tag:blogger.com,1999:blog-30475293789737293802024-03-18T19:51:09.527-07:00**************Alimento da Fé*************************************MAIS DO QUE UMA MERA QUESTÃO TEOLÓGICA!****************Edu Neveshttp://www.blogger.com/profile/11711883315032577375noreply@blogger.comBlogger70125tag:blogger.com,1999:blog-3047529378973729380.post-64237495414900093202009-06-20T14:25:00.000-07:002009-06-20T14:47:00.302-07:00A Doutrina Bíblica da Santa Trindade<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEijAEqQkMWBWHT5FoNWz_Zb3-z3F4YKi2kvL6wd1dRHFH8A4Tn6AeaphVLXCcjQ-esPjRwmEsq1_1gQ2byA3oVyCIqNwVKYgCbzY6bAQDCods4zXrfqF91ZSz3-zQPQy9PVrUGrHJvrf07D/s1600-h/sem+título+rr.bmp"><img id="BLOGGER_PHOTO_ID_5349529523854959010" style="DISPLAY: block; MARGIN: 0px auto 10px; WIDTH: 320px; CURSOR: hand; HEIGHT: 240px; TEXT-ALIGN: center" alt="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEijAEqQkMWBWHT5FoNWz_Zb3-z3F4YKi2kvL6wd1dRHFH8A4Tn6AeaphVLXCcjQ-esPjRwmEsq1_1gQ2byA3oVyCIqNwVKYgCbzY6bAQDCods4zXrfqF91ZSz3-zQPQy9PVrUGrHJvrf07D/s320/sem+t%C3%ADtulo+rr.bmp" border="0" /></a><br /><div><a id="umdeus" name="umdeus"></a><span style="font-size:130%;"><strong></strong></span></div><br /><div><span style="font-size:130%;"><strong></strong></span></div><div><span style="font-size:130%;"><strong>Só há um Deus</strong></span><br /><br />A doutrina bíblica da Santa Trindade repousa sobre este fundamento: “o SENHOR é Deus; nenhum outro há, senão ele” (Deuteronômio 4.35). “Eu sou o SENHOR, e não há outro; fora de mim não há Deus” (Isaías 45.5). O Novo Testamento não é menos explícito quando o Senhor Jesus cita, a partir de Deuteronômio: “Ouve, Israel, o SENHOR nosso Deus é o único Senhor” (Marcos 12.29). Paulo fala aos coríntios: “sabemos que o ídolo nada é no mundo, e que não há outro Deus, senão um só” (1 Coríntios 8.4). Ele afirma a mesma coisa a Timóteo: “Porque há um só Deus, e um só Mediador entre Deus e os homens, Jesus Cristo homem” (1 Timóteo 2.5).<br /><br /><br /><a id="unicodeus" name="unicodeus"></a><strong><span style="font-size:130%;">O único Deus é “verdade e vivo”</span></strong><br /><br />Estas são exatamente as palavras da Santa Escritura. Jeremias diz: “Mas o SENHOR Deus é a verdade; ele mesmo é o Deus vivo” (Jeremias 10.10). Paulo lembra aos tessalonicenses que eles haviam se convertido dos ídolos “para servir o Deus vivo e verdadeiro” (1 Tessalonicenses 1.9).<br /><br /><br /><a id="deuseterno" name="deuseterno"></a><strong><span style="font-size:130%;">Deus é eterno</span></strong><br /><br />As expressões “perpétuo” e “eterno”, que significam a mesma coisa quando relacionadas a Deus, são constantemente usadas pelos escritores sagrados quando falam do Todo-Poderoso. Moisés disse: “O Deus eterno é a tua habitação” (Deuteronômio 33.27). “...de eternidade a eternidade, tu és Deus” (Salmo 90.2). Isaías fala do “eterno Deus, o SENHOR, o Criador dos fins da terra” (Isaías 40.28). Paulo fala também do “Deus eterno” e do “Rei dos séculos, imortal...” (Romanos 16.26 e 1 Timóteo 1.17). Muitas outras passagens poderiam ser acrescentadas, mas estas já atestam a verdade completamente.<br /><br /><br /><a id="deusnaopossui" name="deusnaopossui"></a><strong><span style="font-size:130%;">Deus não possui corpo, divisões ou paixões</span></strong><br /><br />O Senhor Jesus Cristo disse à mulher de Samaria: “Deus é Espírito” e, depois da ressurreição, disse aos discípulos: “um espírito não tem carne nem ossos” (João 4.24; Lucas 24.39). Deus é revelado na Bíblia como um Ser espiritual puro, presente em todo lugar, a todo e qualquer instante. “Porventura não encho eu os céus e a terra? diz o SENHOR” (Jeremias 23.24). Reconhecidamente, as Escrituras falam das mãos, dos ouvidos e dos olhos de Deus, e de Seu prazer, de Sua ira, de Seu amor, e de Sua aversão, mas esta é a linguagem condescendente a nosso conhecimento imperfeito. A fim de que entendamos alguma coisa de Seu ser e de Sua obra, Ele permite que os homens apliquem suas palavras humanas às coisas divinas. Assim, revela Seu ser divino ao nosso entendimento humano.<br /><br /><br /><a id="infinito" name="infinito"></a><strong><span style="font-size:130%;">O poder de Deus é infinito</span></strong><br /><br />“Tua é, SENHOR, a magnificência, e o poder, e a honra, e a vitória, e a majestade; porque teu é tudo quanto há nos céus e na terra” (1 Crônicas 29.11). O Salvador divino diz: “a Deus tudo é possível”; e o anjo assegurou a Maria que “para Deus nada é impossível” (Mateus 19.26; Lucas 1.37). Esses e outros versículos revelam que Ele tem infinito poder.<br /><br /><br /><a id="sabedoria" name="sabedoria"></a><strong><span style="font-size:130%;">A sabedoria de Deus é infinita</span></strong><br /><br />“Grande é o nosso Senhor, e de grande poder; o seu entendimento é infinito” (Salmo 147.5). A perfeição de Sua sabedoria é vista na obra da criação: “todas com sabedoria as fizeste” (Salmo 104.24). Seu conhecimento alcança tudo no passado e tudo que está por vir: “Conhecidas são a Deus, desde o princípio do mundo, todas as suas obras (Atos 15.18). “Todas as coisas estão nuas e patentes aos olhos daquele com quem temos de tratar” (Hebreus 4.13). “Ó profundidade das riquezas, tanto da sabedoria, como da ciência de Deus! Quão insondáveis são os seus juízos, e quão inescrutáveis os seus caminhos!” (Romanos 11.33).<br /><br /><br /><a id="bondade" name="bondade"></a><strong><span style="font-size:130%;">A bondade de Deus é infinita</span></strong><br /><br />Ao olhar para o que havia criado, Ele viu que tudo “era muito bom” (Gênesis 1.31). “A terra está cheia da bondade do SENHOR” (Salmo 33.5). “... porque ele é bom; porque a sua benignidade dura para sempre” (Salmo 136.1). Os cristãos não precisam de provas quanto à bondade do Senhor além do conhecimento de Seu gracioso presente ao dar Seu eterno Filho para redimir seu povo e salvá-lo dos pecados. Esta é a bondade divina, verdadeiramente infinita e além de nossa compreensão.<br /><br /><br /><a id="preserva" name="preserva"></a><strong><span style="font-size:130%;">Deus fez e preserva todas as coisas</span></strong><br /><br />“Porque em seis dias fez o SENHOR os céus e a terra, o mar e tudo que neles há” (Êxodo 20.11). “Porque nele foram criadas todas as coisas que há nos céus e na terra, visíveis e invisíveis” (Colossenses 1.16). Ele preserva: “... tu fizeste o céu... a terra e tudo quanto nela há... e tu os guardas com vida a todos” (Neemias 9.6). Todas essas declarações derivam da infalível Palavra de Deus, e sobre elas se firma a doutrina da Santa Trindade. Elas revelam a majestade e a glória do DEUS ÚNICO. As Escrituras mostram com igual clareza que o Filho é Deus e que o Espírito Santo é Deus, e que há uma Trindade de Pessoas na Unidade da Divindade.<br /><br /><br /><a id="verdadeiradivindade" name="verdadeiradivindade"></a><strong><span style="font-size:130%;">A verdadeira Divindade do Senhor Jesus Cristo</span></strong><br /><br />Entre os enganos relacionados à Pessoa do Filho, há a noção de que Ele é Deus somente num sentido inferior, um ser criado, não o Deus “verdadeiro” e “real”, não co-igual e da mesma substância que o Pai. Alguns negam a divindade do Filho completamente, alguns negam que Ele tenha tido “duas naturezas perfeitas e completas: a divina e a humana”. Alguns declaram que na terra Ele era somente homem, e que após Sua ressurreição Ele era Deus somente. Alguns negam Sua humanidade perfeita e alguns, a Sua divindade perfeita. Entretanto, o Senhor Jesus Cristo é “Deus verdadeiro e eterno”. O Antigo Testamento fala do Messias nestes termos: “Cinge a espada no teu flanco, herói” (Salmo 45.3); “O teu trono, ó Deus, é eterno e perpétuo” (Salmo 45.6); “ele é teu Senhor; adora-o” (Salmo 45.11); “e se chamará o seu nome... Deus Forte” (Isaías 9.6); “este será o seu nome, com o qual Deus o chamará: O SENHOR JUSTIÇA NOSSA” (Jeremias 23.6); e Zacarias declara que Ele é “companheiro” (ou igual) do “SENHOR dos Exércitos” (Zacarias 13.7).<br /><br /><br /><a id="exercepoder" name="exercepoder"></a><strong><span style="font-size:130%;">Ele exerce o poder e a sabedoria de Deus</span></strong><br /><br />Quando o Messias prometido estava na terra Ele mostrou, por Suas obras e pela Sua Palavra, que era verdadeiramente “Deus conosco” (Isaías 7.14; Mateus 1.23). Aquelas obras poderosas, que somente poderiam Ter sido feitas pelo “SENHOR Deus... que só ele faz maravilhas” (Salmo 72.18), Cristo realizou por Seu próprio poder e por Sua própria palavra. Ele curou o leproso, deu visão ao cego, levantou o que estava morto, acalmou a tempestade, tudo por Seu próprio poder. Se é alegado que os Apóstolos fizeram milagres, embora fossem somente homens, deve ser lembrado que seu poder derivava dEle, e eles sabiam disso.<br />Outra prova da divindade do Salvador é vista pelo Seu conhecimento dos corações dos homens. Salomão orou ao Deus Todo-Poderoso: “... porque só tu conheces o coração de todos os filhos dos homens” (1 Reis 8.39), e ainda lemos que Jesus percebeu os pensamentos dos corações dos homens (Lucas 9.47), que “... a todos conhecia e,,, bem sabia o que havia no homem” (João 2.24, 25). Nestas coisas, Jesus exerceu um poder que pertencia somente a Deus. Mais uma vez, quem pode perdoar pecados, senão Deus? Ele diz: “Eu, eu mesmo, sou o que apago as tuas transgressões” (Isaías 43.25), e o Senhor Jesus disse: “o Filho do homem tem na terra autoridade para perdoar pecados” (Mateus 9.6).<br /><br /><br /><a id="adoradocomodeus" name="adoradocomodeus"></a><strong><span style="font-size:130%;">Ele é adorado como Deus</span></strong><br /><br />O Salvador disse: “está escrito: Ao Senhor teu Deus adorarás, e só a ele servirás” (Mateus 4.10), e ainda sem repreensão, permitiu que essa adoração fosse prestada a Si mesmo, ao declarar: “Para que todos honrem o Filho, como honram o Pai” (João 5.23). Lemos sobre um leproso, sobre um legislador, sobre os discípulos num barco, sobre uma mulher de Canaã e sobre um homem cego de nascença, todos eles vieram e adoraram Cristo. Após Sua ressurreição, Maria Madalena e outras mulheres “E elas, aproximando-se, abraçaram-lhe os pés e o adoraram” (Mateus 28.9). Tomé não foi censurado quando dirigiu-se a Ele como “Senhor meu, e Deus meu!” (João 20.28). Ele, que apropriadamente recebeu a adoração devida somente ao Senhor nosso Deus, devia ser verdadeiramente o Senhor nosso Deus.<br /><br /><br /><a id="declaradodeus" name="declaradodeus"></a><strong><span style="font-size:130%;">Ele é declarado Deus</span></strong><br /><br />Como os discípulos se referiram ao Senhor ressurreto e elevado aos céus quando Ele enviou o Espírito da Verdade para guiá-los infalivelmente à verdade? João diz: “... o Verbo era Deus... E o Verbo se fez carne, e habitou entre nós, e vimos a sua glória” (João 1.1, 14). Em outra passagem, ele escreve: “... seu Filho Jesus Cristo. Este é o verdadeiro Deus e a vida eterna” (1 João 5.20). Paulo fala aos romanos que Cristo “é sobre todos, Deus bendito eternamente” (Romanos 9.5). Aos Colossenses, ele declara que “nele habita corporalmente toda a plenitude da divindade” (Colossenses 2.9). Para Timóteo, ele afirma que “Deus se manifestou em carne” (1 Timóteo 3.16). Na epístola para Tito, Paulo ainda escreve sobre Jesus como sendo o “grande Deus e nosso Salvador Jesus Cristo” (Tito 2.13). Pedro também fala dEle como “Deus e Salvador Jesus Cristo” (2 Pedro 1.1).<br />Na visão de Cristo em glória mostrada em Apocalipse, Cristo anuncia Sua presença ao apóstolo amado: “Eu sou o Alfa e o Ômega, o princípio e o fim, diz o Senhor, que é, e que era, e que há de vir, o Todo-Poderoso” (Apocalipse 1.8, 17; 21.6; 22.13). “Para que ao nome de Jesus se dobre todo o joelho dos que estão nos céus, e na terra, e debaixo da terra” (Filipenses 2.10). Todas as criaturas devem levantar uma única voz de adoração ao nosso Deus Salvador, dizendo: “Ao que está assentado sobre o trono e ao Cordeiro sejam dadas ações de graças, e honra, e glória, e poder para todo o sempre” (Apocalipse 5.13).<br /><br /><br /><a id="filhoededeus" name="filhoededeus"></a><strong><span style="font-size:130%;">O Filho é Deus, e da mesma substância que o Pai</span></strong><br /><br />O próprio Senhor Jesus disse: “Eu e o Pai somos um” (João 10.30). Ele é o “unigênito do Pai, cheio de graça e de verdade” (João 1.14). “Ele é antes de todas as coisas” (Colossenses 1.17). Suas “saídas são desde os tempos antigos, desde os dias da eternidade” (Miquéias 5.2). Ele era o Verbo que estava “no princípio com Deus” e que “era Deus” (João 1.1, 2).<br /><br /><a id="tomousobresi" name="tomousobresi"></a><strong><span style="font-size:130%;">Ele tomou sobre Si a natureza humana</span></strong><br /><br />Jesus nasceu no mundo e cresceu “em sabedoria, e em estatura” (Lucas 2.52). Ele teve fome e sede, comeu e bebeu, sentiu fraqueza e fadiga, dor e tristeza, moveu-se de compaixão e lamentou a aflição daqueles a quem amava e a visão da ruína de Jerusalém. Ele era “em tudo... semelhante aos irmãos” (Hebreus 2.17) e, como eles “participam da carne e do sangue, também ele participou das mesmas coisas” (Hebreus 2.14). Ele tomou “a forma de servo, fazendo-se semelhante aos homens; e, achado na forma de homem, humilhou-se a si mesmo” (Filipenses 2.7, 8). A esse respeito, Ele é descrito como “homem aprovado por Deus” (Atos 2.22); “Porque há um só Deus, e um só Mediador entre Deus e os homens, Jesus Cristo homem” (1 Timóteo 2.5).<br />Em Sua natureza humana, Ele era completamente homem, nascido de uma mulher quando, no milagre da encarnação, Maria “deu à luz a seu filho primogênito” (Lucas 2.7). É igualmente verdade que Ele era enviado de Deus: “Mas, vindo a plenitude dos tempos, Deus enviou seu Filho, nascido de mulher, nascido sob a lei” (Gálatas 4.4).<br /><br /><a id="divindadeehumanidade" name="divindadeehumanidade"></a><strong><span style="font-size:130%;">A divindade e a humanidade estavam inseparavelmente unidas em uma única Pessoa</span></strong><br /><br />Não podemos entender essa misteriosa união, nem mesmo tentar explicá-la, mas sustentamos sua veracidade porque ela é claramente revelada na infalível Palavra de Deus. Como Deus, Ele podia dizer: “antes que Abraão existisse, eu sou” (João 8.58).; como homem, Ele era a semente de Abraão. Como Deus, era o Senhor de Davi; como homem, era filho de Davi (Mateus 22.43-45). Como Deus, pertenciam-Lhe todo poder e honra, tanto na terra como no céu; como homem, “ele mesmo está rodeado de fraqueza” (Hebreus 5.2). Como Deus, Ele era Senhor de todas as coisas pelo direito da criação, pois “sem ele nada do que foi feito se fez” (João 1.3); como homem, foi destituído de todos os bens terrenos e não tinha “onde reclinar a cabeça” (Mateus 8.20). Como Deus, tinha em Suas mãos as saídas da vida e da morte, e tinha poder para sacrificar Sua vida e poder para tomá-la de volta (João 10.18); como homem, “Foi levado como a ovelha para o matadouro; e, como está mudo o cordeiro diante do que o tosquia, Assim não abriu a sua boca” (Atos 8.32).<br />As naturezas divina e humana nunca se separaram. Mesmo depois de Sua ascensão, Ele Se mostra como o Único Mediador – “Jesus Cristo homem” (1 Timóteo 2.5). Paulo fala do Senhor assunto ao céu como futuro Juiz – “por meio do homem que [Deus] destinou” (Atos 17.31). As Escrituras, portanto, deixam claro que o Senhor Jesus Cristo, como quando na Terra, é e sempre será ambos: Deus e homem. Nele, embora sentado em Seu trono de glória, a natureza humana está, de maneira misteriosa, unida com a divina.<br /><br /><a id="oespiritosanto" name="oespiritosanto"></a><strong><span style="font-size:130%;">O Espírito Santo é manifestado como uma Pessoa</span></strong><br /><br />É indispensável, primeiramente, estabelecer este aspecto verdadeiro, de maneira que, depois, possa ser mostrado que essa Pessoa é divina e da mesma substância que o Pai e o Filho. Aqueles que negam a divindade do Espírito Santo, invariavelmente, negam Sua existência pessoal distinta.<br />Quando o Senhor estava prestes a deixar Seus discípulos, Ele lhes prometeu: “E eu rogarei ao Pai, e ele vos dará outro Consolador, para que fique convosco para sempre; o Espírito de verdade” (João 14.16-17). O “Consolador, o Espírito Santo, que o Pai enviará em meu nome, esse vos ensinará todas as coisas, e vos fará lembrar de tudo quanto vos tenho dito” (João 14.26). “Ele testificará de mim” (João 15.26). “Eu vo-lo enviarei” (João 16.7). “Ele vos guiará em toda a verdade... e vos anunciará o que há de vir. Ele me glorificará, porque há de receber do que é meu, e vo-lo há de anunciar” (João 16.13-14).<br />O próprio Senhor Jesus Cristo era uma Pessoa, e é claro que o “outro Consolador” também seria uma. As coisas que Jesus fala a respeito desse Consolador seria um tanto ininteligíveis se Este não fosse uma Pessoa. Ele deve ser uma Pessoa, pois é enviado, pois ensina, pois traz coisas à nossa lembrança e nos mostra as coisas relativas a Jesus. Estas são descrições das ações de uma Pessoa – ouvindo, recebendo, testificando, falando, reprovando, instruindo e guiando.<br /><br /><br /><a id="testemunhos" name="testemunhos"></a><strong><span style="font-size:130%;">Testemunhos das epístolas de Paulo</span></strong><br /><br />Paulo nos fala que “... o Espírito ajuda as nossas fraquezas... [e] intercede por nós com gemidos inexprimíveis” (Romanos 8.26). Isto só é verdadeiro quando se fala de uma Pessoa que ajuda e intercede. “Porque a um pelo Espírito é dada a palavra da sabedoria; e a outro, pelo mesmo Espírito, a palavra da ciência... Mas um só e o mesmo Espírito opera todas estas coisas, repartindo particularmente a cada um como quer” (1 Coríntios 12.8-11). É inaceitável que um escritor inspirado usasse esse caráter de linguagem, atribuindo todas essas operações ao Espírito, se tal Espírito não fosse uma pessoa. Mais uma vez, o apóstolo admoesta-nos que não entristeçamos o Espírito de Deus. Tristeza não é um sentimento que possa ser atribuído a alguma coisa além de a uma pessoa. Portanto, o Espírito Santo é uma Pessoa, e isso é claramente definido pelas Santas Escrituras.<br /><br />A consideração daquelas Escrituras que nomeiam o Espírito Santo conjuntamente com o Pai e o Filho conduzem à mesma conclusão. O mandamento é dado para que se batize no nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo. O Pai e o Filho são Pessoas e o mesmo é verdade para o Espírito Santo. O Senhor Jesus não ordenou a Seus discípulos que batizassem no nome de duas Pessoas e de uma influência abstrata. A bênção inspirada – “A graça do Senhor Jesus Cristo, e o amor de Deus, e a comunhão do Espírito Santo seja com todos vós” (2 Coríntios 13.14) – torna igualmente claro que tanto o Pai é uma Pessoa como o são o Filho e o Espírito Santo.