a onda existencial da psicologia humanista e estabelecem seu próprio sistema motivacional. Desse modo, qualquer crítica contra os ensinamentos do valor-próprio, amor-próprio e auto-estima é considerada, por isso mesmo, como prova de que se deseja que as pessoas sejam infelizes. Além do mais, qualquer crítica contra o movimento da auto-estima é vista como um perigo para a sociedade, já que a auto-estima é considerada como panacéia para seus males. Então se alguém, na igreja, não apóia completamente a teologia da auto-estima, é acusado de promover uma teologia desprezível.


Se há algo que o mundo e muitos na igreja têm em comum nos dias atuais, é a psicologia da auto-estima. Embora cristãos professos possam discordar em algumas das nuanças da auto-estima, auto-valorização, auto-aceitação, e mesmo em alguns dos pontos mais delicados de suas definições e de como elas são alcançadas, muitos têm reunido forças contra o que acreditam ser um inimigo terrível – a baixa auto-estima. Contudo, mesmo o mundo ainda não consegue justificar o incentivo da alta auto-estima pelos seus próprios métodos de pesquisa.


As pesquisas não apresentam justificativas em favor da auto-estima


Há alguns anos, o legislativo da Califórnia aprovou o projeto de criação da "Força-Tarefa Californiana para Desenvolver a Auto-Estima e a Responsabilidade Social e Pessoal". O legislativo reservou para o projeto 245.000 dólares ao ano durante três anos, num total de 735.000 dólares. O duplo título da Força-Tarefa foi realmente muito pretencioso.


Ninguém nunca conseguiu demonstrar que o estímulo à auto-estima está, de algum modo, ligado com a responsabilidade social e pessoal.


Nem se provou que todos aqueles que demonstram responsabilidade social e pessoal possuem auto-estima elevada.


Na verdade a auto-estima e a responsabilidade social e pessoal têm relação negativa e não positiva.


A Declaração do Objetivo da Força-Tarefa foi a seguinte:


Procurar determinar se a auto-estima e a responsabilidade social e pessoal são as chaves para descobrir os segredos do desenvolvimento humano sadio, de modo que consigamos atingir as causas e desenvolver soluções eficazes para os principais problemas sociais, fornecendo a cada californiano as mais recentes experiências e práticas quanto à importância da auto-estima e da responsabilidade social e pessoal.


A Força-Tarefa acreditava que apreciar a si mesmo e fortalecer a auto-estima reduziria "dramaticamente os níveis epidêmicos dos problemas sociais que enfrentamos atualmente".(2)
Há uma relação positiva entre a alta ou baixa auto-estima e a responsabilidade social e pessoal?
Com o objetivo de pesquisar esta relação, a Força-Tarefa estadual contratou oito professores da Universidade da Califórnia para examinar a pesquisa sobre a auto-estima e sua relação com as seis áreas seguintes:


1. Crime, violência e reincidência;


2. Abuso de drogas e álcool;


3. Dependência da Previdência Social;


4. Gravidez na adolescência;


5. Abusos sofridos por crianças e esposas;


6. Deficiência infantil no aprendizado escolar.


Sete dos professores pesquisaram as áreas acima e o oitavo resumiu os resultados, que foram publicados num livro intitulado The Social Importance of Self-Esteem (A Importância Social da Auto-Estima).(3) Esta pesquisa confirmou a relação entre a auto-estima e os problemas sociais?
David L. Kirk, colunista do jornal San Francisco Examiner, disse rudemente:
Esse... volume erudito, The Social Importance of Self-Esteem, resume todas as pesquisas sobre o assunto numa ridícula abordagem maçante de cientistas pretensiosos. Economize seus 40 dólares que o livro custa e conclua: Há pouquíssima evidência de que a auto-estima seja a causa de nossos males sociais. (ênfase acrescentada.)
Mesmo tendo procurado uma conexão entre a baixa auto-estima e o comportamento problemático, eles não puderam encontrar uma relação de causa e efeito. (Contudo, estudos mais recentes indicam uma clara relação entre o comportamento violento e a alta auto-estima.) Apesar disso, a fé na auto-estima não morre, e as escolas continuam a trabalhar para elevar a auto-estima.
Pior do que a continuação nos ensinamentos da auto-estima no mundo é a confiança que cristãos professos continuam a depositar nos ensinamentos da autovalorização e do amor a si próprios. Assim, o movimento secular da auto-estima não é um ataque frontal contra a Bíblia com linhas de batalha claramente demarcadas. Ao invés disso, é habilidosamente subversivo, e realmente não é obra de carne e sangue, mas dos principados e potestades, dos dominadores deste mundo tenebroso, das forças espirituais do mal nas regiões celestes, como Paulo diz em Efésios 6.12. Lamentável é que muitos cristãos não estão alertas para os perigos. Muitos mais do que podemos enumerar estão sendo sutilmente enganados por um outro evangelho: o evangelho do ego.


O amor bíblico


Jesus convida os Seus para um relacionamento de amor com Ele e de um para com o outro. A alegria dos Seus deve ser encontrada nEle, não em si mesmos. O amor vem de Seu amor por eles. Assim o amor deles, de um para o outro, não vem do amor-próprio e da auto-estima, tampouco aumenta a auto-estima. A ênfase está na comunhão, na frutificação e na prontidão para ser rejeitado pelo mundo. A identificação do crente está em Jesus ao ponto de sofrer e segui-lO até a cruz. Somente através da semântica forçada, da lógica violentada e da exegese ultrajada alguém pode querer demonstrar que a auto-estima é bíblica ou mesmo parte da tradição ou do ensino da igreja.


O foco do amor na Bíblia é para cima e para fora ao invés de ser para dentro. O amor é tanto uma atitude como uma ação de uma pessoa para com a outra. Embora o amor possa incluir sentimentos e emoções, ele é essencialmente uma ação determinada pela vontade para a glória de Deus e para o bem dos outros. Assim, quando Jesus disse: "Amarás, pois o Senhor, teu Deus de todo o teu coração, de toda a tua alma, de todo o teu entendimento e de toda a tua força" (Mc 12.30), Ele quis explicar que todo o nosso ser deve estar comprometido para amar e, portanto, agradar a Deus. O amor a Deus é expresso com um coração agradecido e determinado a fazer o que agrada a Ele de acordo com o que está revelado na Bíblia. Não se trata de um tipo de obediência mecânica, mas de um desejo para conformar-se à Sua graciosa vontade e de concordar que Deus é a fonte e o padrão para tudo que é certo e bom.


A segunda ordem é uma extensão ou expressão da primeira: "Amarás o teu próximo como a ti mesmo" (Mc 12.31). João acrescentou detalhes a respeito. Ele descreveu a seqüência do amor. Em contraste com os mestres do amor-próprio, que dizem que as pessoas não podem amar a Deus e aos outros até que amem a si mesmas, João diz que o amor começa em Deus e, então, se estende aos outros: "Nós amamos porque ele nos amou primeiro. Se alguém disser: Amo a Deus, e odiar a seu irmão, é mentiroso; pois aquele que não ama a seu irmão, a quem vê, não pode amar a Deus, a quem não vê. Ora, temos, da parte dele, este mandamento: que aquele que ama a Deus ame também a seu irmão" (1 Jo 4.19-21).
Deus nos amou primeiro, o que nos capacita a amá-lO, o que se expressa, então, em amar uns aos outros.
Desde o primeiro fôlego de Adão, os homens foram destinados a viver em relacionamento com Deus, e não como egos autônomos. A Bíblia inteira está apoiada nesse relacionamento, porque após responder ao fariseu, afirmando que o grande mandamento é amar a Deus e o segundo é amar ao próximo como a si mesmo, Jesus acrescentou: "Destes dois mandamentos dependem toda a Lei e os Profetas " (Mt 22.40). Jesus veio para nos livrar do ego e para restabelecer esse relacionamento de amor para o qual fomos criados. Durante séculos, foram escritos livros sobre amar a Deus e uns aos outros. Contudo, atualmente, cada vez mais, a igreja está sendo inundada por literatura ensinando-nos como amar-nos melhor, nos estimarmos mais, aceitar-nos como somos e desenvolvermos o nosso próprio valor.




Martin e Deidre Bobgan

terça-feira, 28 de agosto de 2007

Frases de A.W.Tozer


"se o barro não se entregar totalmente, o oleiro nada pode fazer."

"para orar com eficiência, precisamos querer o que Deus quer - isso e somente isso é orar conforme a vontade de Deus."

"é muito improvável que Deus use uma pessoa que nunca sofreu profundamente uma dor".

"A oração em seu momento mais santo é o entrar na presença de Deus, num momento de bendita união, de uma forma que faz com que os milagres pareçam enfadonhos e as respostas extraordinárias às orações algo muito menos admirável por comparação."

"Por sermos espiritualmente preguiçosos, tendemos a gravitar na direção mais fácil a fim de esclarecer nossas questões religiosas, tanto para nós mesmos como para outros; assim sendo, a fórmula "Aceite Cristo" tornou-se uma panacéia de aplicação universal, e acredito que tem sido fatal para muitos. "

De vida em comunhão


"O primeiro serviço que alguém deve ao outro na comunidade é ouvi-lo. Assim como o amor a Deus começa com o ouvir a sua Palavra, assim também o amor ao irmão começa com aprender a escutá-lo. É prova do amor de Deus para conosco que não apenas nos dá sua Palavra, mas também nos empresta o ouvido. Portanto é realizar a obra de Deus no irmão quando aprendemos a ouvi-lo. Cristãos e especialmente os pregadores, sempre acham que tem algo a "oferecer" quando se encontram na companhia de outras pessoas, como se isso fosse o seu único serviço. Esquecem que ouvir pode ser um serviço maior do que falar. Muitas pessoas procuram um ouvido atento, e não o encontram entre os cristãos, porque esses falam quando deveriam ouvir..."


De Vida em Comunhão- 1938 (Dietrich Bonhoeffer).

segunda-feira, 27 de agosto de 2007

A Doutrina Bíblica do Pecado e Retidão Atribuídos/Imputados





Pecado e Retidão "Parte 1".


"O pecado é 'uma transgressão da lei'; daquela lei de Deus a qual a criatura racional está subordinada. 'A retidão' é o cumprimento dela, ou a conformidade, com aquela lei. Este é o sentido bíblico apropriado das palavras. Mas como o pecado envolve a criatura na culpa, ou seja, uma propensão à punição, as mesmas palavras são freqüentemente usadas para denotarem tanto o próprio pecado, assim como a culpa e punição. Por outro lado, a retidão denota, não apenas o cumprimento da lei, mas também um livramento da culpa e punição; sim, e, algumas vezes, todas as recompensas da retidão". "Assim sendo, imputar pecado, é tanto imputar o próprio pecado; ou a culpa, por ele. Imputar o próprio pecado a uma pessoa, é considerá-la uma transgressora da lei, declará-la como tal, ou tratá-la como uma transgressora. Imputar culpa a uma pessoa, é considerá-la detestável para uma punição ameaçada, é afirmá-la como tal, ou infligir aquela punição. Da mesma forma, imputar a retidão, propriamente assim chamada, é considerá-la uma cumpridora da lei, é declará-la de tal forma, e tratá-la como justa. E imputar retidão, como oposta à culpa, é considerá-la, afirmá-la, e tratá-la como inocente"."Até ai, há concordância. Mas o ponto em questão é: 'Deus imputa nenhum pecado ou retidão, mas o que é pessoal?'. Dr. Taylor positivamente afirma que ele não o faz. Eu empreendo provar que ele o faz; que ele imputa o primeiro pecado de Adão a toda a humanidade, e nossos pecados a Cristo".


(1) "Deus imputa o primeiro pecado de Adão a toda a humanidade. Eu não quero dizer que a comissão verdadeira dele foi imputada a alguém além de si mesmo (seria impossível que fosse), nem a culpa do pecado, imputada a algum de seus descendentes, na completa latitude dele, ou com respeito às suas circunstâncias resultantes. Ele constitui nenhum deles igualmente culpado com ele. Ainda assim, tanto aquele pecado, por si mesmo, quanto o grau de culpa com respeito a ele, são imputados a toda a sua posteridade; o próprio pecado é imputado a eles, como abrangendo a cabeça deles. E a este respeito, eles são reputados culpados, são 'filhos da ira', propensos à punição ameaçada. E isto não pode ser negado, supondo-se: (1) A retidão original do homem. (2) Adão ser o representante legal de toda a humanidade".


(1) "A retidão original do homem tem sido largamente provada. Deixe-me acrescentar apenas um argumento ad hominem. Supondo-se (não garantindo) que o Filho de Deus não é mais do que a primeira das criaturas. Ele tanto foi originalmente reto, quanto não foi. Se ele não foi, então, havia um tempo em que ele não era 'o Santo de Deus'; e, possivelmente, ele nunca teria sido tal; não, nenhuma retidão, afinal; mas, em vez disto, tão iníquo, culpado e desprezível, quanto o próprio diabo é. Porque a melhor criatura (Dr. Taylor garante) é modificável para o pior; e o melhor, quando corrupto, torna-se o pior".

