segunda-feira, 15 de setembro de 2008

Discipulado de raiz


O primeiro título conferido por Jesus aos seus seguidores foi o de discípulos. Originalmente, eram doze os discípulos apóstolos. Depois, conforme o relato de Lucas 10, o número chegou a setenta e dois. No início da Igreja Primitiva, já eram 120, de acordo com Atos 1.15. Depois da descida do Espírito Santo no dia de Pentecostes, seu número cresceu para quase 3 mil discípulos, e logo chegariam a 5 mil. E a história do cristianismo estava apenas começando!

O que teria gerado tanto crescimento e avanço missionário há mais de 2 mil anos? Algumas respostas são claras e aplicáveis ainda hoje, em pleno século 21, para a prática de um discipulado eficiente:

1 – O projeto original de discipulado foi muito bem implementado

Ao escolher seus seguidores, Jesus dependeu totalmente do Pai. A Bíblia nos informa que Ele passou muito tempo em oração na presença de Deus, buscando a sua direção. Até hoje, o processo de seleção é definidor do sucesso ou não do discipulado na igreja local.

2 – Jesus ficou à frente de seu projeto

Cristo nunca confiou o comando da Grande Comissão a nenhum apóstolo, nem mesmo a Pedro, seu mais próximo colaborador. Ele implantou e permaneceu à frente da obra de discipulado enquanto viveu na Terra, por meio do Espírito Santo. Sem o Espírito Santo como encorajador e confirmador da vontade do Pai, tudo teria acabado no meio do primeiro século.

3 – Os discípulos de Jesus comprometeram-se com a obra

O grande mandamento aponta para o verdadeiro amor a Deus: de todo o coração, de todo o entendimento, de toda a alma e com todas as forças, conforme Marcos 12.30. A obra do Senhor aponta para a responsabilidade missionária individual e também coletiva, bem como para o cuidado com os novos na fé: “E as palavras que me ouviu dizer na presença de muitas testemunhas, confia-as a homens fiéis que sejam também capazes de ensinar outros” (II Timóteo 2.2).

4 – Os discípulos primitivos desejaram e buscaram enchimento do Espírito Santo

Os primeiros seguidores de Jesus sabiam que, se não fossem cheios do Espírito Santo, deixariam brechas para Satanás. A orientação paulina fazia sentido para eles: “Não se embriaguem com vinho, que leva a libertinagem, mas deixem-se encher pelo Espírito”. O testemunho narrado por Lucas em Atos 13.52 confirma a opção deles: “Os discípulos continuavam cheios de alegria e do Espírito Santo”.

Maturidade cristã não acontece automaticamente. É preciso conversão, compromisso diário com Jesus, disciplina pessoal, coração suscetível ao ensino e genuína humildade para aprendermos uns com os outros. Este aprendizado relacional rumo ao progresso espiritual só é possível por meio de pequenos grupos, onde discipuladores e discipulandos se encontram a cada semana. Só experimenta o que Deus pode fazer quem se disponibiliza para tanto. E quando o varejo alcança qualidade, todo o atacado alcança maturidade. Nenhum fazendeiro cuida do seu cafezal no atacado; ele cuida bem de cada pé de café, e assim a sua safra fica garantida todos os anos. A Igreja do Senhor é semelhante a um rebanho. Cuidemos bem de cada ovelha e todo o rebanho de Jesus será saudável e multiplicador.

Elmiro de Oliveira
Pastor, missionário de Servindo Pastores e Líderes (Sepal) e ministro de discipulado na Primeira Igreja Batista no Irajá, no Rio de Janeiro