<br /><br /><br /><strong><span style="font-size:130%;">O Espírito Santo é igual ao Pai e ao Filho</span></strong><br /><br />O escritor aos hebreus expressivamente chama o Espírito Santo de “Espírito eterno” (Hebreus 9.14). Se alguma outra confirmação fosse necessária, poderia ser obtida das palavras a respeito do batismo no nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo. Como poderia o nome do Espírito Santo ser colocado ao lado dos nomes do Pai e do Filho, a menos que Ele, em verdade, fosse o “verdadeiro e eterno Deus”? Na administração da ordenança do batismo é concebível que o nome de um ser inferior seja colocado em igualidade perfeita com o do Pai Todo-Poderoso? As Escrituras revelam que não há outro Deus além dEle; Ele mesmo diz: “a minha glória, pois, a outrem não darei” (Isaías 42.8). A Pessoa cujo nome se mantém com o do Pai e do Filho é, Ela mesma, Deus, o Espírito Santo. A mesma coisa pode ser dita a respeito da bênção na qual Paulo invoca a graça e a bênção de Deus sobre os cristãos de Corinto: “A graça do Senhor Jesus Cristo, e o amor de Deus, e a comunhão do Espírito Santo seja com todos vós” ( 2 Coríntios 13.14). Seria uma blasfêmia introduzir em tal bênção o nome de alguém que não fosse das mesmas substância, majestade e glória que o Pai e o Filho.<br /><br /><br /><a id="reveladanoat" name="reveladanoat"></a><strong><span style="font-size:130%;">A doutrina revelada no Antigo Testamento</span></strong><br /><br />A revelação dessa verdade é parte das mais primitivas revelações de Deus à humanidade. A palavra hebraica que traduz “Deus” é “Elohim” – um substantivo plural, sempre relacionado a adjetivos plurais e verbos que claramente denotam a pluralidade de Pessoas na Divindade (p.ex., Gênesis 20.13 – “fazendo-me Deus sair errante”, onde “Deus” e “fazendo-me” são plural; Josué 24.19 – “porquanto é Deus santo”, onde “Deus” e “santo” são plural). Para mostrar que a Divindade é contudo Única, o plural “Elohim” é sempre combinado a substantivos e pronomes singulares: “No princípio criou Deus...” – aqui, “Deus” é plural, enquanto “criou” é singular. O título pelo qual o Todo-Poderoso é designado, “o Senhor teu Deus” é, no hebraico, Jehovah Elohim, onde Jehovah é singular, indicando a unicidade da Divindade; e, Elohim, é plural, indicando a pluralidade das Pessoas nessa unidade. Deve-se lembrar que essas revelações foram feitas a um povo constantemente advertido contra o politeísmo das nações circundantes. É inconcebível que Moisés, escrevendo sob a inspiração do Espírito Santo, usasse palavras indicando uma pluralidade de Pessoas no Único Deus Eterno, sem que ele mesmo tivesse ficado irresistivelmente impressionado por essa misteriosa verdade e desejasse comunicá-la como parte essencial da revelação.<br /><br /><br /><a id="imutavelverdade" name="imutavelverdade"></a><span style="font-size:130%;"><strong>O Pai, o Filho e o Espírito Santo no livro de Isaías</strong></span><br /><br />Há alguns testemunhos muito claros em Isaías. “... vindo o inimigo como uma corrente de águas, o Espírito do SENHOR arvorará contra ele a sua bandeira. E virá um Redentor a Sião... diz o SENHOR” (Isaías 59.19-20). Quem é esse “Redentor”? “eu sou o SENHOR, o teu Salvador, e o teu Redentor, o Poderoso de Jacó” (Isaías 60.16). Aqui fala-se de três Pessoas Divinas: o Espírito do SENHOR, o Redentor – o Eterno Filho, que viria para Sião – e o SENHOR, que fala através do profeta. Em outro lugar, lemos: “e agora o Senhor DEUS me enviou a mim, e o seu Espírito” (Isaías 48.16). Um estudo do contexto mostra que o orador é o Messias, o Filho de Deus, e as três pessoas da Santa Trindade são claramente indicadas: o Senhor Deus (o Pai), o Santo Espírito e o Filho.<br /><br />* <em><span style="color:#000099;">Trinitarian Bible Society</span></em>.</div>Edu Neveshttp://www.blogger.com/profile/11711883315032577375noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-3047529378973729380.post-74982365929902715552009-05-24T09:23:00.000-07:002009-05-24T09:29:36.906-07:00Somos todos devedores<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiF5xJBJbFsKpk3-ZzxesWFdDJ-SL6JvmshIwxDxp6HSDejq6Q9qnmNvxp9dNluXN2yNSZYo_FDC6O_GAsj_WC4YgqTpbq0vJVh-L-zrVksrxrd3wP1SRPymNVh88YVsj1lLC0NR4GryNM8/s1600-h/devedores.bmp"><img id="BLOGGER_PHOTO_ID_5339428454870792642" style="DISPLAY: block; MARGIN: 0px auto 10px; WIDTH: 300px; CURSOR: hand; HEIGHT: 268px; TEXT-ALIGN: center" alt="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiF5xJBJbFsKpk3-ZzxesWFdDJ-SL6JvmshIwxDxp6HSDejq6Q9qnmNvxp9dNluXN2yNSZYo_FDC6O_GAsj_WC4YgqTpbq0vJVh-L-zrVksrxrd3wP1SRPymNVh88YVsj1lLC0NR4GryNM8/s320/devedores.bmp" border="0" /></a><br /><div></div><br /><div>As estatísticas revelam o fato de que uma alta porcentagem da população brasileira tem dívidas contratadas para adquirir algum bem material. A maioria das pessoas paga parcelas da dívida sem falhar. As penalidades impostas convencem aos devedores de que é melhor pagar as prestações em dia do que sofrer as conseqüências da irresponsabilidade.<br /></div><br /><div>Mas há dívidas que não pesam porque os devedores não assinaram qualquer contrato ou compromisso com os credores. Será que Filemom reconheceu que ele devia sua própria vida a Paulo (Fm 19)? Será que o sacerdote e o levita acharam que eram devedores quando passaram ao largo do viajante ferido que caíra nas mãos de assaltantes (Lc 10.30,31)? Será que o rico sentiu algum peso por dever algo para o mendigo Lázaro, que aguardava alguma migalha jogada da mesa? </div><br /><div></div><br /><div>“<em>Podemos lembrar múltiplos débitos</em>”, diz Charles Gore. “<em>O solitário a quem poderíamos visitar, o mal compreendido com quem poderíamos ser solidários, o ignorante a quem poderíamos ensinar. Não é desconcertante tentar imaginar nossas dívidas? E, contudo, deixe um homem tomar a iniciativa e tudo ficará bem. Deixe-o calmamente decidir agir em relação àqueles que ele emprega, ou àqueles que o empregam, em direção ao porteiro da estrada de ferro e aos assistentes de lojas e outros que ajudam em sua comodidade, como homens e mulheres com o mesmo direito de receber tratamento cortês</em>...” (Refrigério para a Alma, Shedd Publicações). </div><br /><div><br />É fácil se equivocar ao lembrar a dívida de Paulo para com os gregos, sábios, bárbaros e ignorantes (Rm 1.14), imaginando que receber o presente da salvação nos faz devedores de Cristo, que pagou o preço de valor infinito na cruz para cancelar nossa dívida. </div><br /><div></div><br /><div>Porém, não é bem assim. A salvação pela graça não é dívida devida a Deus! Se fosse assim, não seria fruto da graça. Graça não cria dívidas nas pessoas que se beneficiam da oferta de escapar do castigo do inferno e gozar do imerecido privilégio de gozar da herança celestial. </div><br /><div><br />Mesmo assim, Paulo reconhecia uma dívida pesada. Todos nós temos esta dívida também. Somos devedores dos que perambulam no lado de fora das nossas igrejas, dos que não têm filiação na família de Deus por ignorarem o direito que lhes cabe de participar do banquete do Rei na história de Jesus. O Rei disse aos seus servos: <em><span style="color:#000099;">“O banquete está pronto... vão às esquinas e convidem para o banquete todos os que vocês encontrarem”</span></em> (Mt 22.8,9). </div><br /><div><br />Os que sem qualquer mérito ou direito foram agraciados pelo convite para prestigiar o banquete do paraíso têm uma dívida que pode ser saldada pelo convite insistente aos que ignoram a grandiosa oportunidade de participar na festa gloriosa da vida eterna. </div><br /><div></div><br /><div><strong>CONCLUSÃO</strong> </div><br /><div><br />A exortação <em><span style="color:#ff0000;">“Não devam nada a ninguém, a não ser o amor uns pelos outros”</span></em> não desmente as outras declarações de Paulo sobre dívidas. O amor que devemos aos cristãos e não cristãos se torna prático e visível tanto no testemunho como em ações abençoadoras.</div><br /><div><br />O propósito que Deus revelou em sua Palavra para o seu povo na frase que nos constrange a fazer boas obras (Ef 2.10) cabe aqui. Mas ações são boas somente quando motivadas pelo amor. O privilégio de participar da nova criação implica no pagamento desta dívida através do servir aos irmãos em amor e aos amigos como se devêssemos a eles trato carinhoso. Assim saldamos nossa dívida com ambos. Obedecer ao segundo grande mandamento cumpre este dever para com a família de Deus e a sociedade. </div><br /><div><br />Paulo declara que o peso da dívida que sentia para com os de fora poderia ser saldada com a pregação das Boas Novas de Cristo. Para pagar sua dívida, não importava sofrer, receber açoites, passar por todo tipo de perigo, prisões e finalmente ser decapitado em Roma. </div><br /><div><br />Acredito que ele foi um excelente pagador. E nós? Será que Deus não ama os ribeirinhos, os marginalizados, os presidiários, os famintos, tanto quanto ama a cada um de nós? O que estamos fazendo para sermos imitadores do excelente pagador que Paulo era? Temos levado as Boas Novas de Cristo a todos de forma indiscriminada? </div><br /><div></div><br /><div>*<strong><em>Russel Shedd</em></strong> / Atualmente, Shedd é Presidente Emeríto da Vida Nova e consultor da Shedd Publicações e viaja pelo Brasil e exterior ministrando em conferências, igrejas, seminários e faculdades de Teologia.</div>Edu Neveshttp://www.blogger.com/profile/11711883315032577375noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-3047529378973729380.post-73400345546676274322009-04-26T11:18:00.000-07:002009-04-26T11:33:13.826-07:00Viajando com Wesley<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj_7e9Ymt2A1hzC5G8oQOKM1WK0WH4DMf6jBhKuxPM07CywXkp3B4OrFTa1OxIkeuIVLpyo7KPNQz9O2gmrSQi0tZICjsJl2z_paQWjDgRLo02T1padRXZBFeS4ab_NCjb8wVtpPePkSKyj/s1600-h/huhu.bmp"><img id="BLOGGER_PHOTO_ID_5329068954499614226" style="DISPLAY: block; MARGIN: 0px auto 10px; WIDTH: 320px; CURSOR: hand; HEIGHT: 210px; TEXT-ALIGN: center" alt="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj_7e9Ymt2A1hzC5G8oQOKM1WK0WH4DMf6jBhKuxPM07CywXkp3B4OrFTa1OxIkeuIVLpyo7KPNQz9O2gmrSQi0tZICjsJl2z_paQWjDgRLo02T1padRXZBFeS4ab_NCjb8wVtpPePkSKyj/s320/huhu.bmp" border="0" /></a><br /><div></div><div>Fiz uma viagem de dez dias pela Grã-Bretanha para promover um livro recente. Para minhas leituras matinais, levei comigo o “<strong>Diário</strong>”, de John Wesley, do incansável evangelista. Em algumas manhãs, eu li a jornada de Wesley a uma cidade como Bristol ou Dudley, que eu iria visitar naquela mesma tarde. Nossa, que diferença!<br /><br />Eu viajava em um carro confortável e falava para uma audiência amigável em eventos pagos. John Wesley viajava a cavalo, debaixo de chuva e neve, falava quatro ou cinco vezes por dia para grandes audiências em locais abertos e enfrentava oponentes que freqüentemente o recebiam com palavras profanas e pedras. </div><br /><div>Terminei de ler o diário de Wesley, impressionado com sua resistência física, seu estilo de vida austero e sua dedicação absoluta aos grupos de crentes espalhados por toda a Grã-Bretanha. Mas não pude deixar de perceber a falta de apreciação que Wesley tinha pelas belezas e riquezas culturais que abundam nessa nação. </div><br /><div>Ao notar um lindo jardim de flores, ele rapidamente falou:<strong> “O que pode encantar sempre, senão o conhecimento e o amor de Deus?”</strong> Visitando uma das grandes casas históricas da Inglaterra, notou: <span style="color:#006600;"><em>“Não demorará muito para que esta casa, sim, e toda a terra sejam queimados!” </em></span>E depois de se maravilhar com os talentos de um organista cego, acrescentou: <span style="color:#000099;"><em>“Mas de que adianta ser melhor em tudo isso, se ainda estiver ‘sem o Deus do mundo?’” </em></span></div><br /><div><br />Nem mesmo o British Museum deixou nele uma boa impressão. Diante de uma coleção extraordinária, Wesley escreveu:<strong> “Mas que explicação um homem dará ao juiz dos vivos e dos mortos por uma vida gasta colecionando todas essas coisas?”<br /></strong></div><br /><div>Resumindo, Wesley via a graça comum da beleza e da cultura com uma atitude que se aproximava do desdém. Mais de uma vez escrevi nas margens do livro:<span style="color:#ff0000;"> “Relaxa, John”!</span> (Só que pelos padrões dos ascetas que viviam em cima de postes e comiam apenas pão e água, John Wesley era um esteta [um apreciador das coisas belas da vida].) </div><br /><div><br />Pouco antes, eu tinha lido a penetrante parábola de Anthony de Mello sobre um grupo de pessoas viajando por um glorioso interior em um ônibus com cortinas cobrindo todas as janelas. Focadas no destino, perderam todas as maravilhas do lado de fora e ficaram brigando pelos melhores bancos. </div><br /><div>Um dos maiores desafios como cristãos é organizar nossos desejos, de modo a manter equilíbrio apropriado entre nossos interesses por este mundo e pelo próximo. Como gostar desta vida com as dádivas da arte, da beleza, da música e do amor e, ao mesmo tempo, servir os pobres e guardar tesouros para o reino que virá? </div><br /><div>A Igreja não está sozinha nessa luta para encontrar um equilíbrio. Em outros lugares, o hinduísmo, o islamismo e o budismo, como todas as religiões, têm seitas que matam de fome e torturam os corpos para alcançar mérito. Entretanto, aqueles que não têm nenhum interesse pela vida futura não são bons em organizar seus desejos (como o demonstram os milhões que lutam contra os vícios). </div><br /><div>De maneira alguma quero depreciar John Wesley, que demonstrou o compromisso radical necessário para mudar o mundo. Ele viajou 650 quilômetros em transporte precário e pregou uns 40 mil sermões, acendendo o fogo do reavivamento na Europa e nos Estados Unidos, fogo que queimou por séculos. Ele literalmente pegou a ordem de Jesus de “não guardar para si os tesouros da terra”. </div><br /><div>Wesley, certa vez, falou sobre o perigo da riqueza: <span style="color:#000066;">“Temo que onde a riqueza aumentar, a essência da religião cairá na mesma proporção. Assim, de forma natural, não vejo como um reavivamento da religião possa continuar por muito tempo. Porque a religião deve produzir, ao mesmo tempo, esforço e frugalidade, que não produzem riqueza. Ao mesmo tempo em que a riqueza aumenta, aumentam também o orgulho, a raiva e o amor pelas coisas do mundo”.</span> </div><div><br />Bebericando um chá, certa tarde, com um próspero líder cristão em uma amável igreja inglesa, aprendi que, se a tendência atual continuar, não haverá mais metodistas na Inglaterra em 30 anos. Meus pensamentos se voltaram para meu próprio país, o mais rico do mundo, e, ainda, pelo menos até agora, um dos mais religiosos. O que os historiadores aprenderão sobre a Igreja americana atual daqui a 200 anos? </div><br /><div><br />Uma citação de G. K. Chesterton veio à minha mente: <span style="color:#000099;"><strong>“É sempre simples cair: há uma infinidade de ângulos para se cair, mas apenas um para se levantar”.</strong></span> </div><br /><div></div><br /><div><strong>Philip Yancey</strong> / é um escritor e jornalista cristão americano. Seus livros venderam mais de <span style="color:#ff0000;">14 milhões de cópias</span>, desde a sua estréia em 1977 e são lidos em 25 idiomas pelo mundo todo, fazendo dele um dos mais vendidos autores cristãos. Premiado duas vezes com o <strong>"Melhor livro do ano"</strong> pela ECPA, além de outros prêmios, Yancey colabora com a revista Christianity Today, como editor associado.</div>Edu Neveshttp://www.blogger.com/profile/11711883315032577375noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-3047529378973729380.post-46255864155020427442009-04-12T15:59:00.000-07:002009-04-12T16:09:42.052-07:00Igreja local<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj5TR_VY0EDKzbX8LOY9tWcLT36YOmJ0omvIVybsfjfr1YGH1pExxc7udIxeik_LuxFOgSSENsMgfFsAUxZ7jQbDu8dNJnkWsd_bN8u5l2xxrXgLe18X6wkbW4Tb4Annj7MxsdkR9DM5Kb6/s1600-h/Igreja+Local.bmp"><img id="BLOGGER_PHOTO_ID_5323944263900837746" style="DISPLAY: block; MARGIN: 0px auto 10px; WIDTH: 320px; CURSOR: hand; HEIGHT: 292px; TEXT-ALIGN: center" alt="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj5TR_VY0EDKzbX8LOY9tWcLT36YOmJ0omvIVybsfjfr1YGH1pExxc7udIxeik_LuxFOgSSENsMgfFsAUxZ7jQbDu8dNJnkWsd_bN8u5l2xxrXgLe18X6wkbW4Tb4Annj7MxsdkR9DM5Kb6/s320/Igreja+Local.bmp" border="0" /></a><br /><div>Nos últimos três anos, tenho repetido que creio que Deus está preparando a igreja para outra reforma. A primeira reforma pôs o foco no que a igreja cria; agora o foco estará no que ela faz.</div><div><br />Temos separado por muito tempo a Palavra de Deus da obra de Deus. Como igreja, somos chamados para ser o corpo de Cristo – o corpo todo. Não somos chamados para ser apenas a boca de Cristo, mas os pés e as mãos também. </div><div><br />Toda vez que acontece uma reforma, seis renovações a antecedem. O despertamento e a reforma da igreja global começarão com igrejas como as nossas. Os seis passos listados abaixo precederão este movimento em nossas igrejas.