"Novamente: Se o Filho de Deus foi uma mera criatura, e como tal, criado sem a retidão (o que cada criatura deve ser, de acordo com Dr. Taylor), então, ele não foi, nem poderia ser, a princípio, tão reto, quanto Deus; tão santo, quanto os anjos são agora; sim, ou quanto algum homem santo sobre a terra é. Mas se essas suposições são surpreendentemente absurdas; se o Filho de Deus não poderia ter se tornado tão mal quanto o diabo; se ele nunca foi pecaminoso; se ele não foi originalmente menos santo do que os anjos e homens são agora; então, a afirmação de 'que a retidão deve ser o efeito da escolha e esforço precedentes da criatura' cai ao chão".


"Mas a palavra hebraica jasher, Dr. Taylor diz, 'não significa geralmente um caráter moral'. Este é um dos numerosos enganos críticos nestes livros do cavalheiro. Mais de cento e cinqüenta textos, em que jasher, ou o substantivo josher, ocorre, existem muito poucos que não confirmam nossa interpretação de Eclesiastes 7:29 'Eis aqui, o que tão-somente achei: que Deus fez ao homem reto, porém eles buscaram muitas astúcias'. 'Mas Jasher é aplicada a várias coisas não capazes de ação moral'. Ela é; e daí? Muitas dessas aplicações nunca foram a nosso favor, nem contra nós. Algumas são fortemente a nosso favor; como quando é aplicada às palavras e caminhos de Deus e homem”.


“Mas a questão agora é, o que ela significa, quando aplicada a Deus ou aos agentes morais, e que, através do caminho de oposição aos caracteres e condutas corruptos. Nenhum homem pode negar isto. Portanto, quer prove que jasher, quando oposta, como aqui, a uma conduta e caráter corruptos, não significa reto, ou reconhece a verdade de que Deus ‘criou o homem correto’, ou na retidão”.


“Para fugir do argumento de Éfésios 4:24 ‘E vos revistais do novo homem, que segundo Deus é criado em verdadeira justiça e santidade’, Dr. Taylor primeiro diz: ‘O velho homem significa uma vida pagã’; e, então, acrescenta: ‘O velho homem e o novo não significam um curso de vida’. O que, então, significam? Porque, ‘o velho homem’, diz ele, refere-se ao estado gentio; e o novo homem é tanto o estado cristão, ou a igreja cristã, corpo, sociedade’. Mas para tudo isto, ele diz novamente, uma página ou duas adiante: ‘O velho e o novo homem; e o velho homem, renovado, e a renovação de Efésios não se refere declaradamente ao estado gentio deles, e ao curso da vida, da qual eles foram recentemente convertidos'".


“Quando, então, o Apóstolo diz: ‘Nosso velho homem é crucificado com’ Cristo (Romanos 6:6), trata-se do estado ou curso gentio de vida que foi assim crucificado? Não. Mas da natureza corrupta, ‘do corpo do pecado’, como ele é denominado no mesmo verso. E 'despir-se do velho homem', é (de acordo com Paulo) 'crucificar' este 'com todas as suas afeições e desejos'. Por outro lado, 'revestir-se do novo homem', é cultivar o princípio divino que é formado na alma de todo aquele que crê, através do Espírito de Cristo. É isto o que é dito: (i) Ele é criado; e, com respeito a isto, nos é dito para sermos 'criados junto às boas obras'. (ii) Ele é renovado; porque ele é, na verdade, nenhum outro do que a retidão original restaurada. (iii) E segundo Deus, segundo sua imagem e semelhança, agora estampada novamente na alma. (iv) Ele consiste na retidão e santidade, ou aquele conhecimento que compreende a ambos'".


"Novamente: Para aquele argumento: 'Tanto o homem, a princípio, amou a Deus, quanto ele foi inimigo de Deus', Dr. Taylor dá apenas esta resposta breve, e superficial: 'O homem não poderia amar a Deus, antes que o conhecesse'; sem conceder a menor observação dos argumentos que provam que o homem não foi criado sem o conhecimento de Deus. Que ele atente a essas provas, e honestamente renda-se à força delas, ou, se ele for capaz, sinceramente as refute".(2) A doutrina do pecado original pressupõe: "Adão sendo o líder de toda a humanidade. Diversas provas disto já têm sido dadas. Eu não preciso produzir mais, até que aquelas sejam respondidas".


2. "Deus atribui nossos pecados ou a culpa deles, a Cristo. Ele consentiu em ser responsável por eles; sofrer a punição devida por eles. Isto aparece plenamente em (Isaías 53), que contém um sumário da Doutrina Bíblica sobre este assunto. 'Aquele que carregou nossas aflições, e nossas tristezas'".


"A palavra nasa (bear/born) significa: (1) tomar algo do ombro de alguém: (2) Suportar ou carregar alguma coisa pesada, como um carregador faz com um fardo: (3) Tirar fora:E em todos esses sentidos, ele é aqui aplicado ao Filho de Deus. Ele carregou, como um homem forte faz, um pesado fardo (o claro e indiscutível sentido da outra palavra, sabal), nossas tristezas; o sofrimento de vários tipos que foram devidos aos nossos pecados. 'Ele foi ferido por nossas transgressões, e pisado por nossas iniqüidades'. Feridas e machucaduras são colocadas para todo seus sofrimentos; assim como sua morte e sangue freqüentemente são. Ele foi ferido e machucado, não por seus próprios pecados; não meramente para mostrar o ódio de Deus pelo pecado; nem principalmente para nos dar um padrão de perseverança; mas por nossos pecados, como a causa apropriada, e impulsiva. Nossos pecados foram a causa obtida de todos os seus sofrimentos. Seus sofrimentos foram os efeitos puníveis de nossos pecados. 'O castigo de nossa paz', a punição necessária para obtê-la, 'foi' colocada 'sobre ele'; submetido a isto livremente: 'E, através de seus açoites (uma parte de seus sofrimentos novamente colocada pelo todo), 'fomos curados'; o perdão, santificação, e salvação final, são todos comprados e entregues a nós. Cada castigo é para alguma falta.

O que foi colocado sobre Cristo não foi por culpa dele, mas nossa; e foi necessário reconciliar um Legislador ofendido, e as criaturas culpadas, ofensoras, um com o outro. Assim, 'o Senhor colocou sobre ele, todas as nossas iniqüidades; ou seja, a punição devida às nossas iniqüidades'"."'É verdade, como diz Dr. Taylor, que 'o pecado e iniqüidade freqüentemente significam aflição ou sofrimento'. Mas, por que? Porque é comum para uma causa dar denominação ao seu efeito. E, assim, as conseqüências do pecado são chamados pelo mesmo nome. Mas isto, antes, fere a causa do Dr. Taylor, mais do que a ajuda. Porque os sofrimentos não poderiam com propriedade ser chamados de pecados, se eles não forem os efeitos apropriados dele. O homem, na inocência, foi capaz de sofrimento ou tristeza; ele foi, de fato, experimentado, mas não pelo sofrimento. Todas as tristezas foram introduzidas pelo pecado; e o homem 'nasceu para a preocupação', isto porque, ele nasceu 'no pecado'. Deus, na verdade, aflige seus filhos para o bem deles; e torna, até mesmo a morte, em benção. Ainda assim, como ela é o efeito do pecado, então, em si mesma, é inimiga para toda a humanidade; nem algum homem teria sido experimentado ou corrigido pela aflição, se não tivesse sido pelo pecado"."O fato de o Senhor colocar 'a iniqüidade de todos nós sobre Cristo', foi eminentemente simbolizada pelo Sumo Sacerdote, quando colocou todas as iniqüidades de Israel sobre o bode-expiatório, que, então, as levou embora. 'Mas o bode, diz Dr. Taylor, não sofreu coisa alguma'. Isto é um grosseiro engano. Ele foi uma 'oferta do pecado' (Verso 5), e, como tal, 'carregou sobre si todas as iniqüidades' das pessoas no deserto; e lá (como os doutores judeus inanimamente sustentam) sofreu uma morte violenta, através da punição, em vez das pessoas, por conta dos pecados delas, 'colocados sobre ele'. Ainda assim, Dr. Taylor diz: 'Aqui não existe imputação de pecado'. Não!

Qual a diferença entre imputar, pecados, e colocá-los sobre ele? Isto é exatamente o mesmo com: 'uma oferenda pecaminosa que nada sofreu'; uma criatura 'que se tornou livre em uma terra, mais apropriada para sua subsistência', enquanto ele carrega sobre si todas as iniqüidades do povo de Deus!". "Assim, 'Cristo nos redimiu da maldição da lei, ao se tornar maldito por nós'. Dr. Taylor, quando ele escreveu seus recentes livros, ele não estava informado do significado bíblico usual desta terrível palavra, maldição. Ela é freqüentemente colocada para significar a punição legal do pecado. O que a lei de Deus ameaça contra os transgressores, ou a própria ameaça em si, é comumente chamada por este nome.

O que significa, então, sua observação leviana: de 'que Deus infligiu nenhuma maldição sobre nossos primeiros pais?' (Gênesis 3:16-18), ou seja, que ele não disse, em tantas palavras: 'Maldito és tu, ó homem', ou 'mulher'. Mas a maldição de Deus ao solo, por causa do homem, foi realmente uma maldição proferida contra ele; e o que o Senhor disse à mulher foi realmente uma maldição, uma penalidade legalmente infligida sobre ela. Porque é dito que Deus amaldiçoa, quando ele tanto ameaça punir, ou verdadeiramente pune, suas criaturas por causa do pecado". "Veja Deuteronômio 27:15, etc., 28:26, etc; Jeremias 17:5; Zacarias 5:3". (Deuteronômio 27:15) – "Maldito o homem que fizer imagem de escultura, ou de fundição, abominação ao Senhor, obra da mão do artífice, e a puser em um lugar escondido. Maldito aquele que desprezar a seu pai ou a sua mãe; etc". (Jeremias 17:5) – "Assim diz o Senhor: Maldito o homem que confia no homem, e faz da carne o seu braço, e aparta o seu coração do Senhor!"(Zacarias 5:3) – 'Esta é a maldição que sairá pela face de toda a terra; porque qualquer que furtar, será desarraigado, conforme está estabelecido de um lado do rolo; como também qualquer que jurar falsamente, será desarraigado, conforme está estabelecido do outro lado do rolo'."Para concluir: Tanto nós devemos admitir a atribuição do pecado de Adão, quaisquer que sejam as dificuldades para atendê-la, quanto renunciar a justificação, através de Cristo, e a salvação, através do mérito de seu sangue. Desta forma, fazem, os Socinianios. Quer o Dr. Taylor o faça, que cada homem racional julgue, depois de ter pesado o que ele escreve, especialmente nas páginas sobre sua 'Doutrina Bíblica'.

'O mérito de Cristo é sua virtude consumada. É a virtude que carrega toda causa no céu. A virtude é o único preço que compra tudo com Deus. A verdadeira virtude, ou o correto exercício da razão, é o verdadeiro valor, e a única consideração valiosa, o único poder que prevalece com Deus'. Essas passagens estão, de fato, ligadas com as outras, o que leva junto um mostra da honra atribuída a Cristo e a graça". "Mas a falácia se coloca abertamente a todo leitor cuidadoso, inteligente e sem preconceito. Ele atribui a Cristo um singular merecimento que pertence a todo homem virtuoso. Ele fala da virtude consumada de Cristo, ou sua obediência a Deus, e a boa vontade para com o homem. E a esta virtude dele, como imitada por nós, ele nos ensinaria a imputar nossa aceitação com Deus; o que é, de fato, atribuí-la a nós mesmos, ou a nossa própria virtude; as obras da retidão feita por nós, em oposição direta a todo o teor do evangelho". "A que extensões perigosas os homens são levados, através de uma ignorância de Deus, como infinitamente santo e justo; através de um conceito insensato de suas próprias habilidades, e uma oposição determinada à doutrina do pecado original! Preferivelmente a admitir isto, eles renunciam a Cristo como o procurador meritório da salvação dos pecadores. Eles podem parecer, na verdade, reconhecê-lo como tal, e falar da 'vida eterna, como dada por Deus, através de seu Filho'. Mas tudo isto é mero espetáculo. E pode apenas impor sobre o ignorante e descuidado. Eles não se atrevem a confessar, em termos claros, que Cristo tem tornado alguém merecedor da salvação; nem podem consistentemente admitir isto, enquanto negam o pecado original". "Que ninguém, então, que considere seus interesses eternos, tome em consideração ou mesmo adultere com as doutrinas que, apesar de plausivelmente recomendadas, são contrárias aos muitos textos expressos; mais do que isto, a todo o teor das Escrituras, e que não pode ser abraçadas, sem renunciar a uma humilde dependência de Cristo, e rejeitar o método evangélico da salvação". "Deus garante que cada leitor deste claro tratado possa não apenas ser convencido da verdade e importância das doutrinas bíblicas mantidas nele, mas, invencivelmente confirmado em suas ligações com elas, através de um conhecimento experimental de sua influência feliz sobre a fé, santidade, e conforto!

