sábado, 25 de agosto de 2007

Crucificados por "cristãos"?!



Sentimentos de aflição e dor expressam a angústia dos cristãos que passam por algum tipo de injustiça nas mãos de outros crentes. A cada dia histórias desprezíveis e quase inacreditáveis de estragos profundos na vida de muitos de nossos irmãos são mais freqüentes; sem avaliar o dano que isto causa na vida destas tristes e abatidas pessoas, é que escrevo esta mensagem sobre desobediência e transgressão divina.
Para isso carecemos de um entendimento do tipo de movimento imperioso na qual vem se tornando extremamente popular em nosso ambiente, causando divergências e consequentemente um êxodo em massa destes cristãos amargurados de suas igrejas, ocasionando uma destruição que na maioria das vezes é irrecuperável.
A busca por informações confiáveis sobre esses fugitivos espirituais é cada vez mais difícil, devido ao fato da omissão de certos líderes, que tem habilidade de entusiasmar pessoas para trabalharem visando atingir aos objetivos identificados como sendo para o “bem comum”, quer por causa de sua influência pessoal ou “profissional” (estes preocupados com números, literalmente NÚMERO$).
Não tenho por interesse colocar aqui em prova a autoridade destes líderes, muito menos seus ministérios (escolhidos soberanamente por Deus), mas sim a obediência destes homens as doutrinas de Cristo. Exercem um cristianismo de aparência que não traz a real percepção de Deus, consideram-se doutrinadores e avivalistas, seus conceitos de fé são baseados conforme os seus desígnios, interpretando às Escrituras aprazer próprio. Tolerantes a qualquer problema existente na igreja, estes autocratas pelejam para que seus intentos não se percam, fazendo da igreja uma empresa. Estes propósitos peculiares nem sempre são aceitos por muitos na igreja, causando assim dissensão; devido à autoridade eclesiástica e a influência na congregação destes líderes, estes cristãos considerados “rebeldes”são alvos de ataques que vem de todos os lados (principalmente do púlpito). Estas lanças são arremessadas com muita indiferença e hostilidade, motivadas na maioria das vezes por inveja, fazem uma devastação terrível na comunhão da igreja. Fracos e abatidos muitos destes cristãos perseguidos infelizmente se desviam da fé, quando não arrastados pelos ventos de doutrinas que surgem a cada dia em todos os lugares.
Mas será que sempre foram assim? Porventura não foram engodados pelo poder e fama que seus ofícios podem ocasionar? Seria ambição de serem gigantes espirituais?
Para melhor meditarmos neste tema veremos o caso de um personagem bíblico muito conhecido, de um homem que tinha o perfil de liderança na qual estamos estudando, a saber: Saul.
Que tipo de líder era Saul? *Devemos analisá-lo não pelas críticas que ouvimos e nem pelos comentários de sua reputação, vamos apenas considerar os acontecimentos.*
Saul era um mancebo simples, humilde (característico à “homem do interior”), alto, de bom aspecto e muito benquisto. Procedia de uma boa linhagem (tribo de Benjamim) e tinha a árdua missão de unir a nação de Israel, após o período conturbado dos Juízes. Constrói um exército poderoso, consegue importantes vitórias militares sobre os filisteus e amonitas, o que garantiu ao povo de Israel um relativo período pacífico, consolidando um reino unido.
“Então o Espírito de Deus se apoderou de Saul, ouvindo estas palavras; e acendeu-se em grande maneira a sua ira.E tomou uma junta de bois, e cortou-os em pedaços, e os enviou a todos os termos de Israel pelas mãos dos mensageiros, dizendo: Qualquer que não seguir a Saul e a Samuel, assim se fará aos seus bois. Então caiu o temor do SENHOR sobre o povo, e saíram como um só homem.” I Sm 11:6.7.
Lembre-se que Saul foi batizado no Espírito; mas ainda foi um profeta (o Espírito vinha sobre ele com poder e autoridade)!
“Então chegarás ao outeiro de Deus, onde está a guarnição dos filisteus; e há de ser que, entrando ali na cidade, encontrarás um grupo de profetas que descem do alto, e trazem diante de si saltérios, e tambores, e flautas, e harpas; e eles estarão profetizando.E o Espírito do SENHOR se apoderará de ti, e profetizarás com eles, e tornar-te-ás um outro homem.E há de ser que, quando estes sinais te vierem, faze o que achar a tua mão, porque Deus é contigo.” I Sm 10:5,6,7.
Um líder escolhido e ungido de Deus!
“Então, tomou Samuel um vaso de azeite, e lho derramou sobre a cabeça, e beijou-o, e disse: Porventura não te ungiu o SENHOR por capitão sobre a sua herança?” I Sm 10:1.
A conclusão obtida é que a mudança de atitude do rei Saul desobedecendo ao Senhor, fizeram que em seu coração, antes, repleto do Santo Espírito de Deus agora habitasse a inveja, o ódio e tantos outros sentimentos que aniquilam o homem. Sendo assim muitos líderes contemporâneos também tomam deste cálice diabólico.
“Qualquer que odeia a seu irmão é homicida. E vós sabeis que nenhum homicida tem a vida eterna permanecendo nele. Conhecemos o amor nisto: que ele deu a sua vida por nós, e nós devemos dar a vida pelos irmãos.” I Jo 3:15,16.
O problema de Saul é que ele não quis renunciar a si próprio e tomar sua cruz!
“Então disse Jesus aos seus discípulos: Se alguém quiser vir após mim, renuncie-se a si mesmo, tome sobre si a sua cruz, e siga-me;” Mt 16:24
Por que caem os valentes como o rei Saul? Muito fácil, é que quando alcançam o poder, retificar a injustiça ocupa lugar secundário! Todos valentes são auto-suficientes, soberbos e ignoram a fragilidade e pequenez dos vasos! Não existe valente que não caia!
“E aquele que ouve estas minhas palavras, e não as cumpre, compará-lo-ei ao homem insensato, que edificou a sua casa sobre a areia; E desceu a chuva, e correram rios, e assopraram ventos, e combateram aquela casa, e caiu, e foi grande a sua queda.” Mt 7:26,27.
Devemos usar as armas que Deus nos concede para vencer esta batalha, e ao mesmo tempo ajudar cristãos feridos por estes líderes “segundo a ordem do rei Saul” a encontrar a restauração de suas vidas.
“Revesti-vos de toda a armadura de Deus, para que possais estar firmes contra as astutas ciladas do diabo.” Ef 6:11.

Eduardo Neves