</div><div>. </div><div></div><div></div><div></div><div><strong>1</strong>. <em><span style="color:#000099;">Renovação pessoal</span></em>: Ela começa com o coração. Se Deus for renovar sua igreja, ele começará com a sua e depois continuará com o resto da igreja. Desafie sua igreja à renovação da sua vida e a estar cheia do Espírito. Eis o divisor de águas: você precisa amar a Jesus novamente. Sua vida não tem nada a ver com religião e rituais, mas com um relacionamento com Jesus. Você sabe que Jesus não apenas ama você, ele gosta de você. </div><div><br /><strong>2</strong>. <em><span style="color:#000099;">Renovação relacional</span></em>: Depois que você fica legal com Deus, você precisa se acertar com os outros. Foi Jesus quem nos disse isso. Ele nos convidou a amar a Deus de todo o nosso coração e também amar os outros como a nós mesmos. Quando você tem uma renovação relacional na igreja, a fofoca desaparece e a alegria se levanta. Como saber que a igreja está experimentando uma renovação relacional? As pessoas não saem correndo do culto. Querem passar tempo juntas. Se as pessoas não querem sair voando do culto, você tem um show, não uma igreja. A igreja é mais que diversão: é uma comunidade. </div><div><br /><strong>3</strong>. <em><span style="color:#000099;">Renovação missiológica</span></em>: Isso acontece quando uma igreja descobre o que Deus quer dela. Temos um compromisso com o reino. Não estamos aqui apenas para abençoar uns aos outros. Deus quer abençoar o mundo por nosso intermédio. Deus deu à igreja cinco propósitos: adoração, comunhão, discipulado, ministério e evangelização. A renovação missiológica acontece quando centramos a igreja nesses propósitos. Quando sua igreja conseguir uma renovação pessoal, relacional e missiológica, ela vai crescer. </div><div><br /><strong>4</strong>. <em><span style="color:#000099;">Renovação cultural</span></em>: Nesse estágio, Deus renova a cultura da igreja. Conheço pastores que têm tentado mudar a cultura da igreja sem passar pelas três renovações anteriores. Há uma palavra para isto: martírio. Você não pode mudar a cultura da igreja. Só Deus. No entanto, uma vez terem acontecido as três renovações anteriores, Deus agirá na questão cultural de sua igreja. </div><div><br /><strong>5</strong>. <em><span style="color:#000099;">Renovação estrutural</span></em>: Depois que sua igreja passou pelas quatro primeiras renovações, começa a renovação da estrutura. É líquido e certo. Aconteceu em nossa igreja. A estrutura que funciona para uma igreja de 100 membros não funciona para uma de 250 e assim por diante. Não há estrutura perfeita na Bíblia. Por quê? Cada situação é diferente. Precisamos estruturar nossas igrejas em função das circunstâncias. Mudamos as estruturas todo ano em nossa igreja. Você não pode pôr vinho novo em odres velhos. Tão logo sua igreja começa a ficar saudável, sua estrutura tem que mudar. </div><div><br /><strong>6</strong>. Há uma sexta renovação, mas ela não acontece na igreja local. A renovação institucional acontece quando as instituições cristãs mudam. Instituições como seminários e denominações são as últimas a mudar; elas nunca começam o processo de mudança. A mudança sempre acontece primeiro na igreja local. As instituições existem para preservar a mudança para a próxima geração. Olhe para uma árvore. Seu crescimento nunca acontece no tronco. É sempre nos galhos. As instituições são como troncos. Elas garantem a estabilidade, não a inovação. </div><div><br />Há um grande despertamento espiritual no horizonte. Sua igreja será parte dele? Conscientize-se desses seis estágios da renovação. Como pastor, Deus o chamou como um catalisador da mudança em sua igreja. Você não pode fazer isto sem que sua igreja esteja nesta jornada.</div><div>.</div><div></div><div></div><div></div><div>*<strong>Rick Warren</strong> / Pastor e fundador da Saddle Back Church na Califórnia e autor do best-seller <strong><span style="color:#ff0000;">Uma Vida com Propósitos</span></strong>, que pré-vendeu 500 mil cópias antes de ser lançado.</div>Edu Neveshttp://www.blogger.com/profile/11711883315032577375noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-3047529378973729380.post-48785288297205505412009-03-28T06:04:00.000-07:002009-03-28T06:25:57.427-07:00Bíblia antiga, teologia liberal?<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEihLeHfN2JZv5cZKNvYN5Y2RgL7W5RvPCEGoNDkoZJJhvJ6yz7eqbqMluY2WDsAdyMfOCMx4BVFyEHdp7QFu8C4hGeaO6wuQWvrN_94qjsAyB43Dkg9ecr1n1YVbDm5hejWOaWGpNMpcFdX/s1600-h/biblia.jpg"><img id="BLOGGER_PHOTO_ID_5318225047590389666" style="DISPLAY: block; MARGIN: 0px auto 10px; WIDTH: 320px; CURSOR: hand; HEIGHT: 260px; TEXT-ALIGN: center" alt="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEihLeHfN2JZv5cZKNvYN5Y2RgL7W5RvPCEGoNDkoZJJhvJ6yz7eqbqMluY2WDsAdyMfOCMx4BVFyEHdp7QFu8C4hGeaO6wuQWvrN_94qjsAyB43Dkg9ecr1n1YVbDm5hejWOaWGpNMpcFdX/s320/biblia.jpg" border="0" /></a><br /><div>Nas últimas décadas têm surgido diversas traduções contemporâneas da Bíblia em diversas línguas do mundo. A principal razão dessa empreitada mundial é a necessidade de comunicar as Escrituras de modo claro e inequívoco. Uma das versões estrangeiras que tem chamado a atenção pela qualidade de seu trabalho é The Message (A Mensagem), elaborada por Eugene Peterson. Em português, novas versões têm tido impacto na vida eclesiástica nacional. <span style="color:#006600;">Almeida Atualizada 2ª Edição, Nova Tradução na Linguagem de Hoje, Nova Versão Internacional e Versão Almeida Século 21</span> representam alguns dos principais esforços de tradução recentes das Escrituras. O impressionante é que até a Igreja Católica Romana, conhecida por sua resistência histórica de entregar ao povo comum a Bíblia no vernáculo, hoje tem publicado versões contemporâneas e técnicas: <span style="color:#cc0000;">Nova Bíblia de Jerusalém, Bíblia do Peregrino, Bíblia Vozes, Bíblia Pastoral, etc.</span></div><div><span style="color:#cc0000;">.</span></div><div><span style="color:#cc0000;"></span></div><div><span style="color:#cc0000;"></span></div><div></div><div>Todavia, a produção de muitas versões novas e revisadas tem, às vezes, sido vista de maneira pouco simpática. Alguns por falta de conhecimento ou por má interpretação têm sugerido que esses esforços de tradução contemporâneos são negativos e rompem com a boa teologia histórica da Igreja Cristã. Essa resistência aparece em alguns círculos evangélicos que entendem que as versões bíblicas bem antigas são a única alternativa para as igrejas cristãs evangélicas. De certa forma, essa tendência é um reflexo menor do que acontece no ambiente norte-americano com a <strong>Versão King James</strong>. Na verdade, trata-se de uma versão posterior à Reforma. Todos sabem que nem Lutero, nem Calvino usaram a <span style="color:#990000;">King James Version</span>, que só surgiu em 1611. A versão inglesa foi patrocinada pelo rei Jaime, cuja conduta pessoal foi muito questionada, e passou por muitas revisões e correções, mas mesmo assim tornou-se para muitos evangélicos americanos mais valiosa do que os próprios textos originais.</div><div>.</div><div></div><div></div><div></div><div>Geralmente, quando se questiona a validade das novas versões, o critério apresentado pelos que defendem versões mais antigas é teológico. Muitos dizem que as novas versões excluíram textos inspirados, negando doutrinas fundamentais da fé. A idéia equivocada é que as novas versões têm o interesse de diluir a fé cristã ortodoxa histórica e fundamentada na autoridade da Palavra de Deus. A grande verdade é que as diferenças de tradução das versões bíblicas existem por causa da época em que foram elaboradas, do nível de linguagem que utilizam, dos manuscritos disponíveis para a consulta, dos instrumentos lingüísticos utilizados e da filosofia de tradução. As diferenças de manuscritos são motivo de maior debate para muitos defensores das versões mais antigas. Na verdade, essa diferença existe pelo fato de muitos manuscritos do Novo Testamento terem sido descobertos nos últimos séculos. Isso levou diversos estudiosos a fazerem uma avaliação destes manuscritos, o que trouxe algumas mudanças em alguns textos bíblicos. No fundo, tais mudanças não mudam em nada a fé cristã. A maior diferença entre o texto das versões antigas e das versões mais recentes é Cristo Jesus em vez de Jesus Cristo. A semelhança dos textos ultrapassa <strong>95%</strong>. Todavia, para os leigos, a questão torna-se polêmica, pois o argumento contra as versões mais recentes é “<span style="color:#000099;">teológico</span>”. Afirma-se que elas mudaram textos fundamentais com a intenção de desacreditar doutrinas essenciais.</div><div>.</div><div></div><div></div><div></div><div>Neste artigo vamos mostrar que se o mesmo argumento for usado contra as versões mais antigas, elas também poderão ser classificadas como “<strong>pervertedoras da fé</strong>”.</div><div>.</div><div></div><div></div><div></div><div>O primeiro texto que merece ser citado é Atos 4:25. As versões mais recentes acompanham a NVI: “<em><span style="color:#cc0000;">Tu falaste pelo Espírito Santo por boca do teu servo, nosso pai Davi</span></em>.” Já a versão corrigida antiga “<strong>omite</strong>” o Espírito Santo, e diz: “<em><span style="color:#009900;">Que disseste pela boca de Davi</span></em>”. <strong>Por que isso acontece? Será que o tradutor não cria na inspiração da Bíblia? Ou talvez negasse a inspiração pela ação do Espírito Santo? Por que “excluir” o Espírito Santo num texto messiânico tão importante?</strong> Como diz a linguagem popular: <span style="color:#000066;">“Aí tem!”</span> Na verdade, nem a versão bíblica antiga nem os tradutores negam as verdades bíblicas. O fato é que nesse versículo o texto dos manuscritos encontrados mais recentes traz a referência direta ao Espírito Santo. Em outros textos, as versões mais antigas vão confirmar que crêem na inspiração das Escrituras e no Espírito Santo.</div><div>.</div><div></div><div></div><div></div><div>Um outro exemplo interessante está em Judas 25. Compare as versões:<span style="color:#ff0000;"> "Ao único Deus, nosso Salvador, sejam glória, majestade, poder e autoridade, mediante Jesus Cristo, nosso Senhor, antes de todos os tempos, agora e para todo o sempre! Amém!"</span> Aqui está o texto da NVI, acompanhado por todas as versões, exceto pela versão corrigida, que traz:“<span style="color:#000099;">25 Ao único Deus sábio, Salvador nosso, seja glória e majestade, domínio e poder, agora, e para todo o sempre. Amém</span>” (<span style="color:#006600;">Corrigida Fiel</span>). Como se pode ver, na versão corrigida “<strong>omite-se</strong>” Jesus Cristo, nosso Senhor, e antes de todos os tempos. <strong>O que se poderia concluir disso? Será que eles têm outro Senhor que não é Jesus? Este Senhor não existe “antes de todos os tempos”? Seria uma versão herética e demoníaca? Podemos julgá-la plenamente por esse versículo? Conforme já demonstramos, <span style="font-size:130%;color:#cc0000;">é claro que não</span>.</strong></div><div><strong>.</strong></div><div><strong></strong></div><div><strong></strong></div><div></div><div>Além dos problemas de manuscritos poderíamos citar inúmeros versículos que “<strong>provam</strong>” a ilegitimidade doutrinária das versões mais antigas. Poderíamos dizer que elas talvez tivessem uma agenda homossexual, pois em Levítico 13:29 afirmam que “<span style="color:#009900;">mulher tem barba</span>”. Alguém poderia imaginar que elas induzem à prática do pecado, pois em Tiago 1:2, o texto diz: <span style="color:#cc0000;">“Meus irmãos, tende grande gozo quando cairdes em várias tentações”</span>. Poderíamos dizer que seus tradutores e revisores são deístas, pois em Romanos 8:28 traduzem <span style="color:#000099;">“…todas as coisas contribuem juntamente para o bem dos que amam a Deus”, em vez de seguir manuscritos que afirmam que “Deus age em todas as coisas para o bem daqueles que o amam</span>”.</div><div>.</div><div></div><div></div><div></div><div>Como podemos observar, todas as versões bíblicas têm seus méritos e imperfeições. A questão deve ser tratada do ponto de vista <strong>técnico e objetivo</strong>. Nenhuma versão pode ser classificada teologicamente a partir de um exame <strong>superficial e frágil</strong>. É muito importante entender que devemos avaliar todas as versões a partir de vários critérios e escolher a que se mostrar mais <span style="color:#ff0000;">fiel</span> e adequada para comunicar a mensagem de Deus. Todavia, devemos lidar com a questão com <span style="color:#ff0000;">prudência, respeito e bom senso</span>. </div><div>.</div><div></div><div></div><div></div><div>Afinal de contas, como diz a Bíblia: <span style="color:#000099;">“36 Mas eu vos digo que de toda a palavra ociosa [frívola/inútil] que os homens disserem hão de dar conta no dia do juízo. 37 Porque por tuas palavras serás justificado, e por tuas palavras serás condenado”</span> (Mateus 12:36-37). </div><div>.</div><div></div><div></div><div></div><div><strong>*Luiz Sayão</strong> / Teólogo, hebraísta, escritos e tradutor da Bíblia. É também professor da Faculdade Batista de São Paulo, do Seminário Servo de Cristo e professor visitante do Gordon-Conwell Seminary.</div>Edu Neveshttp://www.blogger.com/profile/11711883315032577375noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-3047529378973729380.post-82302417846337788872009-03-08T11:41:00.000-07:002009-03-08T11:48:31.494-07:00Igrejas infectadas<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjebnQfEWZr8rze3goPNhwq420QKJYdAwNQMR-d51kRO8fdweRQOiAvK7niCwsLAp-diqV3qizeEVQmOjSphtxGx5A6MoHU_Jx8wubsu37AEWLFw9vFI8llBp9CJh2vXoREpWFPwf1RIv1p/s1600-h/igreja.jpg"><img id="BLOGGER_PHOTO_ID_5310889905658504306" style="DISPLAY: block; MARGIN: 0px auto 10px; WIDTH: 200px; CURSOR: hand; HEIGHT: 150px; TEXT-ALIGN: center" alt="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjebnQfEWZr8rze3goPNhwq420QKJYdAwNQMR-d51kRO8fdweRQOiAvK7niCwsLAp-diqV3qizeEVQmOjSphtxGx5A6MoHU_Jx8wubsu37AEWLFw9vFI8llBp9CJh2vXoREpWFPwf1RIv1p/s400/igreja.jpg" border="0" /></a><br /><div>Aos 25 anos de idade, depois de várias febres, muita rouquidão e um péssimo hálito, dei o braço a torcer e aceitei que o médico operasse as minhas amídalas. Resisti o quanto pude porque sabia que as amídalas existem para proteger as vias respiratórias. Contudo, o médico conseguiu me convencer de que as minhas estavam imprestáveis; tão infectadas que já não protegiam, mas contaminavam o resto do organismo. Só restava uma opção: arrancá-las fora. A partir daquele dia, aprendi que um órgão – qualquer um – pode perder a sua função original e passar a atacar o corpo. </div><div> </div><div>Nas relações humanas e sociais acontece o mesmo. Quando se perdem as finalidades originais, morrem casamentos, empresas, igrejas. Serve o exemplo da família: pai e mãe devem oferecer um ambiente em que os filhos aprendam a ter confiança, segurança, dignidade. Mas quando acontecem muitas brigas com ódio, quando falta paz, aquela família perde a função de fomentar auto-estima e segurança. Assim, deixa de ajudar e passa a desajustar as crianças. </div><div><br />As religiões também podem virar amídalas infectadas. Bastar ver na história. Inúmeras igrejas criaram ambientes doentios e desumanizadores, quando deviam ser espaços de humanização. Devido ao meu site (<em><span style="color:#663366;">www.ricardogondim.com.br</span></em>), recebo milhares de mensagens sobre assuntos variados; a grande maioria, entretanto, pede ajuda. Muitos não suportam os sermões vazios com promessas mirabolantes e ameaças de maldição. Entristeço, mas fica óbvio para mim que as lógicas e práticas da igreja evangélica não conseguem responder às complexidades do século 21. Os espaços evangélicos estão febris. </div><div><br />É preciso detectar, rapidamente, onde a infecção se tornou aguda para combatê-la com doses maciças de antibióticos espirituais e éticos; com um bom diagnóstico, não será preciso operar o foco da contaminação e ainda preservar o organismo. </div><div> </div><div>Estão infectadas as igrejas que priorizam programas, e não relacionamentos. Jesus não tratou a “<strong>Igreja</strong>” como uma instituição, mas como uma comunidade. Igreja são mulheres e homens com um estilo de vida nobre, verdadeiro, que inspiram os outros a glorificar a Deus. Portanto, para o seu eterno propósito dar certo, Jesus não precisa de eventos sofisticados, basta que seus seguidores amem-se uns aos outros. </div><div><br />Estão infectadas as igrejas que priorizam poder, e não serviço. Nas Escrituras, poder só tem sentido quando mobiliza para a solidariedade, compaixão, humildade. A busca do poder pelo poder é luciferiana em sua essência. Jesus criou o mundo, mas se esvaziou, encarnou e morreu numa cruz. Os cristãos não almejam tronos, mas bacia e toalha para lavar os pés alheios. Sem esperar aplausos, sentem-se privilegiados em servir. </div><div><br />Estão infectadas as igrejas que priorizam espetáculo e não discrição. Jesus ensinou que não se devem cobiçar os primeiros lugares; considerou que a autêntica piedade acontece num quarto de portas fechadas; falou que a mão esquerda não deve conhecer o que a direita oferece. Quando Jesus ressuscitou uma menina, respeitou a privacidade da família e não deixou que estranhos entrassem para testemunhar o milagre. Sobram exemplos de seu recato. Certamente, Jesus não se agrada de saber que alguns tentam transformar a fé num show. </div><div><br />Estão infectadas as igrejas que priorizam milagre, e não coragem existencial. Paulo considerou tudo como esterco pela excelência do conhecimento de Cristo – esse, somente esse, deve ser o alvo da espiritualidade cristã. Não se cultua a Deus para descobrir um jeito certo de “<span style="color:#cc0000;">alcançar milagre</span>” ou para ter uma fé mais “<strong>eficiente</strong>”. No culto, celebra-se o amor gratuito e unilateral de Deus. O Evangelho é boa notícia porque todos são aceitos sem exigências. Deus quer bem sem fazer distinção; não se ganha o favor de Deus com obras. Graça é o chão onde todos podem alicerçar a vida com liberdade e sem culpa. O cristão não precisa que Deus conserte as dificuldades da vida, basta a sua companhia. </div><div><br />O Apocalipse foi taxativo com uma igreja infectada: “<span style="color:#009900;">Lembre-se de onde caiu! Arrependa-se... Se não se arrepender, virei a você e tirarei o seu candelabro do lugar dele</span>”. Nunca os evangélicos precisaram ouvir tanto esta exortação como agora.</div><div> </div><div>*Ricardo Gondim</div><div> </div>Edu Neveshttp://www.blogger.com/profile/11711883315032577375noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-3047529378973729380.post-73074618477245867912009-03-01T13:16:00.001-08:002009-03-01T13:22:36.601-08:00Tome sua cruz<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgkwxoD_31Hudapr3YA9rUIV0Nilbfh-anUQjz_QWi6FAoNMNPtyXuQIM9ZAzJl4sFEDf_hrVZGNLmMYZ8zPwupUbYGpl-rRlG_QZ7YL2t7wsHTePnM9YNArdelaUOV-43B5HbrxUXO1ZS8/s1600-h/Cruz.jpg"><img id="BLOGGER_PHOTO_ID_5308331295520085298" style="DISPLAY: block; MARGIN: 0px auto 10px; WIDTH: 320px; CURSOR: hand; HEIGHT: 238px; TEXT-ALIGN: center" alt="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgkwxoD_31Hudapr3YA9rUIV0Nilbfh-anUQjz_QWi6FAoNMNPtyXuQIM9ZAzJl4sFEDf_hrVZGNLmMYZ8zPwupUbYGpl-rRlG_QZ7YL2t7wsHTePnM9YNArdelaUOV-43B5HbrxUXO1ZS8/s320/Cruz.jpg" border="0" /></a> A conhecida frase “<strong>Tome sua cruz</strong>” faz parte de um conjunto de normas que Jesus ensinou aos seus seguidores. Lucas relata que Jesus dizia a todos: “<em><span style="color:#cc0000;">Se alguém quiser acompanhar-me, negue-se a si mesmo, tome diariamente a sua cruz e siga-me</span></em>” (9.23, NVI).