Então, nós poderíamos alegremente dizer: Nós, que somos feitos pecadores, através da desobediência de Adão, somos feitos retos, através da obediência de Cristo. Sua retidão nos autoriza a uma herança muito melhor do que a que perdemos em Adão. Em conseqüência de sermos justificados, através dele, nós devemos 'reinar na vida' com ele. Junto a quem, com Deus o Pai, e o espírito santificador e consolador, seja atribuído todo o louvor para sempre!". Parte da Doutrina do Pecado Original, Explicada e Justificada. "A frase, pecado original, até onde podemos descobrir, foi primeiro usada no século quarto. O primeiro que a usou foi Crisóstomo, ou Hilário, algumas daquelas palavras são essas: 'O salmista diz: Observe, eu fui concebido na iniqüidade, e no pecado, minha mãe concebeu-me. Ele reconhece que ele nasceu sob o pecado original e a lei do pecado'. Logo depois no tempo de Hilário, Agostinho e outros escritores cristãos, trazem isto para o uso comum".

"A doutrina bíblica do pecado original pode ser compreendida nas seguintes proposições":I. 'O homem foi originalmente feito reto e santo'.II. 'Que a retidão original foi perdida pelo primeiro pecado'.III. 'Por meio do qual, o homem expôs-se à morte de todo o tipo; porque ...'IV. 'O primeiro pecado de Adão foi o pecado de uma pessoa pública; de alguém a quem Deus designou para representar todos os seus descendentes. V. 'Conseqüentemente, todos esses são, desde seu nascimento, 'filhos da ira', nulos de toda retidão, e propensos ao pecado de todas as sortes'. "Eu acrescento": VI. 'Esta não é apenas uma verdade de acordo com as Escrituras e razão, mas uma verdade da mais extrema importância, e uma para a qual as Igrejas de Cristo, desde o início, têm sido um claro testemunho'. I. "O homem foi originalmente feito reto ou santo; formado com tal princípio de amor e obediência ao seu Criador, de maneira a prepará-lo e capacitá-lo a executar todo o seu dever com facilidade e prazer. Isto já tem sido provado; e isto derruba totalmente o aforismo fundamental do Dr, Taylor: 'O que quer que seja natural é necessário, e o que é necessário não é pecaminoso'. Porque, se o homem foi originalmente reto ou santo, nós podemos argumentar assim: A princípio, foi natural ao homem amar e obedecer ao seu Criador; ainda assim, isto não foi necessário; nem necessário é oposto a voluntário ou livre; (porque ele tanto amou quanto obedeceu livremente e prontamente);nem, necessário significa inevitável. (isto é manifesto pelo evento); não, nem necessário é oposto a recompensável; porque tivesse ele continuado a amar e obedecer, ele teria sido recompensado com a felicidade eterna". "Portanto, esta afirmação: O que quer que seja natural é necessário, é palpável e evidentemente falso; conseqüentemente, o que é natural, assim como o que é adquirido, pode ser bom ou mal, recompensável ou punível". II. "A retidão original do homem foi perdida pelo primeiro pecado. Embora ele fosse feito justo, ele não foi feito imutável. Ele era livre para permanecer ou cair. E ele logo caiu, e perdeu, imediatamente, o favor e a imagem de Deus. Isto aparece totalmente": 1. "Do relato que Moisés deu de nossos primeiros pais, onde lemos:

(1) 'Os olhos de ambos foram aberto, e eles souberam que estavam nus' (Gênesis 3), ou seja, eles se conscientizaram da culpa e foram tocados com um pungente sentido de sua tolice e maldade. Eles consideraram a nudez deles, vergonhosa, e ponderaram sobre ela com emoções pecaminosas da alma.

(2) Imediatamente, eles foram inabilitados para a comunhão com Deus, golpeados com tal medo dele que não poderia consistir com o verdadeiro amor. (Verso 8).

(3) Quando questionado por Deus, como eles prevaricaram, em vez de confessar o pecado deles, e se humilharem, implorando perdão! O que prova, não apenas que eles pecaram, mas o serem ainda assim, totalmente impenitentes.

(4) O julgamento deles foi uma prova de que eles eram culpados aos olhos de Deus. Assim a retidão original do homem foi perdida; assim ele caiu do favor e da imagem de Deus". "Isto aparece:

2. Da culpa que inseparavelmente atende toda transgressão da lei divina. Eu digo, toda transgressão; porque cada pecado virtualmente contém todo pecado; porque 'quem quer que mantenha toda a lei, e a ofenda em um ponto, é culpado de toda ela'. Cada simples ofensa é uma brecha virtual de todos os mandamentos de Deus. Existe em cada pecado particular, o princípio de todo o pecado; ou seja, o desprezo por aquela soberana autoridade que está igualmente estampado em cada mandamento. Quando, portanto, nossos primeiros pais comeram do fruto proibido, eles não apenas violaram um preceito específico, mas a lei inteira de Deus. Eles não poderiam pecar em alguma instância, sem virtualmente transgredir o todo da lei de sua criação; o que uma vez feito, o direito deles ao favor de Deus e sua retidão original foram ambos perdidos". "Isto aparece:

3. Da natureza abrangente e circunstâncias agravantes da primeira transgressão. Porque ela implica":

(1) "Descrença: O homem não se atreveu a quebrar o mandamento divino, até que ele foi trazido a questionar a verdade da ameaça divina".

(2) "Desrespeito a Deus: Reverência é uma mistura de amor e temor; e tivessem eles continuado em seu primeiro amor, e temor filial, eles não teriam quebrado um só mandamento de Deus".

(3) "Ingratidão: Porque, qual retribuição eles deram ao seu Criador por todos os benefícios dele!".

(4) "Orgulho e ambição; simulando serem 'como deuses, conhecendo o bem e o mal'".

(5) "Sensualidade: A mulher olhou para o fruto com um desejo incomum. Aqui, o conflito entre razão e o sentido começou. Falar de tal conflito no homem, antes que ele caísse, é representá-lo como em um grau pecaminoso e culpado, mesmo enquanto inocente. Porque o conflito implica oposição: e uma oposição do desejo de raciocinar é nada mais do que uma repugnância à lei de Deus. Mas disto, nossos primeiros pais não foram, de maneira alguma, culpados, até que a inocência deles foi enfraquecida; até que eles foram conduzidos, pela tentação do diabo, a desejarem o fruto proibido".

(6) "Roubo: Porque o fruto não pertencia a eles. Eles não tinham, de forma alguma, direito a ele. Portanto, o fato deles o pegarem foi um claro roubo a Deus; o que não pode ser menos criminoso do que roubar nosso próximo. Tão abrangente foi a natureza, tão exacerbada foram as circunstância da primeira transgressão do homem". III. "Por este intermédio, ele atraiu sobre si a morte de todo o tipo; não apenas a temporal, mas também a espiritual e eterna. Ao perder sua retidão original, ele se tornou, não apenas mortal, quanto ao seu corpo, mas também espiritualmente morto; morto para deus; morto no pecado; nulo daquele princípio que Paulo denomina, 'a vida de Deus' (Efésios 4:18); João, 'vida eterna habitando em nós' (I João 3:5). Uma criatura formada com uma capacidade de conhecer, amar, e servir a Deus, deve estar tanto 'morta no pecado', quanto 'vivo para Deus'. Adão em seu estado primitivo estava 'vivo para Deus'; mas depois que ele pecou, morto no pecado, assim como morto na lei". "Mas o Dr. Taylor está certo, apenas a morte temporal deve ser a conseqüência de sua desobediência. 'Porque a morte é a perda da vida, e deve ser entendida de acordo com a natureza da vida a qual ela é oposta'. Verdadeiro; e a vida para a qual ela é aqui oposta, a vida que Adão desfrutava, até que perdida pelo pecado, não foi apenas a vida corpórea, mas aquele princípio de santidade que as Escrituras denominam, 'a vida de deus'. Foi também um direito à vida eterna. Tudo isto, portanto, ele perdeu, através do pecado. E isto justificadamente, porque 'a morte é o' devido 'salário do pecado'; morte temporal, espiritual e eterna".

IV. "O primeiro pecado de Adão foi o pecado de uma pessoa pública – alguém a quem Deus designou representar toda sua descendência. 'Isto também tem sido provado. Em um sentido, de fato, o pecado de Adão não foi nosso. Não foi nossa falta pessoal, ou verdadeira transgressão. Mas, em outro sentido, ele foi nosso; ele foi o pecado de nosso representante comum: E, como tal, Paulo mostra que ele é imputado a nós e todos os seus descendentes".

V. "Assim sendo, -- todos esses, desde o nascimento deles são 'filhos da ira', nulos de toda retidão, e propensos ao pecado de todos os tipos". "Com o objetivo de esclarecer e confirmar esta proposição, eu pretendo":

1. "Considerar o texto que prova o pecado original em sua completa extensão".

2. "Explicar alguns outros textos que se referem, tanto à culpa, quanto à corrupção que derivamos de nossos primeiros pais".

3. "Acrescentar alguns argumentos que o Dr. Taylor não tem tomado conhecimento, ou tem tocado, muito superficialmente".

4. "Responder objeções".1. "Considerar que o texto: E eram, pela natureza, filhos da ira, assim como outros' (Efésios 2:3). No início do capítulo, Paulo coloca para os Efésios o que Deus tinha feito por eles. Isto o conduziu a observar o que eles tinham sido antes da conversão deles: Eles estavam 'mortos nas transgressões e pecados'; mas estavam agora 'vivificados', feitos vivos para Deus. Eles 'caminhavam de acordo com o príncipe do poder do ar, o espírito que opera com energia nos filhos da desobediência'. 'Em meio a tal', diz o Apóstolo, 'todos tivemos nosso modo de vida no passado', o tempo todo, antes de nossa conversão; 'preenchendo os desejos da carne e da mente; e éramos, pela natureza, filhos da ira, assim como os outros'. Sobre isto eu observo": (1) "As pessoas das quais se fala são tanto os Efésios crentes e o próprio Apóstolo. Porque ele não diz: 'vocês eram', na segunda pessoas, como ele fizera nos versos 1, 2; mas: 'Nós éramos', -- plenamente com o objetivo de mais expressivamente incluir-se. Na verdade, ele já havia falado na segunda pessoa, ainda assim, o que é afirmado aqui teria sido verdade dele, assim como deles. Mas, para que mais explicitamente incluísse a si mesmo, ele escolheu dizer: 'Nós éramos'; -- você, Efésios, que eram descendentes dos pais pagãos, e eu que nasci na Igreja visível".

(2) "A 'ira' de que se fala aqui significa tanto o desprazer de Deus quanto aos pecadores, ou a punição que ele ameaça e inflige pelo pecado'".

(3) "'Filhos da ira', é um hebraísmo, e denota pessoa merecedora da ira, ou propensa a ela. E isto implica o serem pecadores; uma vez que o pecado apenas nos expõe ao desprazer de Deus e aos terríveis efeitos dele".

(4) "Esta responsabilidade o Apóstolo fixa sobre si mesmo e neles, como eles tinham sido antes da conversão. Ele não diz: Nós somos, mas 'nós éramos, filhos da ira'".

(5) "Ele fala de si mesmo e dos Efésios convertidos, como sendo tão iguais aos outros. Existe uma ênfase nas palavras: 'até mesmo como os outros'; mesmo como os obstinados judeus e os pagãos idólatras; mesmo como todos os que ainda são 'estranhos e inimigos para Cristo'. Esses ainda são filhos da ira: 'Mas qualquer diferença que existe entre nós e eles, nós fomos, uma vez, o que eles são agora'".

(6) "Ele expressamente diz: 'Nós fomos filhos da ira, até mesmo como os outros, através da natureza', ou, do nosso nascimento. Ele não diz que nós nos tornamos assim, pela educação, ou pela imitação, ou pelo costume em pecar; mas, para nos mostrar quando é que nos tornamos pecadores, através de quais meios nos tornamos 'filhos da ira', por isto é que estamos tão propensos ao mal, desde nossa infância, e a imitar os maus exemplos, preferivelmente aos bons, ele diz: 'Nós éramos filhos da ira, através da natureza'; nós nascemos criaturas caídas; nós viemos ao mundo, como pecadores, e, como tais, sujeitos à ira, em conseqüência da queda de nosso primeiro pai"."Mas é afirmado: (i) Que 'pela natureza, significa pelo hábito ou costume'. Eu respondo: Embora o termo, natureza, com alguma expressão qualificada anexa, é algumas vezes levado em conta de costume habitual, ainda assim, ela nunca é considerada desta forma, quando colocada sozinha, sem tal expressão qualificada. Quando, portanto, o Apóstolo diz plenamente: 'Nós somos filhos da ira, pela natureza', isto, de acordo com o sentido constante das palavras, Drust significa: nós éramos assim, desde nosso nascimento"."É afirmado, (ii) que é 'porque as palavras originais se situam assim: tekna fusei orghv, filhos da ira, pela natureza; portanto, filhos, pela natureza, significa apenas verdadeiramente e realmente filhos da ira'. Eu respondo: A conseqüência é boa para coisa alguma: Porque deixe as palavras se situarem como elas quiserem, é evidente que tekna fusei é filho, pelo nascimento; ou, tal que é nascido assim, em distinção daqueles que se tornaram tais depois". "É afirmado, (iii) 'Que fusei, pela natureza, significa não mais do que verdadeiramente ou realmente'. Eu respondo: Primeiro, não é admitido que alguns bons escritores gregos, alguma vez, usou a palavra neste sentido. Segundo, o que quer que outros façam, os escritores do Novo Testamento sempre a usam em outro sentido.

Assim em (Gálatas 2:15) 'Nós somos judeus por natureza', fusei loudaioi; isto é, Nós que nascemos judeus, em contraste com os prosélitos. Assim (Gálatas 4:8) 'Vocês serviam a eles que, pela natureza, não são deuses'; mh fusei ousi qeoiv, pessoas ou coisas que são parceiros de nenhuma natureza divina. Assim, (Romanos 2:14) 'Os gentios, pela natureza, fazem as coisas contidas na lei'. Nem aqui, nem em qualquer outro lugar, a palavra fusei significa mais do que realmente ou verdadeiramente". "Resta, então, que a palavra que traduzimos, por natureza, realmente assim significa. 'E, ainda assim, admite-se que nós não somos culpados pela natureza, como um processo de pecado efetivo, mais tarde, nos faz. Mas somos, antecedentes àquele curso, 'filhos da ira'; propensos a algum grau de ira e punição. Aqui, então, de um texto claro, que tomado em seu sentido óbvio, temos uma evidência clara, tanto do que os Clérigos denominam, pecado original imputado, e pecado original inerente. O primeiro é o pecado de Adão, até ai considerado nosso, de maneira a nos constituir em algum grau de culpa; o segundo, uma falta da retidão original, e uma corrupção da natureza; por isto é que, desde nossa infância, somos avessos ao que é bom, e propensos ao que é mal". 2. "Eu vou explicar alguns outros textos que se referem tanto à culpa quanto à corrupção que derivamos de nossos primeiros pais. (Gênesis 5:3 'E Adão viveu cento e trinta anos, e gerou um filho à sua semelhança, conforme a sua imagem, e pôs-lhe o nome de Sete'): Aqui a imagem de Adão, na qual ele gerou um filho depois de sua queda, permanece oposta à imagem de Deus, na qual o homem foi, a princípio, criado. Moisés disse: 'No dia em que Deus gerou o homem, na semelhança de Deus, Ele o gerou'. (Verso 1). Nisto, falando de Adão, como ele estava, depois da queda, ele não diz: Ele gerou um filho na semelhança de Deus; mas Ele 'gerou um filho em sua própria semelhança, segundo sua imagem'. Agora, isto deve se referir a Adão, assim como a um homem, ou um bom homem, ou um homem mortal, e pecaminoso. Mas não poderia se referir a ele meramente como um homem". "'O escritor inspirado não poderia designar nos informar que Adão gerou um homem, nem um leão, ou um cavalo.

Ele não poderia bem se referir a ele, como um bom homem; porque não é dito: Adão gerou um filho, que, por fim, tornou-se piedoso como ele mesmo, mas, Ele 'gerou um filho em sua própria semelhança'. Isto se refere a ele, portanto, como um homem mortal, e pecaminoso; nos possibilitando saber que a mortalidade e corrupção contraídas pela queda descenderam de Adão a seu filho: Adão, um pecador, gerou um pecado como si mesmo. E, se Sete era assim um pecador pela natureza, assim são todos os outros descendentes de Adão"."Dr. Taylor não presta atenção nas antíteses entre 'a semelhança de Deus' (Verso 1) e 'a semelhança de Adão': (Verso 3), Por outro lado, ele fala desses dois como sendo uma coisa só; como se Sete tivesse 'nascido' na mesma imagem de Deus, em que Adão foi 'criado'. Mas isto não se pode admitir, porque Adão tinha agora perdido sua retidão original. Portanto, deve ser 'a semelhança' de Adão, caído, corrupto, que está aqui entendido". "'E Deus viu que a maldade do homem era grande na terra, e que cada imaginação dos pensamentos de seu coração era tão somente má, continuamente'. (Gênesis 6:5). Aqui Moisés observou como a cauda da inundação, que 'Deus viu que a maldade do homem era grande', e por conta desta maldade geral, acrescentas: 'Toda imaginação dos pensamentos do seu coração era má'; sim, era 'tão somente má', e isto 'continuamente'. O coração do homem está aqui colocado no lugar de sua alma. Esta Deus havia formado com um maravilhoso poder de pensamento. Mas de tal maneira sua alma estava aviltada, que 'cada imaginação', invenção, formação, 'dos pensamentos' dela, 'era má', unicamente má; 'continuamente' má'". "O que quer que ela forme em si mesma, como um poder pensante, é uma formação má.

Isto Moisés falou dos Antediluvianos; mas não podemos limitar isto a eles. Se toda a maldade efetiva brotou de formações más do coração corrupto deles, e se, conseqüentemente eles eram pecadores, desde o nascimento, assim são todos os outros igualmente"."'Eu não amaldiçoarei o chão mais, por causa do homem; porque a imaginação do coração do homem é mal, desde sua juventude; nem irei novamente castigar nenhum vivente'. (Gênesis 8:21). Eu não serei provocado a isto, pela maldade da humanidade; porque eles estão inclinados ao pecado desde a meninice deles. Se eu fosse, portanto, fazer isto tão freqüentemente quanto eles merecem, eu deveria continuamente destruir a terra.

A palavra (rxy) – imaginação – (como foi observado antes) inclui os pensamentos, afeições, inclinações, com tudo que o filho, assim como um ser pensante, forma e estrutura em si mesmo. E a palavra a que atribuímos juventude, inclui criancice, e infância, a mais tenra idade do homem; todo o tempo, desde seu nascimento, ou (como outros afirmam) desde sua formação no útero".

"Na verdade, Dr. Taylor traduziria o texto: 'Embora a imaginação do coração do homem fosse má, desde sua juventude'. Mas (1) Ainda que a partícula (yk), algumas vezes, signifique embora; mesmo assim, é seu para o significado comum. E nós não devemos recuar do significado usual de uma palavra, em alguma necessidade. (2) Se nós lemos embora, isto, afinal, não invalidará nossa prova. Porque ainda que o claro significado das palavras fossem: 'Eu não enviarei outra inundação, embora toda a invenção ou formação do coração de cada homem seja má, desde a sua tenra infância". "'Embora a aflição não proceda do pó, ainda assim, o homem nasce para a tribulação, assim como as faíscas voam para cima'. (Jô 6:6,7). A palavra que aqui está atribuída à aflição, algumas vezes, significa 'iniqüidade'. Por qual razão, a não ser para mostrar que esses dois, 'pecado' e 'aflição', são inseparáveis?O pecado é a causa da aflição; e a aflição, de qualquer tipo, é o genuíno efeito do pecado.

Na verdade, é incompatível com a justiça e a misericórdia de Deus, designar aflições de algum tipo para o inocente. Se Cristo sofreu, foi devido aos pecados de outros que foram imputados nele". "Se, então, cada um da posteridade de Adão 'nasce para a tribulação', deve ser porque ele nasce um pecador: Porque o homem não foi originalmente feito para sofrer. Nem ele estava, enquanto preservava sua inocência, propenso ao sofrimento de qualquer tipo. Os anjos, ou alguma das criaturas puras e sem pecado estão propensos a alguma tristeza ou aflição?


Certamente que não. Mas todo filho de Adão está. E é em conseqüência do pecado dele, que a atual vida do homem é curta e efetiva; da qual, os próprios pagãos estão profundamente conscientes. Eles também viram que 'o trabalho árduo é criado para cada homem, e um pesado jugo está sobre os filhos de Adão, desde o dia do nascimento deles de suas mães, até que retornarão à mãe de todas as coisas". "'O homem vão seria sábio, embora um homem nasça como uma cria de jumento montês' (Jô 11:12), no original, 'embora o homem nasça' (nascerá em qualquer época) 'a cria de um jumento montês'.

Dr. Taylor reconhece: 'Nós nascemos completamente ignorantes'. Mas isto está muito longe de alcançar a clara significação do texto, no qual o homem, uma vez nascido no mundo, é comparado a um animal mais notavelmente estúpido e intratável. E tais naturalmente são todos os filhos de Adão, especialmente, com respeito às coisas de deus; desde sua meninice, devagar para aprender o que é bom, embora impetuosamente propenso a aprender e praticar o que é mal". "(Jó 14:4) 'Quem do imundo tirará o puro? Ninguém'; e (Verso 15:14) ' Que é o homem, para que seja puro? E o que nasce da mulher, para ser justo?'. Eu junto esses, porque o último confirma o primeiro. Quem pode trazer uma coisa limpa', ou pessoa, 'de uma impura? Ninguém'. Isto é expresso. Jó refletira sobre o triste, incerto, e imperfeito estado de todos os filhos de Adão, no presente mundo. (Verso 14:1-3) 'O homem, nascido da mulher, é de poucos dias e farto de inquietação.

Sai como a flor, e murcha; foge também como a sombra, e não permanece. E sobre este tal abres os teus olhos, e a mim me fazes entrar no juízo contigo'. Então, ele carrega seus pensamentos para a fonte de tal estado, a corrupção original do homem. 'Quem', qual criatura, pode gerar uma pessoa inocente, e justa, procedente de pais corrompidos pelo pecado? 'Nenhuma'". "Embora em todas as Escrituras possamos observar que 'o pecado' está descrito como 'impureza', e um pecador como uma coisa impura. Ao contrário, santidade é expressa por 'limpeza' de coração e mãos; e o homem reto é descrito como limpo. De acordo com o que o texto afirma da impossibilidade natural de um homem nascer limpo, sem culpa, e sem pecado, porque ele procede daqueles que são impuros, culpados, e corrompidos pelo pecado". "O Septuaginto traduz o texto: 'Quem deverá ser limpo da sujeira? Ninguém; mesmo que sua vida sobre a terra seja um só dia'.

E esta versão, embora não de acordo com a hebraica, é seguida por todos os Antepassados; e mostra qual era a crença geral dos judeus, antes que Cristo viesse ao mundo". "Mas, uma vez que os céus e estrelas são representados como não puros, comprados com Deus, o homem também não pode ser aqui denominado impuro, apenas porque comparado com ele?'. Eu respondo:

(1) Os céus são manifestamente comparados com Deus; mas o homem não é, em qualquer um desses textos. Ele é aqui descrito, não em comparação a Deus, como ele é absolutamente em si mesmo.

(2) Quando 'os céus' e 'homem' são mencionados no mesmo texto, e o homem é mostrado como 'impuro', sua 'impureza' é expressa por ele ser 'iníquo', e isto sempre significa culpado ou pecador. Nem, de fato, a inocente fragilidade da humanidade foi, alguma vez, denominada 'impureza' nas Escrituras". "Observem, eu fui formado na iniqüidade, e no pecado minha mãe me concebeu' (salmos 51:5). O salmista aqui confessa, lamenta, e condena a si mesmo por sua corrupção natural, como aquela que principalmente deu origem aos pecados horríveis, com os quais ele havia sido surpreendido. 'Observem!'. Ele antepõe isto para deixar sua confissão mais notável, e para mostrar a importância da verdade aqui declarada: 'Eu fui formado'; este verbo passivo denota alguma coisa, pela qual nem Davi, nem seus pais tinham alguma preocupação efetiva: 'Na iniqüidade', ou com a iniqüidade; 'no pecado', ou com 'o pecado, minha mãe me concebeu'. A palavra a que atribuímos 'conceber', significa aquecer, ou cuidar, através do calor. Portanto, não diretamente se refere ao ato de conceber, como ao cuidado com o que é concebido, desde o momento de seu nascimento. Mas, qualquer que seja a maneira, a prova é igualmente forte para a corrupção da humanidade, desde sua primeira existência". "O pecaminoso é alienado, desde o ventre: Eles se extraviam, tão logo nascem, falando mentiras'. 'Eles são alienados, desde o útero'; (Salmos 58:3,4); estranhos e avessos à verdadeira religião prática, desde o nascimento. 'Eles se extraviam, tão logo nascem, falando mentiras'. Não que eles falem verdadeiramente mentiras, tão logo nasçam; mas naturalmente se inclinam a isto; e descobrem esta inclinação, tão cedo quanto possível".

"'A insensatez é certa no coração de uma criança; mas a vara de correção a dirigirá para longe dela'. (Provérbios 22:15). 'A vara e a reprovação trazem sabedoria: Mas uma criança entregue a si mesma, traz vergonha a sua mãe' (Verso 29:15). Essas palavras colocadas juntas são um claro testemunho da corrupção inata de jovens crianças. 'Insensatez', no anterior, não é meramente 'apetite, ou a falta de conhecimento alcançável pela instrução'. Nenhum desses merece aquela severa correção. Mas é relutância ao que é bom, e uma forte propensão ao mal. Esta 'insensatez é certa no coração de uma criança'; ela está enraizada em sua natureza íntima. Ela está, por assim dizer, 'presa a ela, por fortes cordas'; assim a palavra original significa". "Desta corrupção do coração, em cada criança, é que a 'vara de correção' é necessária, para dar 'sabedoria' a ela: Conseqüentemente, 'a criança entregue a si mesma', sem correção, 'traz vergonha para sua mãe'. Se uma criança nascesse igualmente inclinada à virtude e aos maus hábitos, porque o sábio falaria de insensatez, ou maldade, como presas tão intimamente ao seu coração? E por que 'a vara e a reprovação seria tão necessária a ele?'.