<br /><br />Para ser um amigo, seguidor de Jesus, há pelo menos quatro exigências. Primeira, querer acompanhá-lo. Deus não nos força a andar nos passos do seu Filho. Basta desejar ser um amigo chegado de Jesus. Segundo, negar a si mesmo. O “<strong>eu</strong>” que se entronizou no centro de comando da minha vida, desde que tomei consciência de que sou uma pessoa distinta das outras, tem de ser decisivamente destituído desse domínio. Devo negar o “<strong>eu</strong>” por meio de uma decisão definida e radical. Paulo podia dizer aos Gálatas, após essa negação definitiva de si mesmo: “<strong>Não vivo mais eu, mas Cristo vive em mim</strong>”. Não declara a impecabilidade do apóstolo, mas a entrega do comando sobre sua vida ao Senhor Jesus.<br /><br />O terceiro passo requer a tomada diária da minha cruz. Incluem aqui aceitar de boa vontade todas as aflições e responsabilidades que em minha carne repudiaria. A cruz refere-se ao conjunto de circunstâncias que fazem parte da minha vida. Em si, não me agradam nem as escolheria, mas Deus soberanamente as impôs sobre mim. Posso aceitar esse peso ou procurar escapar dele.<br /><br />E.B. Pusey escreveu muitas décadas atrás: “<em><span style="color:#000066;"><strong>Falamos das cruzes da vida diária e esquecemos que nossa linguagem testemunha contra nós. É preciso muita mansidão. Devemos suportá-las nos passos abençoados do nosso santo Senhor, e não devemos apenas nos sujeitar em cada cruz e inquietação, mas pegá-las com alegria – não apenas com alegria, mas com júbilo, sim, se elas até merecem o nome de tribulação; alegre-se em tribulação também, pois vemos nelas as mãos de nosso Pai, a cruz de nosso Salvador</strong></span></em>” (<em>Refrigério para a Alma, Shedd Publicações, 2005, p. 218</em>).<br /><br />Somos o aroma de Cristo que se espalha por toda a parte, segundo Paulo, uma vez que somos conduzidos nEle em triunfo sempre (2 Co 2.14). Essa fragrância somente pode ser o cheiro do sacrifício de Cristo que emanou da sua cruz. Cristo se entregou por nós como oferta e sacrifício de aroma agradável a Deus (Ef 5.2). Quem vive muito próximo dEle também ganha o cheiro daquEle que se entregou voluntariamente por nós à vergonha e à agonia da cruz do Calvário.<br /><br />A quarta exigência é seguir a Jesus, andar nos seus passos. Uma vez que a cruz, firme e constantemente, se torna parte de minha pessoa (Paulo declarou sua crucificação com Cristo no tempo perfeito, corretamente traduzida – “<strong>estou crucificado com Cristo</strong>”), não vivo mais eu, mas Cristo vive em mim. O “estilo” de Jesus torna-se parte integral da pessoa do seu seguidor, Paulo. Este, por sua parte, não achou demais convidar seu filho na fé a imitá-lo, como ele imitava a Cristo.<br /><br />Parece-me que a maioria das conversões dos nossos dias é do tipo light! Omitem os passos que Jesus colocou em sua lista. Em vez de negarem-se a si mesmos, hoje é mais comum afirmarem-se a si mesmos. Em lugar de tomarem a cruz, freqüentemente encontramos “<span style="color:#cc0000;">crentes</span>” que se afastam da cruz e tentam escapar das responsabilidades desagradáveis. Em vez de pisarem firmemente nos passos de Jesus, tomam um caminho tortuoso. Desviam-se do santo caminho que o Senhor trilhou.<br /><br />O jugo de Jesus tem pouco peso para os que querem abandonar o esforço da vontade humana para ser uma “<span style="color:#000099;">encarnação</span>” de Cristo. Para os cansados e sobrecarregados que desejam seguir ao Mestre com paixão, que em definitivo se negam a si mesmos, tomando suas cruzes diariamente com gratidão e alegria, descobrirão que esse fardo é realmente leve. Suas almas descansam na comunhão com seu Senhor. Suas vidas refletem a luz celestial dos que vivem mais próximos do seu Senhor, como Moisés na presença de Deus no cume do Monte Sinai. O bom perfume de Cristo os acompanha aonde quer que andem. <br /><br />*<strong><span style="color:#cc0000;">Russel Shedd</span></strong> / é um conceituado teólogo evangélico e missionário da <em><span style="color:#006600;">Missão Batista Conservadora no Sul do Brasil</span></em>. Shedd é Presidente Emeríto da Vida Nova e consultor da Shedd Publicações e viaja pelo Brasil e exterior ministrando em conferências, igrejas, seminários e faculdades de Teologia.Edu Neveshttp://www.blogger.com/profile/11711883315032577375noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-3047529378973729380.post-34412248782582271222009-02-07T07:04:00.001-08:002009-02-07T07:14:06.237-08:00Liderança capacitadora<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhNgGPK2AxfVIoQWN1PrQsrl_j-hYs2VNKoFHbvcNya6MdiVSKQ2UzhS1aOf50FkbfMLKjuSNRjrINyKPgqX3glWqX1vdvb1hGBbFWCCZetvtl7kFUE68Yogthr4KWDq2E82OljWHk2TT3S/s1600-h/nova_p7.jpg"><img id="BLOGGER_PHOTO_ID_5300071638875821874" style="DISPLAY: block; MARGIN: 0px auto 10px; WIDTH: 303px; CURSOR: hand; HEIGHT: 320px; TEXT-ALIGN: center" alt="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhNgGPK2AxfVIoQWN1PrQsrl_j-hYs2VNKoFHbvcNya6MdiVSKQ2UzhS1aOf50FkbfMLKjuSNRjrINyKPgqX3glWqX1vdvb1hGBbFWCCZetvtl7kFUE68Yogthr4KWDq2E82OljWHk2TT3S/s320/nova_p7.jpg" border="0" /></a> Não raramente, membros ativos e pastores querem saber qual seria o segredo do crescimento da igreja. Haveria uma vitamina, algum plano de ação, que estimule rápido crescimento?<br /><br />Respostas variam: use os métodos da igreja com propósitos, implante a rede ministerial, ore mais, evangelize mais, conheça melhor seu bairro, descubra as necessidades do povo para procurar supri-las. Há inúmeras propostas para se alcançar mais pessoas e aumentar o rol de membros. Todas as sugestões são valiosas.<br /><br />Uma pesquisa feita sob a orientação de Christian Schwarz, há mais de uma década, em mil igrejas de várias denominações de 32 países, revelou que há pelo menos oito princípios ou marcas de qualidade que regulam o crescimento da igreja.<br /><br /><strong>1.</strong> <span style="color:#000099;">Liderança capacitadora</span>.<br /><br /><strong>2.</strong> <span style="color:#000099;">Ministérios orientados pelos dons</span>.<br /><br /><strong>3.</strong> <span style="color:#000099;">Espiritualidade contagiante</span>.<br /><br /><strong>4.</strong> <span style="color:#000099;">Estruturas funcionais</span>.<br /><br /><strong>5.</strong> <span style="color:#000099;">Culto inspirador</span>.<br /><br /><strong>6.</strong> <span style="color:#000099;">Grupos familiares</span>.<br /><br /><strong> 7.</strong> <span style="color:#000099;">Evangelização orientada para as necessidades</span>.<br /><br /><strong>8.</strong> <span style="color:#000099;">Relacionamentos marcados por amor fraternal</span>. (Veja o livro <strong>"O Desenvolvimento Natural da Igreja"</strong>, Editora Evangélica Esperança, 2003).<br /><br />Liderança capacitadora, sendo o primeiro item da lista, tem um significado especial. O Senhor Jesus prometeu a Pedro edificar sua igreja <span style="color:#cc0000;">“sobre esta pedra e as portas do Hades não poderão vencê-la. Eu lhe darei as chaves do Reino dos céus...”</span><span style="color:#330033;">. </span>No dia de Pentecostes, Pedro pregou poderosamente, ungido pelo Espírito Santo. Milhares de pessoas se converteram, foram batizadas e incorporadas à igreja nascente.<br /><br />Como se explica a habilidade de Pedro, um simples pescador, em pregar poderosamente sem escolaridade ou curso especializado? Mesmo considerando que ele foi cheio do Espírito, não devemos descartar a liderança natural que possuía. Pedro mostrou, durante os anos passados na companhia de Jesus, que não era tímido ou retraído e tinha boa memória.<br /><br />Um líder é uma pessoa que consegue alcançar propósitos por meio de outras pessoas. Tem a habilidade de controlar, manejar e motivar outros indivíduos. Ainda que levemos em conta a herança genética de Pedro, o dado marcante foi que ele passou muitas horas com Jesus. Foi este fator que chamou a atenção das autoridades judaicas. Lucas relata que <span style="color:#990000;">“percebendo</span><span style="color:#990000;"> que [Pedro e João] eram homens comuns e sem instrução, ficaram admirados e reconheceram que eles haviam estado com Jesus” </span>(<strong>At 4.13</strong>).<br /><br />O treinamento que Jesus transmitiu aos seus discípulos foi <span style="color:#000066;">capacitador</span> e incluía conhecimento cognitivo.<br /><br />O Sermão do Monte foi apenas um exemplo da maneira como ensinou, usando as interpretações típicas dos fariseus e escribas, lançando luz nova sobre Deus e sua revelação. A mentoria de Jesus foi visual. Os milagres mostraram claramente que Ele não era um mágico. Cada vez que trazia de volta um defunto, repreendia os ventos de uma tempestade ou recriava pão para uma multidão de famintos, mostrava sua filiação.<br /><br />Quando Pedro passou a ministrar, não ficou intimidado pelas autoridades que o ameaçavam, mas curava doentes, repreendeu os pecados de Ananias e Safira, trouxe Dorcas de volta da morte, dormiu tranqüilamente na prisão na véspera de sua decretada decapitação. Ele escreveu para cristãos perseguidos da Ásia Menor: <span style="color:#990000;">“Se vocês suportam o sofrimento por terem feito o bem, isso é louvável diante de Deus. Para isso vocês foram chamados, pois também Cristo sofreu no lugar de vocês, deixando-lhes exemplo, para que sigam os seus passos”</span> (<strong>1 Pe 2.20,21</strong>).<br /><br />Em terceiro lugar, Pedro aprendeu com a prática. Juntamente com os outros discípulos, Jesus os enviou de dois em dois para pregar, expulsar demônios e anunciar a vinda do Reino. Aprenderam a viver pela fé, sem salários fixos ou promessas de sustento. Entenderam que a fé engloba plena confiança no Deus vivo que cumpre suas promessas.<br /><br />Uma igreja que tem mentores e discipuladores como Jesus terá cristãos aprendizes. Não se limitará a doutrinar cristãos que manterão a doutrina da igreja. Equipará pessoas que iniciam e lideram ministérios com sabedoria e gratidão. Aparecerão pessoas com dons concedidos pelo Espírito. Essa igreja deverá crescer, a não ser que haja divisão com politicagem e rivalidade. E concordo com C. Schwarz: <span style="color:#330099;">o desenvolvimento de uma igreja deve ser tão natural como o crescimento de uma criancinha</span>.<br /><br />*<em><span style="color:#006600;">Russel Shedd</span></em>.Edu Neveshttp://www.blogger.com/profile/11711883315032577375noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-3047529378973729380.post-53837230457882991782009-01-24T16:39:00.000-08:002009-01-24T16:54:08.621-08:00Pornografia Virtual<img id="BLOGGER_PHOTO_ID_5295025247825265538" style="DISPLAY: block; MARGIN: 0px auto 10px; WIDTH: 320px; CURSOR: hand; HEIGHT: 240px; TEXT-ALIGN: center" alt="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjyhxZ3eqWDeIc39ZcUsPUYJrcY_qiCbaC3of4hXatOkcGVSwPsRhyphenhyphenVDs_rfZIT9tXEdDkdT8cOrPHM4LqJsX7-ZtMeCtwkYiL0jmn70NGXUqPQIvST5FRaTXvrJUzCj1wyyOlcGmM-a1kz/s320/des_teclado.gif" border="0" /><br /><div>O último lugar em que você esperaria ver um pornô seria na sala de estar de um pastor.<br />Mas entre o retrato quebrado de Natal da minha família e uma impressora matricial ficava a tela de um computador. Mal eu podia saber que o lugar onde eu digitei relatórios de livros ou mandei mensagens instantâneas aos amigos também se tornaria a porta para uma quantidade interminável do fruto proibido - e uma quantidade sem fim de culpa.</div><div><br />Crescendo como a filha de um pregador Batista, eu era o retrato de 16 anos de idade da ingenuidade. Minha família havia recém se mudado de uma pequena e isolada cidade no oeste do Texas para Dallas, e em questão de dias em minha nova residência, fui bombardeada pela prevalente cultura sexual de uma grande cidade.</div><div><br />Clubes de strip e cartazes acompanham as rodovias. Havia um sex-shop gigante a poucos quilômetros de nossa casa. Hormônios adolescentes inflamados e à tentação de me deixar levar pela minha curiosidade revelou - se uma combinação perigosa.</div><div><br />Meus pais e meu irmão adormeceram rapidamente enquanto eu conectei à Internet uma noite. Eu busquei a palavra “<span style="color:#006600;">sexo</span>” e em segundos tive acesso a um mar de loiras prateadas bem dotadas fazendo coisas com rapazes (e mulheres) que eu nunca havia visto antes.<br />Por morar em casa e o único computador estar na sala, não havia muitas oportunidades para fazer minha “<span style="color:#cc0000;">pesquisa de educação sexual</span>”, mas sempre que eu estava sozinha, eu rapidamente satisfazia meu interesse.</div><div><br />Eu me formei cedo no ensino médio e logo me mudei para fora de casa quando tinha apenas 17 anos de idade. Eu tinha o meu próprio espaço com o meu próprio computador, e todo o tempo livre no mundo. Eu ia trabalhar (em uma livraria cristã do bairro), voltava para casa, e olhava pornografia quase todas as noites.</div><div><br />Eu frequentava chats eróticos, assistia a filmes e navegava através de centenas e centenas de fotos. Logo meu problema com a pornografia começou a afetar meu desempenho no trabalho e meus relacionamentos.</div><div><br />É claro que nunca mencionei minha luta para ninguém. Pornografia era algo típico, até esperado, de rapazes, mas uma menina? Uma menina que gosta de pornografia? Eu questionava frequentemente minha orientação sexual.</div><div><br />Por que eu gostaria de olhar mulheres nuas? Eu era homossexual? Bissexual? Pervertida? Eu odiava muito o que estava fazendo. Eu sabia que era errado, mas não conseguia parar.</div><div><br />O ciclo continuou durante anos. Me sentindo culpada e jurando nunca fazê-lo novamente, e sucumbindo alguns dias mais tarde. Eu orava a Deus para levar embora os meus desejos. Foi quando eu percebi que era mais do que apenas olhar para as fotos.</div><div><br />Não podia deixar de pensar nisso, e eu tinha mais do que suficiente em imagens gravadas na minha memória para jogá-las novamente no pensamento, mesmo que eu conseguisse ficar fora do computador por um tempo.</div><div><br />Então, por que as mulheres lutam com isso? Embora estereotipicamente não somos tão visualmente estimuladas quanto os nossos colegas masculinos, não somos cegas. Há algo sobre o corpo de uma mulher que é bonito e misterioso, até mesmo proibido, e que brinca com a nossa psique e nos tenta.</div><div><br />Pelo menos para mim, ver estas mulheres perfeitas alimentava uma enorme necessidade emocional. Eu era capaz de me colocar no papel do que eu estava vendo, e, ao fazer isso, me fazia sentir bonita e aceita.</div><div><br />Eu me transformava num corpo perfeito, sexy, e eu era desejada e querida. Eu era capaz de escapar da minha aparência física imperfeita e ser transformada, em minha mente, nesta mulher perfeita.</div><div><br />Minhas atividades online também estragaram minha vida diúrna. Eu fui noiva por cerca de um ano e enganava meu noivo. Depois disso, eu “namorei” vários caras novos por mês, me envolvendo fisicamente com eles de alguma forma.</div><div><br />De acordo com tudo que eu tinha visto, ser aceita e amada significava um relacionamento sexual, e que menina não precisa ser aceita e amada? Fiz meu corpo e meu coração em pedaços durante esses anos.</div><div><br />Quando eu estava com 21, me envolvi em um grave acidente de carro que me levou a reavaliar a forma como eu estava vivendo minha vida. Naquela altura, eu estava fingindo que não havia Deus, exceto quando eu precisava do Seu perdão, e só então eu voltava correndo para Deus. Após o acidente, finalmente algo estalou, e eu percebi que amor não é igual a sexo.<br />Foi nesse momento que eu decidi dar meia volta - mudar o meu pensamento - e então minhas ações eventualmente (e com esperança) mudar também. Tive de dizer adeus aos meus hábitos online, e aos offline também.</div><div><br />Faz 10 anos desde o meu primeiro encontro com a pornografia online, e eu gostaria de admitir que eu fiz um caminho perfeito até a pureza. Gostaria de poder dizer que eu sempre me mantenho em pensamentos corretos ou desligo o computador quando a tentação começa a ser demais, mas a verdade não é esta.<br /><br /><strong><span style="color:#000099;">"Eu ainda sou uma menina que luta. Eu ainda sou uma menina que vive um dia de cada vez, dependendo de um Deus cuja concepção de sexo e amor é muito além do que eu poderia sequer imaginar. Assim, a cada dia e todos os dias, eu oro a Deus para primeiro dirigir e depois redirecionar meu pensamento como for necessário.<br />E eu sou grata pois Ele é Fiel para me encontrar em algum lugar entre o mouse e a tela do computador."</span></strong></div><div><br />*Texto retirado e traduzido do site <a onclick="javascript:pageTracker._trackPageview ('/outbound/www.relevantmagazine.com');" href="http://www.relevantmagazine.com/">Relevant Magazine</a> e traduzido por Ale Seloti. O original está <a onclick="javascript:pageTracker._trackPageview ('/outbound/www.relevantmagazine.com');" href="http://www.relevantmagazine.com/life_article.php?id=7209">aqui</a> sob o nome de <strong>Dirty Girls: The new porn addicts</strong>.</div>Edu Neveshttp://www.blogger.com/profile/11711883315032577375noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-3047529378973729380.post-85347466484207278182009-01-18T08:12:00.000-08:002009-01-18T08:31:35.908-08:00Milagres no YouTube<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhPz3_s4p5bZqb4w89aaCUrx93xlBQ_JPc22MdhVZxU74vfujg2TfcRSk7Aeuv-0WZLgoYS74wpVjNcoTusXySO_mXQLW8bM2WaN7TjAObpU1UsG6Sp9R92ocizZUqUNLrZ-fWMJSBPMlvI/s1600-h/591aebe212b5f835278ab1508f91b999.jpg"><img id="BLOGGER_PHOTO_ID_5292667667651404402" style="DISPLAY: block; MARGIN: 0px auto 10px; WIDTH: 320px; CURSOR: hand; HEIGHT: 255px; TEXT-ALIGN: center" alt="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhPz3_s4p5bZqb4w89aaCUrx93xlBQ_JPc22MdhVZxU74vfujg2TfcRSk7Aeuv-0WZLgoYS74wpVjNcoTusXySO_mXQLW8bM2WaN7TjAObpU1UsG6Sp9R92ocizZUqUNLrZ-fWMJSBPMlvI/s320/591aebe212b5f835278ab1508f91b999.jpg" border="0" /></a><br /><div>A cena é bem usual numa igreja pentecostal. Um pastor ora por uma mulher, cercado de pessoas que intercedem por ela e dão glórias a Deus em voz alta. Mas aí começa a parte não usual: a cabeça da senhora parece se abrir e dela aparentemente saem dois pedaços de carne; tumores, segundo o pregador. A congregação fica eufórica. Depois, a ferida na testa da irmã some como por mágica. O episódio, supostamente o registro de um milagre, já causaria polêmica no ambiente evangélico. Só que tudo o que aqui foi descrito está acessível a qualquer pessoa, em qualquer lugar, do Japão à Groenlândia, desde que tenha um computador com acesso à internet e saiba digitar www.youtube.com.<br /><br />Esse é o endereço do site You Tube, que vem revolucionando a forma de se exibir vídeos na web. Nele, é possível transmitir áudio e vídeo, sejam filmagens caseiras, propagandas, desenhos animados, trailers de filmes ou qualquer outro recurso audiovisual. Foi lá, por exemplo, que cenas tórridas da apresentadora e modelo Daniela Cicarelli, fazendo sexo com o namorado numa praia da Espanha, foram apresentadas para todos os continentes. E, agora, dezenas de vídeos com possíveis milagres também estão sendo exibidos para quem quiser ver. </div><div><br />Para compreender a extensão do fenômeno, nada explica melhor do que os números. Criado em fevereiro de 2005, You Tube é um dos sites que mais cresceram na internet no último ano. Segundo a publicação sobre tecnologia IDG Now, os acessos mensais dispararam de 57 mil para 1,2 milhão num período de cinco meses no Brasil. Nos EUA, o aumento foi de 58 mil para 12,6 milhões em oito meses. Tanto que seus criadores venderam a empresa para o portal Google por 1,65 bilhão de dólares. Repita-se: bilhão. Atualmente, ela tem um acervo de cem milhões de vídeos. A cada 24 horas, são incluídos 65 mil novos arquivos, com duração média de 2 a 5 minutos. </div><div><br />O segredo para fazer acontecer esse fenômeno de popularidade foi permitir que os donos de blogs (<span style="color:#006600;">diários virtuais na internet</span>) pusessem vídeos do You Tube em seus espaços pessoais. Com isso, o site ganhou distribuição em escala global. Oficialmente, não existe censura no You Tube, mas o usuário recebe um alerta em casos de vídeos com conteúdo violento ou pornográfico.<br />Se todo o mundo descobriu esse espaço, os evangélicos não ficaram de fora, como aqueles que postaram a cena do suposto milagre, descrita na abertura desta reportagem. Para conferir, basta acessar o link www.youtube.com/watch?v=I2HEFf3ezKs. Mas essa, de longe, não é a única ocorrência. </div><div><br />Absolutamente impressionante é a série de nove clipes chamada <strong>‘’Milagres na Nigéria’’</strong>. Num dos vídeos (www.youtube.com/watch?v=m4bTmSpEf1Q), um homem de 27 anos, Folorunsho Ibikunle, é apresentado com um câncer nas nádegas capaz de chocar até os estômagos mais fortes. Deitado num local imundo, com vermes passeando pelo corpo, ele é levado à igreja Church of All Nations [<span style="color:#990000;">Igreja de Todas as Nações</span>], conhecida como The Synagogue [<span style="color:#990000;">A Sinagoga</span>], em Lagos, na Nigéria. Depois, é visto numa segunda etapa com a <strong>‘’cratera’’</strong> que havia em seu corpo já cicatrizada. Por fim, aparece dando o testemunho, 100% sarado. Difícil duvidar do milagre, mesmo um não-crente que veja a gravação. </div><div><br />Da mesma série, uma mulher com lepra (<span style="color:#cc0000;">ou câncer, não se sabe ao certo</span>) nos lábios aparece antes e depois da cura, junto com o letreiro, em inglês, <span style="color:#990000;">‘’a Deus seja a glória, pois por suas feridas somos sarados’’</span>. No mesmo vídeo (http://www.youtube.com/watch?v=bpx_DUKO1is&mode=related&search=), um homem nu, com o corpo totalmente consumido pela lepra, é mostrado doente e depois sarado. As imagens são tão fortes e as curas tão patentes que é difícil conter as lágrimas. O mesmo clipe ainda mostra mais duas pessoas sendo curadas, uma de mal de Parkinson. Instantaneamente. </div><div><br />Os vídeos foram postados pelo webmaster Junior Reichert, de 39 anos, membro da Assembléia de Deus – Ministério Madureira, com sede em Curitiba (PR). Ele já passou para o You Tube mais de 30 filmagens mostrando possíveis milagres. Para Reichert, o que o levou a tomar essa iniciativa foi<strong> ‘’a necessidade de mostrar ao mundo, mas principalmente ao povo que se diz cristão, que o nosso Deus não mudou’’</strong>. </div><div><br />E a repercussão tem sido imensa. Reichert assegura que todos os dias recebe e-mails comentando os milagres.<strong> ‘’Não só do Brasil, mas de pessoas que estão em outros países, como Alemanha, Argentina, Chile, Japão, Portugal, Suíça, Noruega etc.’’</strong>. </div><div><br />O webmaster acredita no poder evangelístico do You Tube. <span style="color:#000099;">‘’Sem dúvida é um ponto muito forte para evangelização’’</span>, diz. <span style="color:#006600;">‘’Pessoas não-evangélicas estão vendo um pouco do que o Deus vivo pode fazer!’’</span>. Ele conta que ainda não soube de casos de pessoas que tenham se convertido após assistir aos vídeos, mas que conhece muitos que têm sido renovados espiritualmente e voltado aos pés do Senhor. </div><div><br />Outro usuário, identificado como Derli Dias, postou, em www.youtube.com/watch?v=IlOA-T-hPR0&mode=related&search=, o testemunho de mulheres que afirmam ter sido curadas de caroços e tumores nos seios. </div><div></div><div><span style="color:#cc0000;">CURA DE TUMORES</span></div><div><br />Apresentar o testemunho de uma cura miraculosa também foi o objetivo de um internauta, identificado pelo apelido <strong>‘’Jesusumsodeus’’</strong>, ao disponibilizar o caso de Maria de Fátima Farias. Segundo informação apresentada no site, ela tinha câncer e sangramento vaginal. Os médicos disseram que não tinha cura. Hoje, está curada. O depoimento está em www.youtube.com/watch?v=MDBg4vXJys8&mode=related&search=. Além da história de Maria, o responsável também postou pelo menos outros 15 testemunhos no You Tube.<br />O vídeo ‘’irmãos cegos são curados’’ mostra algo que, se confirmado, é a concretização de algo que muito se fala mas pouco se vê nas igrejas: um casal de irmãos recebe a oração do apóstolo Valdemiro Santiago, da Igreja Mundial do Poder de Deus, em São Paulo, e passa a enxergar. Acessíveis no link ww.youtube.com/watch?v=HxKcp8UlhAE, as imagens foram disponibilizadas pelo próprio Santiago. </div><div><br />Outro suposto milagre que qualquer pessoa pode ver é o link <strong>‘’hérnia sai pelo umbigo’’</strong> (www.youtube.com/watch?v=Dub1GpUDnGo), em que um senhor recebe oração do pastor Makiã Santos. Após cinco minutos de oração, uma bolinha preta aparece no umbigo do irmão. Segundo o pregador, é uma hérnia. </div><div><br />Como se pode ver, exemplos não faltam. E a tendência é haver cada vez mais material do gênero no You Tube. Mas o fato de vídeos tão polêmicos serem expostos a todo o mundo sem uma explicação, uma referência ou uma orientação poderia causar escândalo em vez de disseminar positivamente o poder de Deus? <strong>‘’Escandalizar, não. Mas polemizar, com certeza’’</strong>, reconhece Junior Reichert. Para evitar abusos e enganos, ele garante que toma o cuidado de analisar cada vídeo antes de postar. </div><div><br />Isso não impede que haja reações negativas. O internauta Menegon 1986 deixou um comentário no espaço reservado às opiniões de cada usuário. Em uma palavra, resumiu seu sentimento diante dos testemunhos de cura. <strong>‘’Ridículo’’</strong>, escreveu. </div><div><br />Apesar das reações negativas, o pastor Marcelo Eliziário Vidal, da Igreja Presbiteriana do Caju, acredita que o You Tube pode se tornar uma ferramenta eficaz de evangelização. Usuário da Internet e do site, pastor Marcelo assistiu aos vídeos descritos nesta reportagem e ficou impressionado. <strong>‘’Acredito que a pessoa não-cristã que tenha a chance de ver essas imagens pode até enfrentar uma confusão momentânea, mas depois terá sua curiosidade aguçada e vai procurar se informar sobre aquilo. É possível até que daí venham conversões’’</strong>.</div><div><br /><span style="color:#cc0000;">ORIENTAÇÃO NÃO GERA CONFUSÃO</span> </div><div><br />Ele concorda que o ideal seria postar cada clipe junto com informações bíblicas ou orientações teológicas, para facilitar o entendimento do internauta. Mas pastor Marcelo não vê impedimento algum em usar sites como o You Tube para levar para fora das paredes das igrejas imagens a que até agora o grande público não tinha acesso. <span style="color:#000099;">‘’O grande problema é quem usa e como usa. O You Tube pode ser uma arma maléfica ou benéfica. Para mostrar milagres, o crescimento de igrejas e outras coisas que glorifiquem o nome de Jesus são extremamente benéficos’’</span>. </div><div><br />O pastor Marcos José Filho, vice-presidente da Assembléia de Deus na Ilha do Governador (Adig), no Rio de Janeiro, compartilha dessa opinião. Ele se baseia em <strong>1 Co 9.22</strong>, que diz: <span style="color:#cc0000;">‘’Fiz-me tudo para todos, para por todos os meios chegar a salvar alguns’’. ‘’Todos são todos. Todos os meios são válidos para alcançar vidas. Nesse sentido, o You Tube é muito importante, porque cada vez mais as pessoas se isolam em casa e a internet é um canal fundamental para chegar até elas’’</span>, explica. </div><div><br />Marcos Filho é antenado com a tecnologia. Acessa regularmente a internet, tem comunidade no Orkut e já entrou muitas vezes no You Tube. Além disso, sua igreja transmite os principais cultos, ao vivo e sem cortes, pela web (<em>www.adig.com.br</em>). Ele acredita que o ideal seria que cada vídeo viesse acompanhado de uma orientação, para não confundir o internauta. <span style="color:#000099;">‘’Se um clipe é solto no ar sem um fechamento, sem amarrar a questão, a essência do que é mostrado pode se perder. Mas, mesmo sem nenhuma orientação, as imagens em si já são muito importantes, pois muita gente sabe reconhecer aquilo</span><span style="color:#000099;">’’</span>. </div><div><br />Diretor do Instituto Bíblico da Adig (<strong>Ibadig</strong>), Marcos Filho também ressalta que, além do enfoque evangelístico, os vídeos de milagres têm peso para a edificação espiritual. <em><span style="color:#cc0000;">‘’Nunca presenciei milagres tão impressionantes como os da Nigéria, a que assisti no You Tube. Ver aquilo nos leva a pensar por que esses fenômenos acontecem daquela forma naquele lugar e não na nossa igreja. Isso nos incentiva a buscar cada vez mais a Deus’’</span></em>, conclui.</div><div> </div><div></div><div><strong>*</strong><em><span style="color:#000099;">Maurício Zagari</span></em> - (Revista Enfoque Gospel).</div>Edu Neveshttp://www.blogger.com/profile/11711883315032577375noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-3047529378973729380.post-38919386923130668982009-01-02T10:14:00.001-08:002009-01-02T10:31:12.973-08:00A submissão da mulher<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhnzjWEP8Svj3qNLwhUTQpYchvrm5nCckUI5JaGdpPXu_0_hzqmFdFa-qo82StpPwEmcTOh8xs2c03ir4lXmMCzsgc6GbMELEOxDWB90_2JIsapgGRf0shQ5hI-WlKKg8vRLBZlsQb6RFtW/s1600-h/0000087677.bmp"><img id="BLOGGER_PHOTO_ID_5286761760755365842" style="DISPLAY: block; MARGIN: 0px auto 10px; WIDTH: 320px; CURSOR: hand; HEIGHT: 262px; TEXT-ALIGN: center" alt="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhnzjWEP8Svj3qNLwhUTQpYchvrm5nCckUI5JaGdpPXu_0_hzqmFdFa-qo82StpPwEmcTOh8xs2c03ir4lXmMCzsgc6GbMELEOxDWB90_2JIsapgGRf0shQ5hI-WlKKg8vRLBZlsQb6RFtW/s320/0000087677.bmp" border="0" /></a> Como, por que e para quê ler <strong>Efésios 5.22-24</strong>, que diz: <em><span style="color:#cc0000;">“Mulheres, sujeite-se cada uma a seu marido, como ao Senhor, pois o marido é o cabeça da mulher, como também Cristo é o cabeça da igreja, que é o seu corpo, do qual ele é o Salvador. Assim como a igreja está sujeita a Cristo, também as mulheres estejam em tudo sujeitas a seus maridos”? </span></em>Penso que precisamos levar em conta alguns pressupostos, uns gerais e outros específicos.<br /><br /><strong>PRESSUPOSTOS GERAIS</strong><br /><br /><span style="font-size:130%;color:#000099;"><strong>1.</strong></span> A Bíblia ainda é o livro que rege as nossas vidas. Ela nos fala de princípios, que são imutáveis, porque inspirados por Deus, que conhece o tempo e não muda com ele. Nosso pensamento deve estar em conformidade com a Bíblia; não com a nossa interpretação, mas com o texto. Precisamos nos expor a ele para que nos exponha o conselho de Deus.<br /><br /><span style="font-size:130%;color:#000099;"><strong>2.</strong></span> Mesmo que o contexto histórico em que surgiu o conselho de Deus seja outro, este conselho continua sendo de Deus.O contexto, no entanto, é fundamental para entendermos o sentido do texto e para o aplicarmos ao nosso contexto.<br /><br /><span style="font-size:130%;color:#000099;"><strong>3.</strong></span> Precisamos saber que os padrões bíblicos se inscrevem numa ordem espiritual, não numa ordem natural; para ficarmos com os padrões naturais, não precisaríamos da Palavra de Deus. É a realidade que deve se conformar à Palavra de Deus, e não o contrário.<br /><br /><strong>PRESSUPOSTOS ESPECÍFICOS</strong><br /><br /><span style="font-size:130%;color:#006600;"><strong>1.</strong></span> O ensino paulino sobre a mulher está adiante do seu tempo.<br /><br />Na sociedade romana, o casamento nada tinha a ver com amor. Era arranjado pelas famílias. Quando casada, uma mulher romana estava sob a jurisdição do seu marido ou do pai dela, dependendo do tipo de contrato celebrado. O propósito do casamento era garantir a sucessão familiar, para que os espíritos dos mortos fossem honrados.<br /><br />A razão para o casamento não era o amor, mas a procriação. Por esta razão, o divórcio era natural quando a mulher não pudesse cumprir esta sua função. O homem geralmente era promíscuo. Algumas esposas também o eram, mas discretamente, porque seu gesto poderia ser considerado infidelidade. O do homem, não.<br /><br />Um homem geralmente se casava aos 30 anos, e uma mulher aos 18, ou antes. Cabia ao homem ensinar essa adolescente a viver na nova casa, uma casa onde havia escravos e era semipública. A expectativa média de vida da mulher na Roma antiga era, no máximo, de 30 anos. Eis o epitáfio de uma destas mulheres (Vetúria): casada aos 11, mãe de seis filhos e falecida aos 27.<br /><br />As mães precisavam ter muitos filhos, porque não sabiam quantos sobreviveriam. Os maridos da aristocracia esperavam que suas esposas estivessem permanentemente grávidas. Os pobres, não, por falta de recursos para sustentar os filhos. As mulheres não podiam escolher ter ou não ter filhos. Além da maternidade, as mães podiam participar da educação dos filhos.<br /><br />As mulheres não tinham qualquer possibilidade de escolha pessoal. Elas estavam sempre sob a supervisão dos seus pais, parentes masculinos e maridos, que geralmente as beijavam na boca... para sentir se tinham bebido vinho, algo proibido para mulheres, por estimular ao adultério.O mundo romano antigo era a cultura patriarcal, com os homens controlando todas as posições de poder. Mulheres e crianças não tinham qualquer poder. Uma mulher raramente acompanhava seu marido e filhos às refeições. E só podia comer quando acabasse a conversa à mesa, onde não podia se assentar, mas num banco ao fundo. Na família romana, portanto, a idéia de igualdade no lar simplesmente não existia.<br /><br /><strong><span style="font-size:130%;color:#003300;">2.</span></strong> Embora venhamos a ter algumas dúvidas sobre como entender a recomendação paulina acerca da submissão da mulher, podemos ter certeza do que o texto não diz:<br /><br />• Paulo não diz que a mulher não pode ocupar funções de liderança, inclusive de ser <strong>pastora</strong>. Quem lê o livro de Atos dos Apóstolos e as cartas paulinas nota, com abundância, a consideração que tinha para com elas em seu ministério.<br /><br />• Paulo não aplica a submissão da esposa a todas as áreas da experiência humana. A instrução é específica ao contexto da vida de uma família cristã e não se aplica à política, aos negócios e nem mesmo à igreja.<br /><br />• Paulo não recomenda que a esposa deve obedecer ao seu marido como se não tivesse gosto ou vontade próprios. Filhos e servos devem obedecer. Esposas devem se submeter. Portanto, quando fala dos deveres dos filhos e dos servos, Paulo pede que obedeçam a seus pais e a seus senhores (<span style="color:#006600;">hupakouete</span>). Quando orienta as esposas, ele pede que se submetam (<span style="color:#000099;">andrasin</span>). Esta diferença não pode ser ignorada se quisermos entender o sentido da instrução paulina. A diferença não pode ser desconsiderada. A mulher não deve se esconder atrás desta submissão para se livrar de suas responsabilidades, como Eva tentou fazer. Safira foi tão culpada quanto Ananias, e morreu junto com o marido porque também pecou. A mulher tem o direito e o dever de discordar do seu marido, se for o caso.<br /><br />• Paulo não autoriza o marido a tratar sua esposa como pessoa inferior, como se fosse ele um déspota que reinasse sobre sua mulher. Paulo não autoriza o marido a tratar sua esposa como uma criança a ser cuidada, porque incapaz. Paulo não admite que o marido possa desrespeitar sua esposa, humilhando-a (<span style="color:#ff0000;">porque ela não trabalha fora, por exemplo</span>), vigiando-a (<span style="color:#000099;">por causa do ciúme doentio</span>), proibindo-a disto ou daquilo (<span style="color:#993300;">estudar, trabalhar fora, participar de uma igreja</span>), tratando-a como empregada ou prostituta particular, sufocando-a em suas necessidades. Paulo não sinaliza que o marido pode cometer violência, física ou psicológica, contra sua esposa, porque Deus não é cúmplice da covardia.<br /><br /><strong>A SUBMISSÃO DA MULHER AO MARIDO SEGUNDO A BÍBLIA</strong><br /><br /><strong><span style="font-size:130%;color:#6600cc;">1.</span></strong> Marido e mulher são seres diferentes.A submissão feminina é o reconhecimento das diferenças de gênero. Homem e mulher são diferentes, logo têm papéis diferentes, que devem ser valorizados. Ambos podem se destacar no mundo dos negócios, da política, da educação e da ciência, mas há papéis, biologicamente ou culturalmente dados, que cabem a cada um. No desenvolvimento destes papéis, homem e mulher, marido e esposa, são complementares.<br />Tornou-se politicamente correto afirmar a igualdade absoluta entre masculino e feminino, mas esta assertiva é equivocada se não incluir a dimensão da diferença, sem superioridade, sem inferioridade.<br /><br /><strong><span style="font-size:130%;color:#6600cc;">2.</span></strong> A submissão feminina é a afirmação que o relacionamento entre marido e mulher deve ser exclusivo, no sentido de ser um para o outro. O amor e o cuidado devem ser mútuos, com um servindo ao outro. Nem homem nem mulher é mais importante do que o outro aos olhos de Deus (<strong>Gálatas 3.28</strong>), pois Deus os criou à sua imagem (<strong>Gênesis 1.27</strong>) e os tornou co-herdeiros do dom da graça da vida manifestado em Cristo Jesus (<strong>1Pedro 3.7</strong>).<br /><br /><strong><span style="font-size:130%;color:#6600cc;">3.</span></strong> A submissão feminina quer dizer que uma família precisa de uma liderança. Nenhum organismo social vive sem uma liderança.