Esses textos, portanto, são prova clara da corrupção da natureza humana". "'Aquelas coisas que procedem da boca, vem do coração, e elas corrompem o homem' (Mateus 15:18, 19) 'Mas, o que sai da boca, procede do coração, e isso contamina o homem. Porque do coração procedem os maus pensamentos, mortes, adultérios, prostituição, furtos, falsos testemunhos e blasfêmias'; (Marcos 7:20-23) 'E dizia: O que sai do homem isso contamina o homem. Porque do interior do coração dos homens saem os maus pensamentos, os adultérios, as prostituições, os homicídios, Os furtos, a avareza, as maldades, o engano, a dissolução, a inveja, a blasfêmia, a soberba, a loucura. Todos estes males procedem de dentro e contaminam o homem'. Nosso Senhor ensina que todos os maus pensamentos, palavras e ações, de todos os tipos, fluem do coração; a alma do homem, sendo avessa a todo o bem, e inclinada a todo o mal. (Romanos 5:12-19) 'Portanto, como por um homem entrou o pecado no mundo, e pelo pecado a morte, assim também a morte passou a todos os homens por isso que todos pecaram. (...) Pois, assim como por uma só ofensa, veio o juízo sobre todos os homens para condenação; assim, também por um só ato de justiça, veio a graça sobre todos os homens para justificação de vida. Porque, como pela desobediência de um só homem, muitos foram feitos pecadores, assim, pela obediência de um homem, muitos serão feitos justos'.

Que o leitor, por favor, leia toda a passagem muito cuidadosamente. O Apóstolo aqui fala a respeito de Adão e Cristo, como dois representantes ou pessoas públicas, comparando o 'pecado' de um, com a 'retidão' do outro". "Sobre isto eu observo":

(1) "'Um homem', de que se fala, é Adão, o líder comum da humanidade: E a ele (não ao demônio ou Eva) os Apóstolos atribuem a introdução do 'pecado' e 'morte'. O diabo foi o primeiro pecador, e Eva, seduzida por ele, pecou antes de seu marido. Ainda assim, o Apóstolo diz: 'Através de um homem o pecado entrou no mundo; através da ofensa de um, muitos são mortos; o julgamento foi, através de um, para a condenação; a morte reinou, através de um.

Através da ofensa de um, o julgamento veio para todos os homens; através da desobediência de um homem, muitos foram feitos pecadores"."Agora, por que o Apóstolo colocaria tudo isto sobre Adão, cujo pecado foi posterior ao pecado do demônio e de Eva, se Adão foi designado por Deus, o líder federal da humanidade? Em respeito a que o Apóstolo o indica sozinho, como o tipo, ou 'figura Dele que estava por vir'. De acordo com a doutrina do Dr. Taylor, ele deveria antes ter dito: 'Através do diabo, o pecado entrou no mundo'; ou 'através da desobediência de Eva, muitos foram feitos pecadores'. Mas, em vez disto, ele preferiu sobre nosso primeiro pai somente, como alguém que trouxe o pecado e morte sobre toda sua posteridade'".

(2) "'O pecado, transgressão, ofensa, desobediência', aqui falada a respeito, foi o fato de Adão comer do fruto proibido. É notável, que como o Apóstolo, através de seu discurso denuncia um homem apenas, então, ele atribui todo o dano feito a uma simples ofensa daquele único homem. E como ele, então, permaneceu naquela relação especial de federal, assim como o líder natural de todos os seus descendentes, então, com o fato de ele cometer aquele único pecado, esta relação especial cessou".

(3) "Os 'todos', (Versos 12, 18), e os 'muitos', (Versos 15,19), são todos os descendentes naturais de Adão; equivalente com 'o mundo', (Verso 12), que significa os habitantes dele".

(4) "Os efeitos do pecado de Adão sobre seus descendentes, o Apóstolo resume em dois tópicos: pecado e morte.'Através de um homem, o pecado entrou no mundo, e a morte, através do pecado; e, assim, a morte passou para todos os homens, não obstante, todos pecaram'. 'Pecado', algumas vezes, significa 'punição', mas não aqui. 'Pecado' e 'morte' aqui estão plenamente distinguidos". "A tradução comum, portanto, está correta, e nos dá o verdadeiro significado das palavras. 'A morte passou para todos os homens, não obstante, todos pecaram'; ou seja, no primeiro pai, ou juntamente com ele. E isto concorda com o contexto, cujo sentido é que todos pecaram, e, estão, portanto, inclinados à morte originalmente ameaçada; o que fica evidente disto: Que 'até que a lei estivesse no mundo'; – nas épocas que precederam a lei de Moisés, todos os homens pecaram aos olhos de Deus: 'Mas o pecado não é imputado onde não existe lei'; -- ninguém pode ser pecador aos olhos de Deus, se eles não são transgressores de alguma lei, por causa da transgressão, pela qual eles são considerados culpados: 'Não obstante, a morte reinou', todo o tempo, 'desde Adão a Moisés, sobre toda a humanidade". "Agora, se ninguém está inclinado à morte, a não ser pelo pecado/ se 'o pecado não é imputado, onde não existe lei'; e se, não obstante tudo isto, toda a humanidade, em todas as épocas morreram; as próprias crianças, que não podem verdadeiramente pecar, sem exceção; é inegável, que a culpa é imputada para todos, por causa do pecado de Adão. Por que, ao contrário, eles estão inclinados àquilo que é infligido sobre ninguém, a não ser por causa do pecado?".

"Este é o significado do argumento do Apóstolo, (Versos 12-14), o que o tem conduzido a mencionar Adão, como uma figura de Cristo, ele, então, traça um paralelo entre eles; cuja essência é esta: Como através da 'ofensa de Adão, muitos estão mortos'; assim como 'através da desobediência dele, muitos são feitos pecadores; 'então, através da retidão ou 'obediência de Cristo, muitos são feitos retos'. Mas, como muitos são mortos, ou feitos pecadores, através da desobediência de Adão? Seu primeiro pecado, até onde ele afeta toda sua descendência, de maneira a constituí-los culpados, ou inclinados a toda aquela morte que estava contida na ameaça original"."Mas o Dr. Taylor assevera: 'Serem feitos pecadores, significa apenas estarem sujeitos à morte temporal'.

Eu respondo:

(1) 'O que quer que ela signifique, a desobediência de Adão tem influência própria, e causal sobre ela, exatamente como a obediência de Cristo tem sobre sermos feitos retos".

(2) "O que 'serem feitos pecadores' significa, deve ser aprendido do oposto disto, na última parte do verso. Agora, admitindo que o Apóstolo seja seu próprio interprete, 'serem feitos justos' é o mesmo que 'justificados', (Verso 16). Ele já tratou disto largamente. E, embora o todo de seu discurso: 'serem justificados', seja serem inocentados da culpa, e 'aceitos por Deus', como retos. Conseqüentemente, 'serem feitos pecadores' é serem 'condenados por Deus', ou serem 'filhos da ira', e isto por conta do pecado de Adão". "Através do homem veio a morte: Em Adão, todos morrem' (I Cor. 15:21-22). Que o leitor, por favor, tenha em mente o todo dos dois versos e o contexto. Por 'homem', no versículo vinte e três, quer se dizer, Adão. 'Todos' são todos seus descendentes naturais. Esses 'todos morrem', ou seja, como seus descendentes, estão propensos à morte, sim, à morte eterna. Que este é o significado aparece disto: Que o 'terem sido feitos vivos', ao qual este morrer permanece oposto, não é um mero recuperar a vida, mas uma ressurreição abençoada para uma imortalidade gloriosa".

"Conseqüentemente, eu observo:

(1) O homem era originalmente imortal, assim como justo. Neste estado primitivo, ele não estava propenso à morte.

(2) a morte constantemente se refere ao pecado, como a única e apropriada causa dela. Como ela foi ameaçada apenas para o pecado, então, a sentença não foi proferida, até que o homem pecou. (3) Todos os homens são mortais, desde seu nascimento. Tão logo começam a viver, eles estão inclinados á morte, à punição denunciada contra o pecado, e o pecado apenas.

(4) Este é o genuíno efeito do primeiro pecado de nosso primeiro pai. O Apóstolo não o atribui ao diabo; nem ele diz: 'Em Adão e Eva, todos morrem'. Mas aqui também ele menciona Adão simplesmente. Ele se refere a Adão, como 'um figura de Cristo' (Versos 45, 47, 48)". "E aqui, como o único autor da morte a todos os seus descendentes naturais. 'Em Adão', ou por conta de sua queda, 'toda' a humanidade, em todas as épocas, 'morrem'; conseqüentemente, nele, todos pecaram. Com ele, todos caíram em sua primeira transgressão.

O fato de que todos nascem propensos à punição legal do pecado demonstra que Adão é o federal, assim como o líder natural da humanidade; cujo pecado é, até ai, imputado a todos os homens, de maneira que eles nascem 'filhos da ira', e inclinados à morte"."Assim, eu considerei um largo número de textos que testifica o pecado original, imputado e inerente. Alguns são mais expressos que outros, de cujo tipo são (Jó 14:4) 'Quem do imundo tirará o puro? Ninguém'; (Salmos 51:5) 'Eis que em iniqüidade fui formado, e em pecado me concebeu minha mãe'; (Salmos 58:3) 'Alienam-se os ímpios desde a madre; andam errados desde que nasceram, falando mentiras'; (Romanos 5:12) 'Portanto, como por um homem entrou o pecado no mundo, e pelo pecado a morte, assim também a morte passou a todos os homens por isso que todos pecaram', etc; (I Cor. 15:22) 'Porque, assim como todos morrem em Adão, assim também todos serão vivificados em Cristo'; (Efésios 2:3) 'Entre os quais todos nós também antes andávamos nos desejos da nossa carne, fazendo a vontade da carne e dos pensamentos; e éramos por natureza filhos da ira, como os outros também'".

"Se em Efésios, ele nos oferece uma prova direta da doutrina completa. Aqueles em Romanos e Coríntios referem-se diretamente ao pecado original imputado, e são apenas provas conseqüentes da corrupção original. O restante se refere especificamente a isto, e é apenas prova conseqüente do pecado original imputado.

E como esta doutrina permanece inexpugnável, sobre as bases das Escrituras, então, está perfeitamente de acordo com a pura razão; como pode aparecer de alguns poucos argumentos claros, que confirmam esta doutrina bíblica".

(1) "Se o primeiro homem foi, através do propósito de Deus, como tem sido mostrado, o líder federal de todos seus descendentes, segue-se que, quando Adão pecou e caiu, todos pecaram nele, e caíram com ele. E se eles o fizeram, eles devem vir ao mundo, culpados e impuros. 'Mas nós não temos responsabilidade no pecado de Adão, e, portanto, não podemos ser culpados, por conta dele'". "Este, 'não temos responsabilidade nele', é ambíguo. Significa tanto que 'não nos juntamos verdadeiramente nele', o que ninguém nega, ou 'não estávamos envolvidos nele'; o contrário do que tem sido completamente provado".

(2) "Uma vez que a posteridade de Adão nasce propensa à morte, que é o 'salário' devido 'do pecado', segue-se que eles nascem pecadores. Nenhuma habilidade pode colocar de lado a conseqüência".

(3) "Tanto Cristo é o Salvador dos pequeninos, ou ele não é; se não for, como ele é 'o Salvador de todos os homens?'. Mas, se ele for, então, os pequeninos são pecadores; porque ele sofreu morte, pelos pecadores apenas. Ele 'veio para buscar e salvar', apenas 'aquele que estava perdido'; para 'salvar seu povo de seus pecados'. Segue-se, que os pequeninos são pecadores; que eles estão perdidos, e sem Cristo, estão perdidos para sempre".

(4) "A conseqüência da opinião contrária é completamente absurda":(i) "Se o pecado original não é, também a morte não é 'os salários do pecado', ou existe punição, sem culpa; Deus pune criaturas inocentes, sem culpa. Supor isto é imputar iniqüidade ao Altíssimo". (ii) "Se não somos pecadores pela natureza, existem ações pecaminosas, sem um princípio; fruto, crescendo, sem uma raiz. 'Não; os homens contraem hábitos pecaminosos por degraus, e, então, graduam-se pecadores'. Mas de onde é que eles contraem aqueles hábitos tão facilmente tão rapidamente? De onde é que, tão logo descobrimos a razão, descobrimos nossas disposições pecaminosas? Os recentes descobridores da razão provam um princípio da razão, plantado em nossa natureza. De igual maneira, os recentes descobridores das disposições pecaminosas provam aquelas disposições plantadas nele".(iii) "Se não estivéssemos destruídos pelo primeiro Adão, não seriamos recuperados pelo Segundo.

Se o pecado de Adão não foi imputado a nós, também não foi a retidão de Cristo". (iv) "Se nós não derivamos uma natureza corrupta de Adão, nós não derivamos uma nova natureza de Cristo". (v) "O negar o pecado original não apenas torna o batismo desnecessário com respeito aos pequeninos, mas representa uma grande parte da humanidade, como não tendo necessidade de Cristo, ou da graça da aliança intima. Eu agora falo dos pequeninos, em específico, que, se não são 'culpados, diante de Deus', não mais necessitam dos méritos e graça do Segundo Adão, do que os próprios brutos"."Por fim. Negar o pecado original contradiz o principal desígnio do evangelho, que é humilhar o homem vão, e atribuir à graça livre de Deus, não à livre vontade do homem, o todo de sua salvação.