<br /><br />Marido e mulher podem inclusive se especializar na liderança.O casal pode combinar, por exemplo, que a gestão financeira poderá ficar sob a responsabilidade daquele que for mais capaz de gastar menos...Uma eventual especialização não altera o papel do homem na vida familiar. Muito do que há de pior nas famílias advém da omissão masculina. Portanto, numa situação ideal, em que o casal busca a plenitude do Espírito Santo, a liderança é masculina. No entanto, vivemos num mundo decaído, onde presenciamos o abandono, a infidelidade, a insanidade, a violência doméstica e a dependência química.<br /><br />Uma esposa abandonada não pode esperar que o marido ausente lidere a família; esta tarefa tem que ser assumida por ela, se não quiser que a fome campeie e a desagregação se estabeleça de modo definitivo. Uma esposa sabidamente traída precisa assumir sua dignidade, não esperando que um marido adúltero diga a ela e a seus filhos como devem agir. Um marido infiel está moralmente incapacitado para liderar a família.Uma esposa física ou emocionalmente agredida por seu marido está desobrigada em aceitar a violência como decorrência da liderança masculina.<br /><br />A violência de um homem contra sua esposa é uma demonstração de insanidade, que o desqualifica como líder. A mulher tem o dever de preservar sua saúde física e emocional, buscando uma delegacia, se for o caso, para denunciar seu cônjuge.<br /><br />Uma família em que o marido/pai ficou enfermo mentalmente não deve esperar que ele assuma seu papel de líder enquanto precisa de recuperação. Ele deve ser respeitado, amado, querido, mas não pode ter sobre si mais este peso, que o debilite ainda mais. A esposa precisa assumir a liderança da casa e até do tratamento do esposo.<br /><br />Uma família em que o marido/pai se tornou dependente de drogas, seja o álcool ou os tóxicos, não pode permitir que este homem lidere a casa, sob pena de sofrer um naufrágio coletivo, uma vez que a dependência devasta a saúde física, emocional e financeira de uma família. A esposa deve assumir a liderança e investir na recuperação do esposo.<br /><br />Numa família que procura viver sob o Espírito de Deus, o marido assume o seu papel, amando a sua esposa, amando os seus filhos, sem se impor com frases do tipo “aqui quem manda sou eu”, próprias dos fracos.Submissão é uma atitude do coração, não um ato. Um casamento triunfará se for entre iguais.<br /><br />Um casamento entre iguais vai além de papéis e fórmulas. Só o casamento entre iguais permite a verdadeira intimidade. O casamento é o espaço da comunhão entre iguais.Se for baseado na autoridade, o casamento fracassará, mesmo que os dois continuem coabitando. O relacionamento no casamento não é de hierarquia, com o marido no trono e a mulher no chão, mas de parceria.<br /><br />*<em><span style="color:#006600;">Israel Belo de Azevedo</span></em>Edu Neveshttp://www.blogger.com/profile/11711883315032577375noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-3047529378973729380.post-29020633614302668652008-12-19T08:16:00.001-08:002008-12-19T08:28:41.032-08:00O universalismo<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhGThqgvl1RtDtwr8cL-8asOvrgqvKhsg1ZB2cFWky0vX0o63WTYPE5ISLdZiJcaZBuVEYHwTJXLsAAzyxeJgS2rq2Riv_-rUbE_s5JzA5vipa_Wyg9bFcQcENSL8vokhmniT7onBx0MFy7/s1600-h/mundo.gif"><img id="BLOGGER_PHOTO_ID_5281535892694546866" style="DISPLAY: block; MARGIN: 0px auto 10px; WIDTH: 320px; CURSOR: hand; HEIGHT: 191px; TEXT-ALIGN: center" alt="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhGThqgvl1RtDtwr8cL-8asOvrgqvKhsg1ZB2cFWky0vX0o63WTYPE5ISLdZiJcaZBuVEYHwTJXLsAAzyxeJgS2rq2Riv_-rUbE_s5JzA5vipa_Wyg9bFcQcENSL8vokhmniT7onBx0MFy7/s320/mundo.gif" border="0" /></a> O ensinamento que afirma que todos os homens serão salvos pela misericórdia de Deus se chama “<strong><em>universalismo</em></strong>”. De modo crescente, o universalismo se insinua por declarações da <span style="color:#cc0000;">Igreja Católica Romana</span>, bem como alguns grupos e igrejas protestantes de linha mais liberal. Esta doutrina se mantém e se propaga pela força de dois tipos de argumentação. O primeiro, sendo teológico, apela para a razão e emoções humanas, enquanto o segundo se fundamenta em interpretações duvidosas de alguns trechos da Bíblia.<br /><br />O nacionalismo judaico que dominava na época de Jesus abriu uma brecha extremamente estreita para prosélitos que renunciavam suas origens gentílicas e ingressavam dentro do povo de Deus por meio de batismo, circuncisão, sacrifício e compromisso com a Lei. Assim alcançariam o supremo benefício de ingressar no povo de Deus chamado Israel, mas não a garantia da salvação.<br /><br />Os profetas do Antigo Testamento previam um tempo futuro em que o Messias viria, não apenas para trazer a salvação ao povo escolhido (<strong>Is 42.6; 49.6</strong>), mas também aos gentios. Não seria justamente a bênção que Deus deu a Abraão que se estenderia a todas as nações da terra por meio do seu descendente (<strong>Gn 12.3; Gl 3.16</strong>)? A Nova Aliança efetuada pela pessoa e obra de Jesus na cruz criou uma “<span style="color:#000099;">raça eleita, sacerdócio real, nação santa e povo de propriedade exclusiva de Deus</span>”, composta de judeus e gentios convertidos (<strong>1Pe 2.9</strong>).<br /><br />De acordo com o Novo Testamento, a salvação de qualquer pessoa, judeu ou gentio, dependia da confissão que Jesus é Senhor (<span style="color:#006600;">normalmente no batismo que marcava a morte e ressurreição com Cristo</span>) e crer na ressurreição de Jesus (<strong>Rm 10.9</strong>). Todos que se arrependiam e criam eram incluídos nos salvos. A Grande Comissão que Jesus deu aos seus seguidores foi de fazer discípulos de todas as nações, batizando e ensinando-os a obedecer tudo que Jesus ensinou (<strong>Mt 28.19,20</strong>). Desta maneira, o universalismo dos profetas, no qual as nações subiriam ao monte do Senhor (<strong>Is 2.3</strong>), se cumpria no convite do Evangelho universal a todos que foram comprados para Deus pelo sangue de Jesus, os que procedem de toda tribo, língua e nação (<strong>Ap 5.9</strong>).<br /><br />A doutrina ortodoxa enraizada no Novo Testamento que oferece a garantia da salvação a todos que se arrependem e crêem no Senhor Jesus não é o universalismo que ensina que todos os seres humanos serão aceitos por Deus e gozarão do benefício da morte de Jesus. O universalismo neste sentido foi condenado no Concílio de Constantinopla como uma heresia em 543 d.C. Reapareceu entre os mais extremados anabatistas, alguns Morávios e outros poucos grupos não ortodoxos. Schleiermacher, conhecido pai do liberalismo, abraçou esta posição, seguido por teólogos mais radicais como John A.T. Robinson, Paul Tillich, Rudolph Bultmann. Até o mais destacado teólogo do século 20, Karl Barth, não se posicionou contra esta esperança, mesmo sem se declarar abertamente a seu favor. Os evangélicos, porém, se opõem contundentemente a essa doutrina. Eles reconhecem no universalismo uma forma moderna da mentira de Satanás no jardim: “<span style="color:#cc0000;">Certamente, não morrerás</span>”.<br /><br />“<span style="color:#000099;">Atrairei todos a mim mesmo</span>” (<strong>Jo 12.32</strong>). “<span style="color:#000099;">Por um só ato de justiça veio a graça sobre todos os homens para justificação de vida</span>” (<strong>Rm 5.18</strong>). João diz que “<span style="color:#000099;">Jesus Cristo é a luz que ilumina a todo homem</span>” (<strong>Jo 1.9</strong>). Paulo afirma: “<span style="color:#000099;">Porque assim como em Adão todos morrem, assim também todos serão vivificados em Cristo</span>” (<strong>1Co 15.22</strong>). “<span style="color:#000099;">A graça de Deus se manifestou salvadora a todos os homens</span>” (<strong>Tito 2.11</strong>).<br /><br />Mesmo que pareça convincente o argumento exegético, quem examinar mais profundamente encontrará boas razões para rejeitar a salvação universal. Considerar estes textos dentro do seu contexto mais amplo convencerá o intérprete não preconceituoso que os autores bíblicos não estão declarando a possibilidade de salvação sem fé no Senhor Jesus Cristo. Considere <strong>Hebreus 11.6</strong> que diz que “<span style="color:#000099;">sem fé é impossível agradar a Deus</span>”.<br /><br />O dualismo que divide toda a humanidade aparece em todo o Novo Testamento. O juiz tem sua pá na mão, limpará completamente a sua eira; “<span style="color:#000099;">recolherá o seu trigo no celeiro, mas queimará a palha em fogo inextinguível</span>” (<strong>Mt 3.11,12</strong>).<br /><br /><strong><span style="font-size:130%;"><em>"Sem nascer de novo não há esperança de ver o Reino de Deus. Achar que o amor de Deus é tão extenso que ninguém pode cair fora dele, é uma crença muito conveniente para os que rejeitam o teor de todo o ensino da Bíblia. Não convém se arriscar em tão fraca esperança."</em></span></strong><br /><br />*<em><span style="color:#cc0000;">Russell Shedd</span></em> é PhD em Teologia do Novo Testamento e doutor em Divindade.Edu Neveshttp://www.blogger.com/profile/11711883315032577375noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-3047529378973729380.post-23273237653462840822008-11-28T08:53:00.001-08:002008-12-16T09:33:40.411-08:00Uma mensagem para o coração brasileiro<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiG3eDPMEG5BDX8sWbqssxf5Add0351YRMiZbhVt8oTJhEYCOLFaBN7vuPC7bcKkoiR_kvhwUuAeAoYem78VXKQv-1i7pMQqgoZchX7vtEup5CPZNIfVvT77I1opvonkj0iwQOU-YeR1bw-/s1600-h/Ceu1800.jpg"><img id="BLOGGER_PHOTO_ID_5280442281767291186" style="DISPLAY: block; MARGIN: 0px auto 10px; WIDTH: 320px; CURSOR: hand; HEIGHT: 240px; TEXT-ALIGN: center" alt="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiG3eDPMEG5BDX8sWbqssxf5Add0351YRMiZbhVt8oTJhEYCOLFaBN7vuPC7bcKkoiR_kvhwUuAeAoYem78VXKQv-1i7pMQqgoZchX7vtEup5CPZNIfVvT77I1opvonkj0iwQOU-YeR1bw-/s320/Ceu1800.jpg" border="0" /></a><br /><div><strong>“Quem não se comunica se trumbica”, </strong>dizia o Chacrinha. Como pastor pentecostal, acostumei-me à comunicação oral e já ouvi excelentes comunicadores. Aliás, a maioria dos púlpitos brasileiros prioriza a retórica. Entretanto, a pergunta é: os tribunos evangélicos são bem-sucedidos na transmissão da sua mensagem? Sim, caso se considere o espetacular crescimento numérico dos crentes. Não, caso se avalie o recrudescimento dos preconceitos e uma ostensiva rejeição aos evangélicos entre os formadores de opinião.<br /><br />Ouço relatos de discriminação contra pastores quando precisam preencher um cadastro de crediário, quando alugam casas ou fazem o “check in” do hotel. O senso comum é que pastores são falastrões, sempre ávidos por dinheiro. Eugene Peterson conta a aflição de uma conversa com um passageiro que viajava ao seu lado pela Ásia. Em determinado momento, o homem indagou o que Peterson fazia. <strong>“Sou pastor”, </strong>respondeu. O que se seguiu foi constrangedor: <strong>“Pastor, responda-me, por favor: por que, quando viajo perto de um monge budista, tenho a sensação de estar ao lado de um santo homem de Deus, mas junto de um pastor, fico com a impressão de que estou acompanhado de um homem de negócios?”</strong><br />Para comunicar uma mensagem para o coração do brasileiro é preciso mais que retórica. O conteúdo da enorme maioria dos sermões restringe-se a chavões surrados, reciclados e esvaziados, por excessivo uso. Os versículos usados são restritos a cerca de uns cem, preferivelmente descrevendo a vitória na guerra e milagres excepcionais, como o mar que se abriu e o sol que parou. Os melhores evangelistas decoram esses poucos textos para citá-los feito metralhadora no meio do sermão. A arte da retórica funciona bem para os que já se acostumaram com a linguagem daquele ambiente, mas para quem precisa organizar os conceitos para melhor entendê-los não bastam as frases prontas.<br /><br />Para comunicar uma mensagem para o coração brasileiro é preciso que o discurso se alicerce na credibilidade. Cansados de corrupção, de enganos e de ouvir contos-do-vigário, o povo precisa confiar que os pastores não participam da mesma cultura dos caudilhos, dos coronéis, das oligarquias, das elites que só se locupletaram com a miséria. Se os líderes religiosos passarem a idéia de serem espertalhões, as pessoas os procurarão apenas para “<strong>conseguir</strong>” uma bênção, mas nunca organizarão a vida a partir de seus valores. Assim os pastores se condenam a meros feiticeiros, que sabem acessar o sobrenatural para alcançar milagre. A magia substitui o discipulado, e a técnica, o relacionamento.<br /><br />Para comunicar uma mensagem para o coração brasileiro é preciso que haja sintonia entre o sermão e a vida. Não adianta lidar com conceitos que fazem todo sentido numa torre de marfim, mas que não se conectam com a difícil realidade. Como o evangelho não doura a pílula existencial, os pastores não podem ter a pretensão de que, “em tese”, o crente literalmente anda sobre as águas, pega em serpentes sem ser picado e bebe veneno. Mesmo cristãos, mulheres e homens pegam ônibus lotados, esperam semanas por uma vaga em ambulatórios públicos e sobrevivem de subempregos.<br /><br />Para comunicar uma mensagem para o coração brasileiro é preciso que se fale com poesia e com ternura. Em <strong>“Casa-Grande & Senzala”</strong>, Gilberto Freyre atribui o jeito manhoso e delicado do brasileiro à influência das negras na educação do Brasil colonial. <em>“Dói dos grandes tornou-se o dodói dos meninos. Palavra muito mais dengosa. A alma negra fez muitas coisas com as palavras, o mesmo que com a comida: machucou-as, tirou-lhes as espinhas, os ossos, as durezas, só deixando para a boca do menino branco as sílabas moles. Daí esse português de menino que no Norte do Brasil, principalmente, é uma das falas mais doces deste mundo”. </em>A aspereza do mundo anglo-saxônico não combina com esse amolecimento da linguagem: “E não só a língua infantil se abrandou desse jeito, mas a linguagem em geral, a fala séria, solene, da gente grande, toda ela sofreu no Brasil, ao contato do senhor com o escravo, um amolecimento de resultados às vezes delicioso para o ouvido”.<br /><br />Para comunicar uma mensagem para o coração brasileiro é preciso que se restaure a dimensão lúdica da fé. Por décadas os missionários tentaram mostrar que fé combinava bem com austeridade. Reverência virou sinônimo de rigidez. Mas brasileiro chega atrasado, não se sente bem de terno e gravata e detesta ambientes protocolares. Enquanto os cultos solenes exigiam becas, togas e hinos com música e métrica rebuscadas. O protestantismo manteve-se estrangeiro enquanto insistiu em liturgias suntuosas que não combinavam com a informalidade nacional. Os pentecostais conseguiram enorme penetração nos estratos mais populares porque contextualizaram os cânticos, improvisaram os sermões e bagunçaram a liturgia.<br /><br />Para comunicar uma mensagem para o coração brasileiro é preciso que se faça teologia com tolerância. O fenômeno do duplo, e até triplo, pertencimento não é anomalia católica, mas um traço cultural. O brasileiro não se constrange de freqüentar e conviver com diversas influências espirituais. O protestantismo tupiniquim absorve, rapidamente, peculiaridades tanto do catolicismo popular quanto das religiões afro-brasileiras. Portanto, é preciso acabar com as intransigências que promovem ódios religiosos.<br /><br />Finalmente, para comunicar uma mensagem para o coração brasileiro é preciso que se fale aos sentimentos mais que à mente; que se transmitam os afetos divinos e não os áridos pressupostos da teologia; que se promova a solidariedade; que se busque a justiça; e que se produza uma geração de mulheres e homens bons, parecidos com Jesus de Nazaré.<br /><br /><strong>“Soli Deo Gloria”.</strong><br /><br />• Ricardo Gondim é pastor da Assembléia de Deus Betesda no Brasil e mora em São Paulo.</div>Edu Neveshttp://www.blogger.com/profile/11711883315032577375noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-3047529378973729380.post-22413381736612010762008-11-16T12:54:00.000-08:002008-12-16T09:17:46.458-08:00Batalhar pela fé<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhrzwhkoxNNZHA12quOYGr0rYp7QApZQ2nD2hqbvLpvBe3a4UrS0eUoUP9Z9iJSK-qQBTWAhoFHRgrERS2ObmYIbl4IFqRpwfG7jnlb3CpsXTyZKBYUg6LWx8ssWqpChqTe6LVwjZuYogHI/s1600-h/5805_Kopia%2520BIELIKCK-(6).jpg"><img id="BLOGGER_PHOTO_ID_5280438204530159074" style="DISPLAY: block; MARGIN: 0px auto 10px; WIDTH: 320px; CURSOR: hand; HEIGHT: 214px; TEXT-ALIGN: center" alt="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhrzwhkoxNNZHA12quOYGr0rYp7QApZQ2nD2hqbvLpvBe3a4UrS0eUoUP9Z9iJSK-qQBTWAhoFHRgrERS2ObmYIbl4IFqRpwfG7jnlb3CpsXTyZKBYUg6LWx8ssWqpChqTe6LVwjZuYogHI/s320/5805_Kopia%2520BIELIKCK-(6).jpg" border="0" /></a><br /><div>A fé cristã é uma completa certeza em Cristo, pela qual atingimos a perfeita comunhão com o Senhor. De acordo com a história, os cristãos sempre acreditaram que os eventos bíblicos, verdadeiramente aconteceram como descritos na Bíblia. Milagres como o nascimento virginal de Jesus, os prodígios que o próprio Senhor Jesus Cristo realizou, sua ressurreição corporal dentre os mortos, os milagres do Antigo e Novo Testamento, de modo geral, são todos considerados fatos.<br />Em meio aos amplos embates teológicos que marcaram o século XVI, quando o estabelecimento dos axiomas reformados era o centro das preocupações para identificar o pensamento protestante, homens como Martinho Lutero e João Calvino dedicaram muito de seus esforços ao entendimento da fé.<br /><br />Pela fé entendemos a criação de todas as coisas (Hb 11:3); esta certeza é como estar vendo o invisível, não é uma concordância cega e desvairada, mas um sentimento baseado nos fatos da obediência a Jesus Cristo e a Sua Palavra. Esta confiança é apresentada como a única condição prévia, que o Senhor Deus requer do homem para a salvação; pelo Evangelho descobrimos a justiça de Deus que nos ensina a viver pela fé (Rm 1:17).<br /><br />Então entendemos que ela é nossa maior riqueza? Claro! Ela é como o ouro provado no fogo! Assim compreendemos que sua defesa é necessária, vejamos o que o Senhor nos diz: “Amados, procurando eu escrever-vos com toda a diligência acerca da salvação comum, tive por necessidade escrever-vos, e exortar-vos a batalhar pela fé que uma vez foi dada aos santos.” (Jd 1:3)<br /><br />A epístola de Judas não fica no centro de debates teológicos importantes, mas o tema que aborda é de importância basilar a veracidade cristã; seu escritor surge conclamando seus leitores a considerarem o que acontece quando pessoas que professam seguirem a Cristo negam a fé, agindo numa situação que poderiam ser chamadas de ímpias.<br /><br />Judas fala de pessoas que tentavam transformar em devassidão a graça de Deus, ensinos que, seja como for, Deus perdoaria aqueles que de contínuo entregavam-se às concupiscências carnais; ou então, que os que vivessem na obscenidade estariam para sempre seguros se, no passado, eles creram em Jesus Cristo. Pregavam a absolvição da iniqüidade, mas não na exigência da santidade.<br /><br />Na verdade Judas queria dizer: <strong>Perigo! Falsos Mestres!<br /></strong><br />Recordo que certa vez quando lecionava na escola bíblica dominical, o caso de imoralidade sexual de um diácono da igreja, foi tema de um sério debate (pois a maioria da classe defendia o perdão de um homem que insistia em trair sua esposa, sem demonstrar menor temor ao Senhor). Fiquei atônito com o pensamento da classe (70%), pois tinham a fantasia de que amor divino suplantaria Seu propósito de justiça e integridade moral.<br /><br />Infelizmente esta contraversão de pensamentos vem se disseminando na igreja contemporânea, a carta de Judas fala no presente como falou a todas as eras precedentes. Essa moda de ser tolerante com qualquer coisa que se denomine “cristã”, é a causa principal para as divergências na igreja. Os crentes em Cristo autênticos, todavia, defenderam as predições de juízo, contra esta doutrina pagã que desde ao primeiro século de nossa igreja vem nos assombrando.<br /><br />Meu convite a você cristão fiel, é batalhar na defesa da fé; é tomar uma posição firme contra aqueles que, em nossas igrejas distorcem a doutrina verdadeira de nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo. Devemos dar um basta a esses que tentam “remodelar” o evangelho, tendo com interesse que ele venha a perder sua essência.<br /><br />“Retendo firme a fiel palavra, que é conforme a doutrina, para que seja poderoso, tanto para admoestar com a sã doutrina, como para convencer os contradizentes.” (Tt 1:9)<br /><br />A mais simples definição da fé cristã é uma confiança que nasce do coração, é dom de Deus!<br /><br /><strong>Eduardo Neves</strong><br /><br />Obs.: O diácono citado neste texto se desviou do evangelho, e continua vivendo em toda impureza pecaminosa que permeia a sociedade corrupta e imoral. </div>Edu Neveshttp://www.blogger.com/profile/11711883315032577375noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-3047529378973729380.post-91615960736081377602008-10-30T07:51:00.000-07:002008-12-16T09:35:28.400-08:00Ele me ensinou o que é graça<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj8U-Va73mdvU1DeBI_tj33N8QANLbDeJqCzioDj59htP_A8S2sxZVhJzRRUDXfdTRufSg8h74CRC31h4mo2M1IpmHrE8lkVfmugmg1ASiCq4AjN7WJcByjxlfEHRjNpOybnLgELz8iL39g/s1600-h/ceu.jpg"><img id="BLOGGER_PHOTO_ID_5280442866893605986" style="DISPLAY: block; MARGIN: 0px auto 10px; WIDTH: 320px; CURSOR: hand; HEIGHT: 214px; TEXT-ALIGN: center" alt="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj8U-Va73mdvU1DeBI_tj33N8QANLbDeJqCzioDj59htP_A8S2sxZVhJzRRUDXfdTRufSg8h74CRC31h4mo2M1IpmHrE8lkVfmugmg1ASiCq4AjN7WJcByjxlfEHRjNpOybnLgELz8iL39g/s320/ceu.jpg" border="0" /></a><br /><div></div><div>Quando meu avô estava há alguns metros da entrada de casa já era possível saber que estava chegando. Assoviar os hinos do Cantor Cristão era sua marca registrada. O som entrava pela casa de uma forma inconfundível. Amaro Barbosa de Oliveira, o homem mais falante e comunicativo que já conheci em toda a minha vida.<br /><br />Ainda hoje, quando fecho os olhos e penso nele, posso vê-lo caminhando. Um negro alto de 1,80m, com todos os traços faciais que a raça lhe permitia: nariz largo, lábios carnudos. Rosto fino e bigode bem aparado que, assim como os poucos cabelos que lhe restaram nas laterais da cabeça, começou a embranquecer. O chapéu — que sempre protegia do sol a cabeça calva — e a bengala eram acessórios inseparáveis.<br /><br />Fosse aonde fosse, a música sempre o acompanhava. Em casa, nos momentos familiares, pedia que cantássemos com ele os hinos do Cantor Cristão; era quando exibia seu belo tenor. Foi ele a primeira pessoa a me evangelizar, antes mesmo de minha mãe, filha dele. “Renata”, dizia, “você sabe o que é graça?”. Nas primeiras vezes, eu respondia não. Então, ele explicava: “É favor imerecido de Deus”. Após inúmeras repetições, aprendi e estava pronta para ouvir a Palavra de Deus de um modo mais consistente. Morávamos em cidades diferentes; ele na Baixada Fluminense e eu na região serrana do Rio de Janeiro. Por isso, quem colheu minha conversão foi outra pessoa; mas quem lançou a semente, com certeza, foi meu avô.<br /><br />Ele foi levado a Cristo por minha avó, Antônia Maria. Os dois foram os primeiros de suas famílias a se converterem ao evangelho, em 1968. No início freqüentaram a Igreja Assembléia de Deus, mas logo depois se transferiram para uma Igreja Batista. Os seis filhos também foram evangelizados e criados segundo as Escrituras.<br /><br />Faziam culto doméstico todos os dias. A principal razão era que minha avó não sabia ler, por isso meu avô se sentia no dever de, todos os dias, compartilhar com a família uma porção da Palavra de Deus. Foi assim que se tornou um grande conhecedor do texto sagrado. Apesar de nunca ter freqüentado uma escola — pois aprendera a ler e escrever com explicadoras — conhecia mais a Bíblia do que muitos pastores que encontrei por aí.<br /><br />Seu amor pela Bíblia era, sem dúvida, sua característica mais marcante. Meu avô fazia questão não só de estudar os textos, mas de decorá-los. Recitava capítulos inteiros para mim e para meus primos. Na época achávamos que gostava apenas de se exibir. No entanto, mais tarde vimos que havia um propósito em tudo aquilo.<br /><br />Aos 70 anos meu avô começou a lutar contra um glaucoma que lhe tirou toda capacidade de visão por volta dos 80 anos. Mas isso não o impediu de pregar ou evangelizar, pois os textos estavam em sua mente. Às vezes, participava de um programa em uma rádio comunitária, onde tinha a oportunidade de falar sobre Jesus por quinze minutos. É bem verdade que havia momentos em que chorava por não poder mais ler a Bíblia e pedia que lêssemos para ele. Ao final, comentava: “Ô coisa boa, minha filha”. Isso me marcou tanto que aos 19 anos havia lido a Bíblia toda duas vezes. Hoje, aos 27, estou na quinta leitura.<br /><br /><strong>Nada de preconceitos</strong><br /><br />Outra coisa importante que aprendi com meu avô foi sobre as diferenças doutrinárias. Fui criada em uma igreja tradicional e certa vez uma tia e seu filho mais velho passaram por uma experiência com dons espirituais. A família resistiu um pouco às mudanças e o pastor os excluiu da comunidade, o que os obrigou a ir para uma igreja pentecostal. Foi meu avô quem os apoiou, ensinando que Deus usa as pessoas do jeito que bem entende.<br /><br />Ele leu conosco as cartas do Novo Testamento e nos mostrou como minha tia era uma crente fiel e por isso não poderia ser tratada como se tivesse sido levada por um “vento de doutrina”. Eu já era convertida e, como o resto da família, congregava em uma igreja muito tradicional. Não entrava em igrejas pentecostais, julgava seus membros fanáticos e gente sem instrução. Mas o exemplo do meu avô quebrou meus preconceitos.<br /><br />Fui passar as férias com minha tia e durante um mês freqüentei uma Assembléia de Deus com ela. Foi uma experiência que mudou minha vida; aprendi que no corpo de Cristo as diferenças somam, não subtraem.<br /><br />Além de um sábio conselheiro, meu avô era um grande evangelista. Quando minha avó faleceu, um jornal batista da região deu uma pequena nota, apontando os pontos de pregação e congregações que ela e meu avô haviam aberto. Eram dezenas. Apesar disso, o máximo que ele conseguiu ser na igreja foi zelador. Além de corista, é claro. Ele amava música. Meu avô morreu aos 86 anos, em 2001, sem nunca ter sido consagrado sequer a diácono. Mas levou centenas de pessoas a Cristo, em situações que eu mesma presenciei.<br /><br />Meu avô me ensinou que o tempo é sempre urgente em se tratando de vidas. Quando eu e meus primos éramos pequenos e íamos para a casa de nossos avós, eles nos colocavam para brincar de culto. Foi assim que aprendemos a dirigir reuniões, recitar versículos, cantar hinos, ensaiar pregações.<br /><br /><strong>Exortação</strong><br /><br />Sua disciplina de vida poderia ruborizar qualquer pastor. Ele era firme nas mínimas coisas. Quando o médico disse que estava diabético, avisou que poderia ficar bom se cuidasse da saúde. Em menos de um ano estava com a glicose totalmente normalizada. “Acho que vocês não vão chegar à minha idade. Essa geração é muito descuidada”, dizia para seus netos. Meu avô exortava sem hesitação.<br /><br />Quando ficou cego e queria conversar na hora da novela, achávamos que podíamos enganá-lo, vendo televisão e fingindo que escutávamos o que dizia. Nada feito. “Você pensa que eu não sei que está prestando atenção nessa porcaria?” Odiava televisão, dizia-nos que aquilo acabaria com nossa vida espiritual. Ele nos dava conselhos de toda ordem, era impressionante como tinha sabedoria.<br /><br />Na última vez que encontrei com meu avô ele tinha passado mal e havia acabado de voltar do hospital. Disse que sua hora estava chegando e que estava muito feliz por saber que ia encontrar com o Senhor. Sentado no sofá, pediu que eu fizesse uma oração de ação de graças. Começou a glorificar o nome de Deus e a chorar. Minha tia veio da cozinha, temendo que o coração dele não agüentasse, mas ele foi firme até o final e orou: “Senhor, estou sentindo uma grande alegria espiritual. Ô coisa boa”. Foram as últimas palavras que ouvi de meu avô. Em seguida, foi dormir. Agora aguardo o dia em que nos reencontraremos e cantaremos juntos por toda a eternidade. Hoje, por causa dele, sei não apenas o que é graça, mas o que ela pode fazer em nossas vidas. Não há placas, coros ou ruas com o nome dele, mas sou testemunha viva de que sua pegada forte ajudou-me a caminhar junto com o meu Salvador.<br /><br /><strong>*<em>Renata Cristina de Oliveira Tomaz </em></strong></div>Edu Neveshttp://www.blogger.com/profile/11711883315032577375noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-3047529378973729380.post-10787392341658368432008-10-05T07:10:00.000-07:002008-12-16T09:36:32.663-08:00Razão da esperança<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj9uhyphenhyphenpo2lYV92uPm5jtM4qMi41Jb2C7E8fEr4UrNygGvUdvAL79cEtMjcTFZkOQrC7bE4sCGSIsKwUYuPAepnhO4e0_SiiDExA4Ugzoy8KoDuYyL8NghWpDyr7W671kfyXGsccYEYtElvM/s1600-h/graca2.jpg"><img id="BLOGGER_PHOTO_ID_5280443132122633666" style="DISPLAY: block; MARGIN: 0px auto 10px; WIDTH: 320px; CURSOR: hand; HEIGHT: 247px; TEXT-ALIGN: center" alt="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj9uhyphenhyphenpo2lYV92uPm5jtM4qMi41Jb2C7E8fEr4UrNygGvUdvAL79cEtMjcTFZkOQrC7bE4sCGSIsKwUYuPAepnhO4e0_SiiDExA4Ugzoy8KoDuYyL8NghWpDyr7W671kfyXGsccYEYtElvM/s320/graca2.jpg" border="0" /></a><br /><div>Por toda parte, por todos os lados, ouvimos mensagens oferecendo a fórmula do sucesso. Consumo, viagens, prazeres, carreira e muitas outras coisas são oferecidas como passaportes para um projeto de vida agradável e boa. Todos somos incentivados a buscar o sucesso custe o que custar. Se no passado uma roupa valia alguma coisa quando colocada em meu corpo, hoje, se você não estiver com uma roupa de determinada marca, vai sentir-se nu, ainda que vestido. Se o seu carro não for aquele mostrado na glamourosa propaganda de TV, e mesmo se sua TV não for aquele modelo de plasma de 70 polegadas, sinto muito ao dizer isso, mas você não está sendo bem sucedido na vida...<br /><br />A troca do valor do ser pelo valor de possuir, chamada ontologia, é uma das características desses nossos tempos. O ter é que empresta o valor ao ser, pois o ser já não vale muita coisa – na verdade, o sistema nos coloca como pouco mais que alguns números registrados em nossos documentos. Na crise de identidade que assola a sociedade hoje, procuramos nos apegar em algo concreto, de modo a ter garantia de que de fato existimos. Queremos, simplesmente, ser alguém.<br /><br />Viktor Frank destacou que a vida não deve ser vivida sob a linha do sucesso-fracasso, mas na busca de um sentido, de uma razão. Ele foi confinado em campos de concentração na Segunda Guerra Mundial e sobreviveu a toda sorte de carências e maus-tratos. Ali, distante de tudo que costuma ser associado à felicidade – família, bens, liberdade –, buscava em Deus a sua razão de viver. Ele não procurava o imperativo da felicidade, mas simplesmente agarrava-se à esperança que lhe vinha do Alto.<br /><br />Mesmo enfrentando problemas, sofrimentos e dramas, se colocarmos a razão de nossa esperança no Evangelho, poderemos experimentar na prática o que Jesus nos deixou como legado: “Deixo-vos a paz; a minha paz vos dou. Não a dou como o mundo a dá”. Paz, na Bíblia, não é sinônimo de ausência de perturbação, mas serenidade de espírito – ou, noutras palavras, o sentido de vida.<br /><br />Paulo ainda nos ensinou que, tendo sustento e com que nos cobrir – ou seja, alimento e abrigo –, deveríamos ficar felizes. Esse é o mínimo que devemos esperar de Deus; o restante que temos é mais do que suficiente, é mais do que precisamos. Conte quantos pares de sapatos ou roupas você tem e verá que, provavelmente, possui mais coisas do que precisa. Aí, é só agradecer a Deus, em vez de ficar pedindo cada vez mais.<br /><br /><em><span style="color:#cc0000;">Lourenço Stelio Rega</span></em><br />é teologo, educador e escritor.</div>Edu Neveshttp://www.blogger.com/profile/11711883315032577375noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-3047529378973729380.post-41199466526747526402008-09-15T17:10:00.000-07:002008-12-16T09:38:10.409-08:00Discipulado de raiz<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjIX1HIrTwhZ6npA6fQ3UGPPtDG_-YzfCABmO-po-ttawYricCguqwmZ4V7I1FXXt3hfGTEjp1e0NBSrwB9u9qMZUnXx5rW6SFhEyp7Y1bWrtf4YBMpk0sWfcGgLBjtXK21g1H9dC3iQl0Q/s1600-h/untitled.bmp"><img id="BLOGGER_PHOTO_ID_5280443530897736066" style="DISPLAY: block; MARGIN: 0px auto 10px; WIDTH: 305px; CURSOR: hand; HEIGHT: 264px; TEXT-ALIGN: center" alt="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjIX1HIrTwhZ6npA6fQ3UGPPtDG_-YzfCABmO-po-ttawYricCguqwmZ4V7I1FXXt3hfGTEjp1e0NBSrwB9u9qMZUnXx5rW6SFhEyp7Y1bWrtf4YBMpk0sWfcGgLBjtXK21g1H9dC3iQl0Q/s320/untitled.bmp" border="0" /></a><br /><div>O primeiro título conferido por Jesus aos seus seguidores foi o de discípulos. Originalmente, eram doze os discípulos apóstolos. Depois, conforme o relato de Lucas 10, o número chegou a setenta e dois. No início da Igreja Primitiva, já eram 120, de acordo com Atos 1.15. Depois da descida do Espírito Santo no dia de Pentecostes, seu número cresceu para quase 3 mil discípulos, e logo chegariam a 5 mil. E a história do cristianismo estava apenas começando!<br /><br />O que teria gerado tanto crescimento e avanço missionário há mais de 2 mil anos? Algumas respostas são claras e aplicáveis ainda hoje, em pleno século 21, para a prática de um discipulado eficiente:<br /><br />1 – O projeto original de discipulado foi muito bem implementado<br /><br />Ao escolher seus seguidores, Jesus dependeu totalmente do Pai. A Bíblia nos informa que Ele passou muito tempo em oração na presença de Deus, buscando a sua direção. Até hoje, o processo de seleção é definidor do sucesso ou não do discipulado na igreja local.<br /><br />2 – Jesus ficou à frente de seu projeto<br /><br />Cristo nunca confiou o comando da Grande Comissão a nenhum apóstolo, nem mesmo a Pedro, seu mais próximo colaborador. Ele implantou e permaneceu à frente da obra de discipulado enquanto viveu na Terra, por meio do Espírito Santo. Sem o Espírito Santo como encorajador e confirmador da vontade do Pai, tudo teria acabado no meio do primeiro século.<br /><br />3 – Os discípulos de Jesus comprometeram-se com a obra<br /><br />O grande mandamento aponta para o verdadeiro amor a Deus: de todo o coração, de todo o entendimento, de toda a alma e com todas as forças, conforme Marcos 12.30. A obra do Senhor aponta para a responsabilidade missionária individual e também coletiva, bem como para o cuidado com os novos na fé: “E as palavras que me ouviu dizer na presença de muitas testemunhas, confia-as a homens fiéis que sejam também capazes de ensinar outros” (II Timóteo 2.2).<br /><br />4 – Os discípulos primitivos desejaram e buscaram enchimento do Espírito Santo<br /><br />Os primeiros seguidores de Jesus sabiam que, se não fossem cheios do Espírito Santo, deixariam brechas para Satanás. A orientação paulina fazia sentido para eles: “Não se embriaguem com vinho, que leva a libertinagem, mas deixem-se encher pelo Espírito”. O testemunho narrado por Lucas em Atos 13.52 confirma a opção deles: “Os discípulos continuavam cheios de alegria e do Espírito Santo”.<br /><br />Maturidade cristã não acontece automaticamente. É preciso conversão, compromisso diário com Jesus, disciplina pessoal, coração suscetível ao ensino e genuína humildade para aprendermos uns com os outros. Este aprendizado relacional rumo ao progresso espiritual só é possível por meio de pequenos grupos, onde discipuladores e discipulandos se encontram a cada semana. Só experimenta o que Deus pode fazer quem se disponibiliza para tanto. E quando o varejo alcança qualidade, todo o atacado alcança maturidade. Nenhum fazendeiro cuida do seu cafezal no atacado; ele cuida bem de cada pé de café, e assim a sua safra fica garantida todos os anos. A Igreja do Senhor é semelhante a um rebanho. Cuidemos bem de cada ovelha e todo o rebanho de Jesus será saudável e multiplicador.<br /><br /><em><span style="color:#990000;">Elmiro de Oliveira</span></em><br />Pastor, missionário de Servindo Pastores e Líderes (Sepal) e ministro de discipulado na Primeira Igreja Batista no Irajá, no Rio de Janeiro</div>Edu Neveshttp://www.blogger.com/profile/11711883315032577375noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-3047529378973729380.post-75349428744798763302008-08-30T07:13:00.000-07:002008-08-30T07:19:25.681-07:00Que avivamento é esse?