Nem, de fato, podemos deixar esta doutrina seguir, sem desistirmos, ao mesmo tempo, da maior parte dos artigos essenciais da fé cristã, se não, de todos eles. Se desistirmos disto, não podemos defender quer a justificação, pelos méritos de Cristo, ou o renovar de nossas naturezas, através de seu Espírito.

O livro do Dr. Taylor não é, portanto, subversivo de um ramo em específico, mas de todo o sistema do Cristianismo".


John Wesley

Bíblia de Estudo Batalha Espiritual e Vitória Financeira?!


Uma "Bíblia de Estudo" que tenha como focos os temas "Batalha Espiritual e Vitória Financeira", assim juntos, não é para ser usada pelos justos.Não li e não gostei, mas fiquei envergonhado.

Israel Belo de Azevedo

Obs.: O título da publicação já mostra a que veio: é mais um item da crescente e milionária indústria da "auto-ajuda" evangélica.

Cristianismo confinado



Dietrich Bonhoeffer, Letters and Papers from Prison (Cartas e Documentos da Prisão).
Dietrich Bonhoeffer foi pastor, teólogo luterano e mártir alemão, nascido em 4 de Fevereiro de 1906 em Breslau, Alemanha. Em 1933, antes de Hitler ascender ao poder, Bonhoeffer então ministro na igreja luterana, já atacava o nazismo através do rádio. Os dois últimos anos da sua vida foram gastos em uma prisão de Berlim. Em 1945, ele foi executado acusado de ser cúmplice em um plano de matar Hitler.Durante o tempo que esteve na prisão Bonhoeffer escreveu um livro chamado Cartas e Documentos da Prisão. Para Bonhoeffer, a dependência na religião organizada tinha minado a fé genuína. Bonhoeffer pediria um novo cristianismo livre de individualismo e supernaturalismo metafísico. Deus, dizia Bonhoeffer, deve ser conhecido neste mundo como ele opera e interage com o homem na vida diária.
"Durante esses anos, a igreja vem lutando por sua autopreservação, como se isso fosse um fim em si mesmo e, conseqüentemente, perdeu a oportunidade de pronunciar uma palavra de reconciliação para a humanidade e para o mundo como um todo. Por isso, nossa linguagem tradicional se tornará inevitavelmente impotente e condenada ao silêncio; o Cristianismo ficará confinado às orações e a prática de boas obras em relação aos nossos irmãos e irmãs. O pensamento cristão, sua palavra e sua organização, precisam renascer a partir dessa oração e dessas obras.... Será uma nova linguagem.... a linguagem de uma nova justiça e verdade, que proclamam a paz de Deus com os homens e chegada de seu reino".

Paulo Silvano Cardoso

sábado, 25 de agosto de 2007

Crucificados por "cristãos"?!



Sentimentos de aflição e dor expressam a angústia dos cristãos que passam por algum tipo de injustiça nas mãos de outros crentes. A cada dia histórias desprezíveis e quase inacreditáveis de estragos profundos na vida de muitos de nossos irmãos são mais freqüentes; sem avaliar o dano que isto causa na vida destas tristes e abatidas pessoas, é que escrevo esta mensagem sobre desobediência e transgressão divina.
Para isso carecemos de um entendimento do tipo de movimento imperioso na qual vem se tornando extremamente popular em nosso ambiente, causando divergências e consequentemente um êxodo em massa destes cristãos amargurados de suas igrejas, ocasionando uma destruição que na maioria das vezes é irrecuperável.
A busca por informações confiáveis sobre esses fugitivos espirituais é cada vez mais difícil, devido ao fato da omissão de certos líderes, que tem habilidade de entusiasmar pessoas para trabalharem visando atingir aos objetivos identificados como sendo para o “bem comum”, quer por causa de sua influência pessoal ou “profissional” (estes preocupados com números, literalmente NÚMERO$).
Não tenho por interesse colocar aqui em prova a autoridade destes líderes, muito menos seus ministérios (escolhidos soberanamente por Deus), mas sim a obediência destes homens as doutrinas de Cristo. Exercem um cristianismo de aparência que não traz a real percepção de Deus, consideram-se doutrinadores e avivalistas, seus conceitos de fé são baseados conforme os seus desígnios, interpretando às Escrituras aprazer próprio. Tolerantes a qualquer problema existente na igreja, estes autocratas pelejam para que seus intentos não se percam, fazendo da igreja uma empresa. Estes propósitos peculiares nem sempre são aceitos por muitos na igreja, causando assim dissensão; devido à autoridade eclesiástica e a influência na congregação destes líderes, estes cristãos considerados “rebeldes”são alvos de ataques que vem de todos os lados (principalmente do púlpito). Estas lanças são arremessadas com muita indiferença e hostilidade, motivadas na maioria das vezes por inveja, fazem uma devastação terrível na comunhão da igreja. Fracos e abatidos muitos destes cristãos perseguidos infelizmente se desviam da fé, quando não arrastados pelos ventos de doutrinas que surgem a cada dia em todos os lugares.
Mas será que sempre foram assim? Porventura não foram engodados pelo poder e fama que seus ofícios podem ocasionar? Seria ambição de serem gigantes espirituais?
Para melhor meditarmos neste tema veremos o caso de um personagem bíblico muito conhecido, de um homem que tinha o perfil de liderança na qual estamos estudando, a saber: Saul.
Que tipo de líder era Saul? *Devemos analisá-lo não pelas críticas que ouvimos e nem pelos comentários de sua reputação, vamos apenas considerar os acontecimentos.*
Saul era um mancebo simples, humilde (característico à “homem do interior”), alto, de bom aspecto e muito benquisto. Procedia de uma boa linhagem (tribo de Benjamim) e tinha a árdua missão de unir a nação de Israel, após o período conturbado dos Juízes. Constrói um exército poderoso, consegue importantes vitórias militares sobre os filisteus e amonitas, o que garantiu ao povo de Israel um relativo período pacífico, consolidando um reino unido.
“Então o Espírito de Deus se apoderou de Saul, ouvindo estas palavras; e acendeu-se em grande maneira a sua ira.E tomou uma junta de bois, e cortou-os em pedaços, e os enviou a todos os termos de Israel pelas mãos dos mensageiros, dizendo: Qualquer que não seguir a Saul e a Samuel, assim se fará aos seus bois. Então caiu o temor do SENHOR sobre o povo, e saíram como um só homem.” I Sm 11:6.7.
Lembre-se que Saul foi batizado no Espírito; mas ainda foi um profeta (o Espírito vinha sobre ele com poder e autoridade)!
“Então chegarás ao outeiro de Deus, onde está a guarnição dos filisteus; e há de ser que, entrando ali na cidade, encontrarás um grupo de profetas que descem do alto, e trazem diante de si saltérios, e tambores, e flautas, e harpas; e eles estarão profetizando.E o Espírito do SENHOR se apoderará de ti, e profetizarás com eles, e tornar-te-ás um outro homem.E há de ser que, quando estes sinais te vierem, faze o que achar a tua mão, porque Deus é contigo.” I Sm 10:5,6,7.
Um líder escolhido e ungido de Deus!
“Então, tomou Samuel um vaso de azeite, e lho derramou sobre a cabeça, e beijou-o, e disse: Porventura não te ungiu o SENHOR por capitão sobre a sua herança?” I Sm 10:1.
A conclusão obtida é que a mudança de atitude do rei Saul desobedecendo ao Senhor, fizeram que em seu coração, antes, repleto do Santo Espírito de Deus agora habitasse a inveja, o ódio e tantos outros sentimentos que aniquilam o homem. Sendo assim muitos líderes contemporâneos também tomam deste cálice diabólico.
“Qualquer que odeia a seu irmão é homicida. E vós sabeis que nenhum homicida tem a vida eterna permanecendo nele. Conhecemos o amor nisto: que ele deu a sua vida por nós, e nós devemos dar a vida pelos irmãos.” I Jo 3:15,16.
O problema de Saul é que ele não quis renunciar a si próprio e tomar sua cruz!
“Então disse Jesus aos seus discípulos: Se alguém quiser vir após mim, renuncie-se a si mesmo, tome sobre si a sua cruz, e siga-me;” Mt 16:24
Por que caem os valentes como o rei Saul? Muito fácil, é que quando alcançam o poder, retificar a injustiça ocupa lugar secundário! Todos valentes são auto-suficientes, soberbos e ignoram a fragilidade e pequenez dos vasos! Não existe valente que não caia!
“E aquele que ouve estas minhas palavras, e não as cumpre, compará-lo-ei ao homem insensato, que edificou a sua casa sobre a areia; E desceu a chuva, e correram rios, e assopraram ventos, e combateram aquela casa, e caiu, e foi grande a sua queda.” Mt 7:26,27.
Devemos usar as armas que Deus nos concede para vencer esta batalha, e ao mesmo tempo ajudar cristãos feridos por estes líderes “segundo a ordem do rei Saul” a encontrar a restauração de suas vidas.
“Revesti-vos de toda a armadura de Deus, para que possais estar firmes contra as astutas ciladas do diabo.” Ef 6:11.

Eduardo Neves

JAMES ARMINIUS


ARMINIUS, JACÓ (Jakob Hermanss): Um teólogo holandês. Arminius nasceu em Oudewater (18 m. em direção ao leste e nordeste de Roterdã) em 10 de outubro de 1560 e morreu em Leiden em 19 de outubro de 1609. Após a morte prematura de seu pai ele foi morar com Rudolphus Snellius, professor em Marburg. Em 1576 retornou para casa e estudou teologia em Leiden sob Lambertus Danæus. Aqui ele passou seis anos, até que recebeu autorização dos burgomestres de Amsterdã para continuar seus estudos em Genebra e Basel sob Beza e Grynæus. Ele fez preleções sobre a filosofia de Petrus Ramus e a Epístola aos Romanos. Sendo chamado de volta pelo governo de Amsterdã, em 1588 ele foi nomeado pregador da congregação reformada. Durante os quinze anos que passou aqui, ele obteve o respeito de todos, mas suas concepções sofreram uma mudança. Sua exposição de Rm 7 e 9 e seu pronunciamento sobre a eleição e reprovação foram considerados ofensas. Seu colega, erudito mas irascível, Petrus Plancius se opôs a ele em particular. Disputas surgiram no consistório, que temporariamente foram impedidas pelos burgomestres.

Arminius foi suspeito de heresia porque considerava o consentimento com os livros simbólicos como não unificadores e estava pronto a conceder ao Estado mais poder nas questões eclesiásticas do que os rígidos calvinistas gostariam de admitir. Quando dois dos professores da Universidade de Leiden, Junius e Trelcatius, morreram (1602), os administradores chamaram Arminius; e Franciscus Gomarus, o único professor de teologia vivo, protestou, mas ficou satisfeito após uma entrevista com Arminius. O último assumiu suas obrigações em 1603 com um discurso sobre o ofício sumo sacerdotal de Cristo, e se tornou doutor em teologia. Mas as disputas dogmáticas foram renovadas quando Arminius realizou palestras públicas sobre a predestinação. Gomarus se opôs a ele e publicou outras teses. Sucedeu uma grande agitação na universidade e os estudantes foram divididos em dois partidos. Os ministros de Leiden e de outros locais participaram da controvérsia, que se tornou geral. Os calvinistas queriam que a questão fosse decidida por um sínodo geral, mas os Estados Gerais não queriam fazê-lo. Oldenbarneveldt, o estadista liberal holandês, deu em 1608 a ambos os oponentes oportunidade para defender suas opiniões diante da suprema corte, e o veredicto pronunciado foi que, visto que a controvérsia não tinha qualquer relação com os pontos principais relativos à salvação, cada um deveria ser indulgente com o outro. Mas Gomarus não se renderia. Até os Estados da Holanda tentaram realizar uma reconciliação entre os dois, e em agosto de 1609, ambos os professores e quatro ministros foram convidados para fazer novas negociações. As deliberações foram primeiro mantidas oralmente, sendo depois continuada por escrito, mas foram encerradas em outubro com a morte de Arminius.

Em suas Disputationes, que foram parcialmente publicadas durante sua vida, parcialmente após sua morte, e que incluíam toda a seção de teologia, assim como em alguns discursos e outros escritos, Arminius clara e diretamente definiu sua posição e expressou sua convicção. No geral estes escritos são um belo testemunho de sua erudição e sagacidade. A doutrina da predestinação pertencia aos ensinos fundamentais da Igreja Reformada; mas a concepção dela afirmada por Calvino e seus partidários, Arminius não poderia adotar como sua. Ele não queria seguir um desenvolvimento doutrinário que tornava Deus o autor do pecado e da condenação dos homens. Ele ensinava a predestinação condicional e atribuiu mais importância à fé. Ele não negava nem a onipotência de Deus nem sua livre graça, mas ele considerava que era seu dever preservar a honra de Deus, e enfatizar, baseado nas claras expressões da Bíblia, o livre-arbítrio do homem bem como a verdade da doutrina do pecado. Nestas coisas ele estava mais do lado de Lutero do que de Calvino e Beza, mas não pode ser negado que ele expressou outras opiniões que foram vigorosamente contestadas como sendo afastamentos da confissão e do catecismo. Seus seguidores expressaram suas convicções nos famosos cinco artigos que eles apresentaram diante dos Estados como sua justificação. Chamados de remonstrantes, por causa destas Remonstrantiæ, eles sempre se recusaram a ser chamados de arminianos.
Tradução: Paulo Cesar Antunes (arminianismo.com)

Eis o Sinal de Jonas!


"Deparou o SENHOR um grande peixe, para que tragasse a Jonas; e esteve Jonas três dias e três noites no ventre do peixe. Então, Jonas, do ventre do peixe, orou ao Senhor, seu Deus, e disse: Na minha angústia clamei ao SENHOR, e ele me respondeu; do ventre do abismo, gritei, e tu me ouviste a voz. Pois me lançaste no profundo do coração dos mares, e a corrente das águas me cercou; todas as tuas ondas e as tuas vagas passaram por cima de mim. Então, eu disse: lançado estou de diante dos teus olhos; tornarei, porventura, a ver o teu santo templo? As águas me cercaram até à alma, o abismo me rodeou; e as algas se enrolaram na minha cabeça. Desci até os fundamentos dos montes, desci até a terra, cujos ferrolhos se correram sobre mim, para sempre; contudo, fizeste subir da sepultura a minha vida, ó SENHOR, meu Deus! Quando, dentro de mim, desfalecia a minha alma, eu me lembrei do Senhor; e subiu a ti a minha oração, no teu santo templo. Os que se entregam à idolatria vã abandonam aquele que lhes é misericordioso. Mas, com a voz do agradecimento, eu te oferecerei sacrifício; o que votei pagarei. Ao SENHOR pertence a salvação! Falou, pois, o SENHOR ao peixe, e este vomitou a Jonas na terra" (Jn 1.17-2.10).
Quando os fariseus e escribas pediram um sinal especial ao Senhor Jesus, que O identificasse como Messias, Ele respondeu: "Uma geração má e adúltera pede um sinal; mas nenhum sinal lhe será dado, senão o do profeta Jonas. Porque assim como esteve Jonas três dias e três noites no ventre do grande peixe, assim o Filho do Homem estará três dias e três noites no coração da terra" (Mt 12.39-40).
Em todos os tempos os indivíduos, a ciência e a medicina fizeram a pergunta: "Como devemos lidar com a morte?" Alguém conseguiu resolver o problema da morte: Jesus Cristo. Ele, que é a própria vida, venceu a morte. Ele diz a toda pessoa: "...porque eu vivo, vós também vivereis" (Jo 14.19).
Uma vista geral da história judaica
Lemos em Jonas 1.17: "Deparou o SENHOR um grande peixe, para que tragasse Jonas; e esteve Jonas três dias e três noites no ventre do peixe." Deus tem a história de Israel em Suas mãos, como outrora cuidou de Jonas. Esse Seu povo da Antiga Aliança não está entregue ao arbítrio do mar das nações e nem está exposto à morte – embora no passado tenham morrido muitos judeus –, pois o Senhor dirige tudo da maneira como havia determinado de antemão em Sua determinação salvadora. Ernst Schrupp escreve a respeito:
A palavra profética conduz a história para o seu termo. Freqüentemente Israel torna-se culpado diante do seu Deus e é julgado por Ele devido a isso, mas continua sendo Seu povo, com o qual Deus continua fazendo história. E assim também é com a Igreja procedente dentre os judeus (Jo 4.22). Aqueles, no entanto, que lutam contra o povo de Deus, em última análise o fazem contra o Deus dele e Seu Ungido, o Messias Jesus Cristo. E eles ficam sob o domínio do adversário de Deus, sucumbem ao engano por meio do falso profeta, seguindo o anti-Messias.
As alianças de Deus com Israel (exceto a aliança do Sinai) são indissolúveis e não dependem de condições especiais:
• A Aliança Abrâmica (Gn 12;13;15;17) é indissolúvel.
• A chamada Aliança Palestina (Dt 30 1-10), as promessas de terra válidas para sempre, são indissolúveis.
• A Aliança Davídica (2 Sm 7; 1 Cr 17): Deus promete a Davi uma geração real que não terá fim, até o grande Rei Jesus Cristo. Esta aliança é indissolúvel.
• Também a "nova aliança" para o Milênio ("Na mente deles imprimirei as minhas leis...", veja Jr 31.31-33), é indissolúvel.
Não se pode exterminar esse povo. A história de Deus com os judeus continua. É o que também vemos no caso do profeta judeu Jonas: apesar de todos os empecilhos, Deus o levou ao ponto onde o queria desde o começo.
Jonas esteve "três dias e três noites no ventre do peixe." Também o povo judeu afundou no mar das nações. Os judeus mal eram percebidos. Por assim dizer, eles afundaram até ao nível da morte. Lembremo-nos apenas da terrível Inquisição, dos inumeráveis "pogroms" e da "solução final da questão judaica" no Holocausto. O povo judeu esteve praticamente morto na sepultura das nações. Apesar de tudo isso, eles foram protegidos de maneira maravilhosa por Deus. Justamente a chamada cristandade sempre lançou Israel ao mar e lhe roubou todas as promessas. Mas a situação tornar-se-á ainda pior!
Quando Jonas esteve no ventre do grande peixe, está escrito: "Então, Jonas, do ventre do peixe, orou ao Senhor, seu Deus, e disse: Na minha angústia clamei ao SENHOR, e ele me respondeu; do ventre do abismo, gritei, e tu me ouviste a voz. Pois me lançaste no profundo do coração dos mares, e a corrente das águas me cercou; todas as tuas ondas e as tuas vagas passaram por cima de mim. Então, eu disse: lançado estou de diante dos teus olhos; tornarei, porventura, a ver o teu santo templo? As águas me cercaram até à alma, o abismo me rodeou; e as algas se enrolaram na minha cabeça. Desci até os fundamentos dos montes, desci até a terra, cujos ferrolhos se correram sobre mim, para sempre" (Jn 2.1-6a). Nessa oração de Jonas já foi descrita a oração de sempre dos judeus na Diáspora (Dispersão), mas que atingirá seu ponto culminante somente "no fim dos dias". Pois, segundo meu entendimento, esses versículos descrevem – além da Diáspora e depois dela – o tempo ainda muito pior que está por vir para o povo judeu, ou seja, a Grande Tribulação ou angústia. O Senhor Jesus profetizou a respeito: "porque nesse tempo haverá grande tribulação, como desde o princípio do mundo até agora não tem havido e nem haverá jamais. Não tivessem aqueles dias sido abreviados, ninguém seria salvo; mas, por causa dos escolhidos, tais dias serão abreviados" (Mt 24.21-22). Nessa tribulação o remanescente de Israel orará exatamente da mesma maneira como Jonas outrora: "Na minha angústia, clamei ao SENHOR, e ele me respondeu; do ventre do abismo, gritei, e tu me ouviste a voz." Na Grande Tribulação ou angústia eles invocarão o Senhor como Redentor e serão salvos: "Por isso, está longe de nós o juízo, e a justiça não nos alcança; esperamos pela luz, e eis que há só trevas, pelo resplendor, mas andamos na escuridão. Apalpamos as paredes como cegos, sim, como os que não têm olhos, andamos apalpando; tropeçamos ao meio-dia como nas trevas e entre os robustos somos como mortos... Porque as nossas transgressões se multiplicam perante ti, e os nossos pecados testificam contra nós; porque as nossas transgressões estão conosco, e conhecemos as nossas iniqüidades... Temerão, pois, o nome do SENHOR desde o poente e a sua glória, desde o nascente do sol; pois virá como torrente impetuosa, impelida pelo Espírito do SENHOR. Virá o Redentor a Sião e aos de Jacó que se converterem, diz o SENHOR" (Is 59.9-10;12;19-20). Depois de ter orado, Jonas experimentou salvação maravilhosa: "fizeste subir da sepultura a minha vida, ó SENHOR, meu Deus!" (Jn 2.6b). Segundo o meu entendimento, aqui é descrito o começo do restabelecimento de Israel, como já o encontramos em nossos dias: o nascimento de uma nova geração em sua própria terra, que Deus o Senhor tirou da sepultura das nações. E isso conduzirá mais tarde também para o restabelecimento espiritual de Israel, para o qual aponta o versículo 10: "Falou, pois, o SENHOR ao peixe, e este vomitou a Jonas na terra." Saindo do ventre da morte, Jonas encontra a nova vida, para servir ao mundo das nações, como já deveria ter feito antes.
Examinemos a seguir as duas fases da renovação do Estado judeu:

O restabelecimento nacional de Israel

Em Ezequiel 37.12-13 lemos a respeito: "Portanto, profetiza e dize-lhes: Assim diz o SENHOR Deus: Eis que abrirei a vossa sepultura, e vos farei sair dela, ó povo meu, e vos trarei para a terra de Israel. Sabereis que eu sou o SENHOR quando eu abrir a vossa sepultura e vos fizer sair dela, ó povo meu." Diante da súplica dos judeus, dos quais foram mortos seis milhões no Holocausto, o Senhor intervirá a Seu tempo de maneira maravilhosa. Isso já nos é mostrado antecipadamente na vida de Jonas: "Quando, dentro de mim, desfalecia a minha alma, eu me lembrei do SENHOR; e subiu a ti a minha oração, no teu santo templo" (Jn 2.7). Esse atendimento a partir do "santo templo" simboliza a volta de Jesus para a salvação do Seu povo. E Jonas representa essa esperança como figura do remanescente de Israel (v. 4).
Malaquias profetiza: "...de repente, virá ao seu templo o Senhor, a quem vós buscais. o Anjo da Aliança, a quem vós desejais; eis que ele vem, diz o SENHOR dos Exércitos" (Ml 3.1). Jesus sairá do templo celestial de Deus, voltará para o Seu povo e então se assentará no templo em Jerusalém. Em Apocalipse 11.19 está escrito: "Abriu-se, então, o santuário de Deus, que se acha no céu, e foi vista a arca da Aliança no seu santuário, e sobrevieram relâmpagos, vozes, trovões, terremoto e grande saraivada." Jesus voltará a fim de concluir a aliança com o Seu povo.
O profeta diz em Jonas 2.8: "Os que se entregam à idolatria vã, abandonam aquele que lhes é misericordioso." Por que Jonas teve que intercalar essas palavras na sua oração? Porque ele era uma figura profética e assim apontou para o antigo povo da aliança de Deus. No tempo da Grande Tribulação os judeus, ou seja, os israelitas reconhecerão o que negligenciaram e por que tiveram que passar por essa angústia. Eles abandonaram a misericórdia, porque colocaram os seus mandamentos humanos e acréscimos (Talmude) acima de Jesus, a quem rejeitaram. Assim eles continuaram presos à lei e perderam a graça. A aliança sinaítica não os pode conduzir à salvação. Samuel teve de dizer ao desobediente rei Saul: "Porque a rebelião é como o pecado de feitiçaria, e a obstinação é como a idolatria e culto aos ídolos do lar" (1 Sm 15.23).
Lemos em Romanos 11.7: "Que diremos, pois? O que Israel busca, isso não conseguiu; mas a eleição o alcançou; e os mais foram endurecidos." Isso significa: o remanescente do povo judeu alcançará o que muitos dentre eles perderam ou abandonaram por desobediência ou incredulidade. Nas palavras: "...a eleição o alcançou", é descrita a volta do remanescente. "...e os mais foram endurecidos", refere-se àqueles que buscaram sua ajuda com as nações, em vez de procurá-la com o Deus vivo. Esses líderes judeus estenderão os seus braços para o falso cristo e farão aliança com ele (Is 28.14-16; Dn 9.27). Provavelmente ainda será construído um templo ou algo semelhante, no qual será colocado o "abominável da desolação" [um ídolo] (Dn 9.27;Mt 24.15).
No meu entender essa intercalação (Jn 2.8) está ali para mostrar como na Grande Tribulação muitos de Israel voltarão para o Senhor, mas outros dentre esse povo se afastarão de Deus nessa época (veja Dn 12.1,4,10; Mt 24.9-11). Em relação a esse tempo do fim a Bíblia sempre nos apresenta os dois aspectos. Por um lado, ela diz: "Fora ficam os cães, os feiticeiros, os impuros, os assassinos, os idólatras e todo aquele que ama e pratica a mentira" (Ap 22.15). Por outro lado, ela fala da volta dos pecadores e filhos de Deus desobedientes. Isso transparece profeticamente em Jonas 2.9-10: "Mas, com a voz do agradecimento, eu te oferecerei sacrifício; o que votei pagarei. Ao SENHOR pertence a salvação! Falou, pois, o SENHOR ao peixe, e este vomitou a Jonas na terra." Assim como Jonas, pelo arrependimento, encontrou o caminho de volta para cumprir a missão que Deus lhe dera, um grande remanescente de Israel encontrará o caminho de volta para o sacrifício verdadeiro, o sacrifício na cruz do Calvário, ao Homem que morreu nela. Eles encontrarão sua salvação no Senhor e O louvarão por isso. Eles encontrarão o caminho de volta à fé dos seus pais e renascerão espiritualmente. Assim eles voltarão para a vocação inicial, de se tornarem uma bênção para as nações.
No segundo capítulo de Jonas a Bíblia nos dá uma visão profética antecipada sobre os dois restabelecimentos de Israel. Aqui vemos o milagre da profecia e dos atos de salvação de Deus. Pois primeiro, quando ainda estava no ventre do peixe, Jonas disse: "...contudo, fizeste subir da sepultura a minha vida. ó Senhor, meu Deus" (Jn 2.6)., o que tornou-se realidade visível somente mais tarde: "Mas, com a voz do agradecimento, eu te oferecerei sacrifício; o que votei pagarei. Ao SENHOR pertence a salvação! Falou, pois, o SENHOR ao peixe, e este vomitou a Jonas na terra" (vv. 9-10). No versículo 6 é descrito de maneira profética o começo do restabelecimento de Israel (restabelecimento nacional), que presenciamos hoje em dia, e os versículos 9-10 falam do restabelecimento espiritual definitivo de Israel, que veremos a seguir.

O restabelecimento espiritual de Israel

Sobre o restabelecimento espiritual que seguirá ao restabelecimento nacional, está escrito: "Sabereis que eu sou o SENHOR, quando eu abrir a vossa sepultura e vos fizer sair dela, ó povo meu. Porei em vós o meu Espírito, e vivereis, e vos estabelecerei na vossa própria terra. Então, sabereis que eu, o SENHOR, disse isto e o fiz, diz o SENHOR" (Ez 37.13-14). Para este restabelecimento final todos os judeus de todas as nações serão trazidos de volta: "...e os tornarei a ajuntar para voltarem à sua terra, e que lá não deixarei a nenhum deles" (Ez 39.28). Somente então, quando o Senhor Jesus tiver voltado em grande poder e glória, cumprir-se-á a palavra de Mateus 24.31: "E ele enviará os seus anjos, com grande clangor de trombeta, os quais reunirão os seus escolhidos, dos quatro ventos, de uma a outra extremidadedos céus" (veja Is 11.11-12; Jr 23.3-8; Ez 39.25-29).
Jonas esteve três dias no ventre do peixe até ser definitivamente restabelecido. É muito interessante que – antes de chegar a louvar a Deus (Jn 2.9-10) – ele já confessou: "...contudo, fizeste subir da sepultura a minha vida, ó SENHOR, meu Deus" (Jn 2.6). Constatamos que o versículo 6 representa a atual situação de Israel, o ser retirado da sepultura das nações, a fim de tornar-se novamente uma nação própria e viva: o restabelecimento nacional; e depois, nos versículos 9-10, o restabelecimento espiritual.
O restabelecimento de Israel ocorreu no fim de "dois dias". Será que o restabelecimento espiritual acontecerá no terceiro dia? De qualquer forma, a palavra profética diz: "Depois de dois dias, nos revigorará; ao terceiro dia, nos levantará, e viveremos diante dele. Conheçamos e prossigamos em conhecer ao SENHOR; como a alva, a sua vinda é certa; e ele descerá sobre nós como a chuva, como chuva serôdia que rega a terra" (Os 6.2-3). Depois de dois dias, Deus o Senhor levou os judeus ao restabelecimento nacional. E no terceiro dia eles viverão diante da Sua face, assim como Jonas saiu das trevas do peixe e voltou novamente à luz diante da face do Senhor.
Aqui devemos deixar bem claro, e na verdade não se pode salientar o suficiente: a volta dos israelitas para a Terra Prometida, que presenciamos em nossos dias, é da maior importância! Por quê? Porque por meio dela se cumpre a primeira fase das promessas de Deus a Israel, e assim é preparado o terreno para a última fase do tempo do fim.

Jesus na história de Jonas

A base ou a condição para a futura salvação de Israel consiste na morte e na ressurreição de Jesus. Cristo é o consumador de tudo para o qual Jonas foi apenas uma fraca imagem.
O próprio Jesus é o "sinal de Jonas", do qual Ele falou: "...mas nenhum sinal lhe será dado, senão o do profeta Jonas. Porque assim como esteve Jonas três dias e três noites no ventre do grande peixe, assim o Filho do Homem estará três dias e três noites no coração da terra" (Mt 12.39-40). O Senhor relacionou Sua morte e Sua ressurreição à história de Jonas. Portanto, não existe nenhuma dúvida de que Jonas 2 fala com profundeza profética sobre Jesus, o Filho de Deus sem pecado. Além disso, a Bíblia Anotada por Scofield diz sobre essa passagem:
O fato de que, nesta passagem-chave em que nosso Senhor usa a experiência de Jonas para predizer o Seu sepultamento, as quatro outras referências – isto é, aos homens de Nínive, à rainha de Sabá, a Salomão e ao próprio Cristo ("maior do que Salomão") – são claramente históricas, confirma a historicidade de Jonas. Pois é altamente improvável que o Senhor incluísse uma figura mitológica, como alguns chamam Jonas, no mesmo contexto com estas quatro referências históricas.
Assim como a primeira vinda de Jesus há 2000 anos e sua morte na cruz dividem a história de Israel – 2000 anos a.C. e 2000 anos d.C. –, Jonas 2 divide a história desse profeta em duas partes. Em Jonas 2.2-6a vemos profeticamente a profunda dor da alma de Jesus na Sua separação do Pai. Ele, o Imortal, entregou-se à morte, foi derramado na garganta da morte por nós. Ele, o Criador, foi devorado pela criatura. Assim também as palavras de Jonas estão cheias de declarações dos Salmos que se referem ao Messias:
• "Na minha angústia clamei ao SENHOR, e ele me respondeu; do ventre do abismo, gritei, e tu me ouviste a voz" (Jn 2.2).
De Jesus está escrito profeticamente no Salmo 22: "Deus meu, clamo de dia, e não me respondes; também de noite, porém não tenho sossego. Não te distancies de mim, porque a tribulação está próxima, e não há quem me acuda. Tu, porém, SENHOR, não te afastes de mim; força minha, apressa-te em socorrer-me. Salva-me das fauces do leão e dos chifres dos búfalos; sim, tu me respondes. Pois não desprezou, nem abominou a dor do aflito, nem ocultou dele o rosto, mas o ouviu, quando lhe gritou por socorro" (vv. 2,11,19,21,24).
• Jonas disse: "Pois me lançaste no profundo, no coração dos mares, e a corrente das águas me cercou; todas as tuas ondas e as tuas vagas passaram por cima de mim" (Jn 2.3).
O Salmo 22.14 diz sobre o Filho de Deus: "Derramei-me como água, e todos os meus ossos se desconjuntaram; meu coração fez-se como cera, derreteu-se dentro de mim." O juízo de Deus que era destinado para nós, derramou-se sobre Jesus; Ele o suportou por amor, por livre vontade.
• "Lançado estou de diante dos teus olhos; tornarei, porventura, a ver o teu santo templo" (Jn 2.4).
Que horas mais terríveis o Senhor Jesus passou, até que afinal clamou em alta voz: "Deus meu, Deus meu, por que me desamparaste?" (Sl 22.1; Mt 27.46). Não obstante, vemos em tudo a confiança de Jesus firme como uma rocha no seu Pai.
• "As águas me cercaram até a alma, o abismo me rodeou; e as algas se enrolaram na minha cabeça" (Jn 2.5).
Paralelamente está escrito no Salmo 22.14: "Derramei-me como água, e todos os meus ossos se desconjuntaram; meu coração fez-se como cera, derreteu-se dentro de mim" (veja também o versículo 21).
• Jonas disse: "Desci até aos fundamentos dos montes, desci até à terra, cujos ferrolhos se correram sobre mim" (Jn 2.6a).
O Salmo 22.15 diz sobre Jesus: "Secou-se o meu vigor, como um caco de barro, e a língua se me apega ao céu da boca; assim, me deitas no pó da morte."
• Jonas 2.6b e os versículos 8-10 indicam a ressurreição de Jesus e a Sua vitória: "fizeste subir da sepultura a minha vida, ó SENHOR, meu Deus... Falou, pois, o SENHOR ao peixe, e este vomitou a Jonas na terra" (Jn 2.6b e 10), o que também está expresso profeticamente no Salmo 22.
A sepultura teve que devolver Jesus. Ele ressuscitou! O Salmo 22.22 diz: "A meus irmãos declararei o teu nome; cantar-te-ei louvores no meio da congregação." Sobre o sepulcro selado e a ressurreição de Jesus é relatado em Mateus 28.2,5-6: "E eis que houve um grande terremoto; porque um anjo do Senhor desceu do céu, chegou-se, removeu a pedra e assentou-se sobre ela... Mas o anjo, dirigindo-se às mulheres, disse: Não temais; porque sei que buscais Jesus, que foi crucificado. Ele não está aqui; ressuscitou, como tinha dito. Vinde ver onde ele jazia." À morte de Jesus seguiu a manhã da Páscoa. A pedra foi arrancada da Sua sepultura. A única coisa que restou aos soldados romanos que estavam guardando o sepulcro foi a impotência. Jesus saiu da sepultura, procurou Seus discípulos e a mensagem se propagou muito rapidamente: "Ele ressuscitou! Ele é o Príncipe da vida, o Vencedor sobre a morte!" E o Novo Testamento diz: "Jesus venceu o poder da morte!"
• Lemos em Jonas 2.8: "Os que se entregam à idolatria vã abandonam aquele que lhes é misericordioso".
Na morte de Jesus irrompe a graça. Aquele que deixa os ídolos e se volta para Jesus experimenta a graça de Deus. No Salmo 22.26 está escrito: "Os sofredores hão de comer e fartar-se; louvarão o SENHOR os que o buscam. Viva para sempre o vosso coração."
• Jonas disse: "Mas, com a voz do agradecimento, eu te oferecerei sacrifício; o que votei pagarei. Ao SENHOR pertence a salvação" (Jn 2.9).
Jonas é um maravilhoso tipo de Jesus Cristo, o Enviado de Deus, Aquele que ressuscitou dentre os mortos para trazer a salvação às nações. Tudo isso resultará na gloriosa volta de Jesus, que é aludida no Salmo 22.28: "Pois do SENHOR é o reino, é ele quem governa as nações."
A mensagem de Deus à humanidade
Falamos sobre o restabelecimento de Israel e sobre a morte e ressurreição de Jesus Cristo. Mas sem demora o Senhor virá para o arrebatamento da Sua Igreja. Pois se atualmente vemos o restabelecimento nacional de Israel, sabemos que também o seu restabelecimento espiritual está por acontecer. Antes, porém, o Senhor virá para a Sua Igreja, a fim de levá-la para a casa do Pai.
Deus não nos transmitiu a história de Jonas apenas como uma narrativa bonita. Não, pelo contrário, por meio dela o Senhor dirige de maneira profética uma mensagem inequívoca à humanidade, isto é: Jesus vive! Ele quer nos dizer que a cabeça da serpente foi pisada, o pecado está vencido e foi tirado o poder da morte (2 Tm 1.10).
Jesus Cristo é o sinal de salvação para todo aquele que nEle crê. Eis o sinal de Jonas! Na morte e na ressurreição de Jesus está contida toda a graça de Deus para nós.
Deus manda dizer-nos: afastem-se de tudo que nega a Jesus! Afastem-se dos gurus dos homens, e voltem-se para a graça de Jesus! Os homens sempre nos decepcionarão, mas Jesus jamais! Antes da crucificação, apontando para Ele, Pilatos disse: "Eis o homem!" (Jo 19.5). Mas Jesus foi e é incomparável, Ele é verdadeiro Deus e verdadeiro homem ao mesmo tempo.
Por que será que o Senhor fez que ficasse intercalada na oração de Jonas a frase: "Os que se entregam à idolatria vã abandonam aquele que lhes é misericordioso" Jn 2.9)? Porque Ele quer mostrar o que é graça e o que nos impede de desfrutar a graça. Vamos repetir: a graça está contida única e exclusivamente na morte e na ressurreição de Jesus. Mas o empecilho para o recebimento da salvação consiste em não estar disposto a abandonar tudo e entregar nossa vida totalmente a Ele. Quem não faz isso, fatalmente fracassará. A futilidade deste mundo passa, aquele, porém, que faz a vontade de Deus permanece eternamente (veja 1 Jo 2.17).
O que você não quer abandonar? Onde está a sua Nínive? Não existe nada pior do que recusar a graça de Deus oferecida em Jesus Cristo. Isso é pior do que perder um filho ou uma filha. É o que se vê claramente na reação do sumo sacerdote Eli, quando um mensageiro lhe disse: "Israel fugiu de diante dos filisteus, houve grande morticínio entre o povo, e também os teus dois filhos, Hofni e Finéias, foram mortos, e a arca de Deus foi tomada. Ao fazer ele menção da arca de Deus" (= a glória de Israel) "caiu Eli da cadeira para trás, junto ao portão, e quebrou-se-lhe o pescoço, e morreu" (1 Sm 4.17-18; veja também os vv. 20-21).
A verdade é que Jesus vive – então cada um de nós precisa dEle para viver. Portanto, venha à graça, agora!
Norbert Lieth