*************************************************************<br />“Peça! Qualquer coisa que você quiser. Por exemplo, a sua casa própria. Mas não de qualquer jeito. Antes, pense como você a quer. Imagine-a como um sobrado no estilo casarão, pintada de branco, com janelas de madeira e um lindo jardim com rosas, margaridas e uma árvore frondosa, sob a qual é possível descansar deitado no verde gramado.” O pensamento pode não ter durado mais do que os 15 segundos que você levou para chegar até aqui. Mas certamente terá efeito duradouro. E quem garante isso não são os gurus do pensamento positivo. Na verdade, o que você acabou de ler acima é uma pregação que já pode ser ouvida nos púlpitos de muitas igrejas evangélicas brasileiras. Cada vez mais, ensinos e teorias tão diversificados quanto contrários à chamada ortodoxia – a teologia mais conservadora – mudam a cara do cristianismo brasileiro. Como a “visualização”, em que a pessoa projeta em sua mente aquilo que quer, essas doutrinas entram com extrema sutileza para satisfazer necessidades temporais. Em geral, estão intimamente ligadas a teorias contemporâneas, modernas e pós-modernas. O nome que recebem dentro das faculdades teológicas e templos, espelha bem a mistura: Teologia Narrativa, Teísmo Aberto, Teologia da Esperança, Ortodoxia Generosa, Teologia Quântica, Evangelho da Auto-ajuda. Enquanto seus defensores exaltam suas virtudes, afirmando tratar-se de uma renovação na Igreja, diversos especialistas alertam: realmente a religião, depois desses ensinos, não será mais a mesma. Mas isso, porque está se distanciando do cristianismo bíblico e rumando para a heresia. <br /><br />Nessa caminhada, um dos casos mais emblemáticos é o do pensamento positivo. A fórmula simples - “pense, acredite, receba” -, apresentada no livro O Segredo pela australiana Rhonda Byrne, já conseguiu convencer multidões mundo afora de que é possível conseguir a cura de doenças, a realização de grandes paixões e adquirir jóias e fortuna como num passe de mágica. “No momento em que você deseja alguma coisa, e acredita, e sabe que já a tem no invisível, o Universo inteiro se move para deixá-la visível”, defende a própria Rhonda, que alega ter redescoberto essa “verdade” milenar junto a sábios, filósofos, cientistas e gente de sucesso. A febre causada pelo tal segredo é tamanha que mais de 2 milhões de cópias em DVD e outros 13 milhões de livros foram vendidos no mundo todo. <br /><br />Rhonda transformou-se no exemplo máximo da fórmula, sendo apontada como uma das 100 pessoas mais influentes do mundo pela revista Time e amealhando uma fortuna estimada em US$ 50 milhões. Não é um caso isolado. Com roupagem científica e nome pomposo, a “lei da atração” hoje é divulgada por nomes como Esther Hicks, Michael Losier, Deepak Chopra em livros e filmes com nomes sugestivos do tipo Quem Somos Nós?. <br /><br />Tolice ou não, a questão é que, diante de tamanho sucesso, muitos cristãos se perguntam como algo assim não foi registrado nas páginas da Bíblia. E a surpresa maior vem ao encontrar teólogos que garantem que esse mistério divulgado por Rhonda Byrne e companhia não é tão antigo nem secreto. Pelo contrário, sempre esteve nas Escrituras. Só que agora ganhou nome: Teologia Quântica. “A visualização encontra paralelo na Bíblia quando Jesus manda pedirmos em seu nome e crermos que já o temos recebido. A grande diferença é que os proponentes do pensamento positivo afirmam que todos podem ter tudo que quiserem – felicidade, riqueza, saúde. Mas esquecem de algo essencial: se isso é da vontade de Deus”, explica o pastor Ed Gungor, em seu livro Muito Além do Segredo. <br /><br />Mas talvez a diferença não seja tão grande como pareça. O recurso à tradição cristã é algo comum na auto-ajuda. Um dos “clássicos” do gênero, O Poder do Pensamento Positivo, de 1952, foi escrito por um pastor metodista, Norman Vincent Peale. No livro, Peale faz uma relação direta entre fé e prosperidade, com direito a outras tantas máximas da Bíblia como “se Deus é por nós, quem será contra nós?”, extraída da Carta aos Romanos. Já O Segredo é mais parcimonioso na citação das Escrituras, mas confunde-se com a Teologia Quântica quando tenta dar um verniz científico a suas proposições. Ambos são inspirados em teorias contemporâneas, como os estudos da Física Quântica. Segundo os cientistas, partículas subatômicas como os elétrons podem se apresentar tanto como ondas de energia como objetos muito pequenos. Depende do observador. Já seus movimentos são imprevisíveis: ele pode aparecer em um momento num lugar e no outro estar no lado oposto. Da mesma forma é o homem, que recebe de Deus o livre-arbítrio e a capacidade de mudar os projetos divinos pela oração. <br /><br />No afã de justificar suas posições, há até quem cite uma das mais famosas ilustrações da Teoria do Caos, segundo a qual uma borboleta que bate as asas no Japão pode causar, numa sucessão de eventos, um tornado no Brasil. Esse seria o efeito de uma oração feita com fé, ainda que pequena como um grão de mostarda. “Infelizmente, esse tipo de coisa é um grande erro cada vez mais enraizado nas igrejas. Os princípios são os mesmos do pensamento positivo, só muda o fornecedor que, em vez de ser o Universo, passa a ser Deus”, analisa Moisés Olímpio Ferreira, professor do Seminário Batista Nacional e do Instituto Betel de Ensino Superior (Ibes). <br /><br />Para muitas igrejas que já se adaptaram a preceitos da Teologia da Prosperidade e à confissão positiva – segundo os quais o fiel deve determinar ou “profetizar” sua benção –, esse tipo de ensino cai como uma luva. “Não dá para tratar como se fosse restrito a uma corrente doutrinária. Esse pensamento religioso espelha o mundo em que vivemos e, de maneira sutil, afeta denominações tradicionais, pentecostais e neopentecostais. Deus se tornou o cumpridor de nossos desejos e o púlpito um manual de auto-ajuda para ser feliz sem sofrimento”, observa Ferreira, antes de complementar: “Hoje, a preocupação da Igreja não deve ser tanto com a santidade, mas com a sanidade daquilo que está pregando e ensinando”. <br /><br /><strong>Novas e velhas heresias </strong><br /><br />– Em mais de 20 séculos de história, a doutrina cristã sempre conviveu com as heresias, aqueles ensinos contrários a outros cujas origens remontariam ao próprio Jesus e seus apóstolos. Nos dois primeiros séculos, os gnósticos também tomavam a filosofia emprestada para ensinar que a matéria é má e negar a encarnação de Cristo, provocando muitas divisões entre os crentes. O sabelianismo surgido no século 3 é outra doutrina que causou confusão durante muito tempo ao afirmar que o Pai, o Filho e o Espírito Santo eram apenas aspectos distintos de uma única pessoa. No século 4, foi a vez do arianismo dizer que Jesus era apenas uma criatura um pouco superior feita por Deus. Mais um tempo depois e o pelagianismo começou a propagar a tese de que o homem nasce neutro, sem justiça ou pecado, e que são seus esforços que determinarão para onde irá. A graça de Deus facilita a difícil tarefa da salvação. <br /><br />Nunca, no entanto, houve tamanha profusão de ensinos heterodoxos de uma só vez, como na atualidade. Detalhe: a maioria divulgada de forma sutil, diluída em sensações e experiências. Velhas idéias como as gnósticas ressuscitaram devido à descoberta de textos antigos como O Evangelho de Judas e a romances pseudo-históricos como O Código Da Vinci. Somaram-se a outras como a do Teísmo Aberto, que ganhou nova roupagem. Apesar de ser um fenômeno com mais de três décadas, no Brasil alguns desses ensinos se tornaram mais populares depois do tsunami que devastou a Indonésia no final de 2004. <br /><br />Na ocasião, blogs de autores cristãos na Internet passaram a fomentar o debate: como um Deus amoroso permite a morte violenta de tanta gente? Para explicar a diferença entre esse atributo e o mundo real, a resposta encontrada foi que não é que Deus não queira salvar as pessoas, mas não pode. Apesar de ser todo-poderoso, ele criou o ser humano com liberdade. Para preservar isso, voluntariamente limita seu conhecimento do futuro, o que o impede de saber se alguns eventos vão acontecer. <br /><br />Em parte, ensinos desse tipo são uma reação ao determinismo e ao controle enfatizados ao extremo pelas grandes denominações protestantes. Surgido no final da década passada, o movimento conhecido como Igreja Emergente é talvez um dos mais representativos desse novo momento do cristianismo. Insatisfeitos com sua vida espiritual e cansados do controle, estrutura e tradição das denominações tradicionais, grupos passaram a se reunir em casas, restaurantes e cafés nos Estados Unidos buscando nessas comunidades novas formas de espiritualidade. Uma de suas principais peculiaridades é buscar a união em torno de ações e características apreciadas por todos nas diversas correntes, como pode ser visto em obras como Uma Ortodoxia Generosa, do pastor Brian McLaren. <br /><br />“O que houve foi uma reação à direita cristã conservadora nos Estados Unidos. Porém, uma reação que vai contra a própria fé e não contra os abusos e erros cometidos. Como o Brasil tem tradição em assimilar rapidamente o que vem de fora, uma cultura da imitação, diversas lideranças têm incorporado às suas convicções o ideário da esquerda cristã dos EUA e de Europa”, explica o pastor e professor Paulo Romeiro, do Departamento de Pós-Graduação em Ciências da Religião da Universidade Mackenzie, em São Paulo. São essas idéias que trazem a nova onda de liberalismo teológico. “Nem tudo é devido ao neopentecostalismo. O triunfalismo neopentecostal não consegue viver sem um Deus onipresente. Apresenta falhas de interpretação, mas não duvida da Bíblia”, completa ele. <br /><br />Na Igreja brasileira, porém, não são apenas as novas teologias que ganham espaço. Os modismos, quase sempre carregados de ensinos estranhos, aparecem em profusão. Engana-se quem pensa em batalha espiritual ou no movimento G12 com suas variações da cura interior e a suspeitíssima regressão psicológica, como as últimas novidades teológicas por aqui. “A indústria do entretenimento é muito forte na Igreja. Algo bem típico é a invasão dos festejos juninos nesses últimos anos. Diversas igrejas já fazem o seu arraial de Jesus. A sociedade não comemora datas bíblicas, mas a Igreja comemora as datas da sociedade, inclusive as religiosas”, observa Romeiro. <br /><br />A área musical é outra que enfrenta dificuldades com modismos. Se um bem ensaiado grupo de coreografia durante os momentos de adoração pode elevar a espiritualidade do público, sua repetição durante todo o culto causa distração e afasta a pessoa da mensagem. A invasão dos corinhos, que na maior parte das igrejas pentecostais e neopentecostais substituíram os hinos por canções com longas e pasteurizadas repetições, também é muito criticada. Sem falar no messianismo de algumas lideranças evangélicas, quase adoradas pelos fiéis, e na sempre problemática questão financeira. “Se houvesse algum modo de tirar o dinheiro da história, acredito que muitas igrejas simplesmente deixariam de existir”, diz Paulo Romeiro, acrescentando que falar sobre sofrimento, renúncia e mundanismo passou a incomodar os protestantes. “Sabemos reunir muita gente em eventos, mas não conseguimos reunir mais as pessoas ao redor da cruz. Costumo dizer que o problema do Brasil não é se curvar a Baal, mas a Mamon, o deus que simboliza as riquezas”. <br /><br /><strong>Crescimento qualitativo ou quantitativo? </strong><br /><br />– Nunca houve um crescimento tão expressivo dos evangélicos no Brasil como o que se observa no presente. De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), há pouco mais de 20 anos, quase 90% da população do país se dizia católica. Os protestantes eram inexpressivos. Na virada do século, o número de crentes já havia crescido consideravelmente e representava 16% dos brasileiros. Atualmente, segundo pesquisa do Instituto Datafolha, os evangélicos já chegam a 22% ou 40 milhões de pessoas. Desses, a grande maioria são pentecostais, com uma prática religiosa focada nos problemas do dia-a-dia e um forte proselitismo. <br /><br />O número de evangélicos é ainda mais expressivo se consideradas apenas as periferias das grandes cidades, locais onde há mais pobreza e segregação racial. Nesses bolsões, 29% dos habitantes se declaram evangélicos, contra 55% que afirmam ser católicos. Se confirmados outros dados, dessa vez da fundação norte-americana Pew Forum, de que 45% dos pentecostais brasileiros se converteram a partir do catolicismo, a previsão é de que em menos de vinte anos, a maior parte do povo brasileiro seja evangélico. Por conta desses números, muita gente não duvida em afirmar que o Brasil passa por um grande avivamento. <br /><br />Será? “Estão distorcendo e banalizando o significado de avivamento. Na história, os avivamentos sempre trouxeram mudanças para a sociedade, como diminuição da violência e da corrupção. Não vemos isso no Brasil. Aqui, a influência evangélica na sociedade ainda é muito pequena. Temos um crescimento numérico, mas hoje vejo que o mundo tem influenciado mais algumas igrejas do que elas, o mundo”, aponta o pastor e jornalista assembleiano Silas Daniel, autor do livro A Sedução das Novas Teologias (Cpad), no qual critica os novos ensinos que estão entrando nas igrejas. <br /><br />Mesmo que ainda não tenham chegado ao conhecimento do grande público, casos de igrejas e lideranças que adotam os modismos e novas teologias começam a preocupar os especialistas ouvidos por ECLÉSIA. “Há muitas aberrações doutrinárias e comportamentais que estão ocorrendo no meio evangélico. A qualidade da vida espiritual do brasileiro, em geral, não é boa. E onde está o problema? Basicamente na falta de ensino mais consistente da Palavra. Lideranças mal preparadas levam a rebanhos sem direção correta. Somos fortes para evangelizar, mas fracos para formar discípulos”, acredita Daniel. <br /><br />Há pouco tempo, quando se falava em heresia, era quase automático se pensar em denominações que não seguiam a ortodoxia evangélica. Mórmons e Testemunhas de Jeová eram taxados como “seitas”. Doutrinas como a mariolatria – adoração a Maria -, a reencarnação e datas marcadas para a volta de Cristo eram automaticamente combatidas como grandes desvios. Os tempos mudaram. Com uma Igreja fraca em termos doutrinários e poderosa em marketing, está cada vez mais complicado dizer de onde vem o erro. “Existem desvios em toda parte, mesmo em denominações mais tradicionais há segmentos inteiros contaminados. Arrisco dizer que quase todas as igrejas estão infiltradas com doutrinas estranhas”, adverte Paulo Romeiro. <br /><br /><em>Relativismo, pluralismo e hedonismo </em>são formas de pensar da sociedade atual. Mas se o mundo realmente entrou na Igreja ao combater as verdades absolutas, impor o ecumenismo às custas da fé e incentivar a satisfação das necessidades pessoais, como a busca de enriquecimento sem sofrimentos, o que acontecerá com o cristianismo brasileiro? É difícil dizer, mas dificilmente acabará como acreditam os ateus. Porém, aquele levantado para salgar a Terra e iluminar o mundo também não será mais um grande movimento de massa. E, tomara, não se torne como em muitos países do mundo, que se dizem evangélicos, mas que precisam mesmo ser novamente evangelizados. <br /><br /><br /> <strong>Teologia Narrativa</strong><br /><br />Como ler e ainda interpretar a Bíblia são questões que dividem a humanidade há séculos. Além de ser uma obra literária com belas lições morais e um conjunto de histórias edificantes, ela também é normativa, ou seja, traz doutrinas imutáveis porque é a Palavra de Deus revelada? A questão pode parecer óbvia para muita gente, mas ultimamente vem sendo o motivo de acirrados debates. Em grande parte, por causa da polêmica Teologia Narrativa, que propõe que o livro sagrado não deve ser entendido como uma grande doutrina com sentido único, mas como uma narrativa devocional, que pode ser lida e interpretada sem maiores preocupações com regras hermenêuticas estabelecidas pelos mais conservadores. <br />Inspirada na filosofia desconstrutivista surgida na França dos anos 1960, a Teologia Narrativa defende que a Escritura não é um código de consulta de verdades morais e eternas, mas a narrativa dinâmica de Deus. Seus principais defensores, o batista Hans Frei e o católico William Baush, evitam em suas obras conceitos que normalmente são usados para se referir à Bíblia, como autoridade, inerrância, infalibilidade, revelação, objetiva, literal e absoluta. Todas essas qualificações seriam extra-bíblicas, segundo eles. Isso porque não há uma forma única de interpretar cada texto. O sentido é dado a cada leitor pelo Espírito Santo. <br /><br /><br /> <strong>Teísmo Aberto</strong><br /><br />O Teísmo Aberto ganhou força no Brasil depois do tsunami que destruiu a Indonésia no final de 2004. Com a mesma força com que a onda ceifou milhares de vidas, a indagação sobre como um Deus bom pode deixar que aconteçam coisas tão ruins assim deixou as salas de aula das faculdades teológicas e se disseminou em grupos de discussão e blogs na Internet. Apesar de seus postulantes dizerem que crêem na onipotência, na onipresença e na onisciência divinas, defendem que devido ao livre-arbítrio que concedeu ao homem, Deus limitaria esses atributos em nome do amor e da liberdade dados à sua criação. <br />Com isso, também não conheceria todo o futuro, pois este dependeria das escolhas dos homens. Justifica essa crença com relatos bíblicos que afirmam que Deus se arrepende. Na realidade, nada disso é novidade. Desde que Pelágio ensinou que o homem pode ser santo por suas próprias forças nos primórdios da fé cristã, há defensores dessas crenças. A diferença é que agora o discurso está envernizado com tons piedosos. Afinal, não é que Deus não queria intervir para salvar os homens do tsunami. Ele não podia. <br /><br /><br /> <strong>Teologia Quântica</strong><br /><br />Se no dia-a-dia ciência e religião são como água e óleo, que não se misturam, não dá para negar a influência da Física Quântica nas reflexões teológicas nos últimos anos. Ao defender que a vida é mais do que o mundo material visível e que existem realidades que não estão presas às leis da Física Clássica, a Física Quântica atrai cada vez mais o interesse de grupos religiosos como budistas, espíritas e, agora, protestantes. Ao estudar as propriedades do átomo, os cientistas descobriram que partículas subatômicas como os elétrons podem se apresentar tanto como ondas de energia como objetos muito pequenos. Depende do observador. Já seus movimentos são imprevisíveis: ele pode aparecer em um momento num lugar e no outro estar no lado oposto. <br />Influenciados por essas descobertas, os defensores da Teologia Quântica enfatiza bastante o livre-arbítrio humano. Por meio da fé e da oração, o homem pode influenciar Deus e fazê-lo mudar sua vontade. Como o pensamento positivo, a confissão positiva atrai bênçãos e vitórias, inclusive financeiras. <br /><br /><br /> <strong>Evangelho da Auto-ajuda</strong><br /><br />Para os evangelistas da auto-ajuda, a Bíblia é um aglomerado de histórias inspirativas e textos de auto-ajuda. Termos como pecado e arrependimento são normalmente evitados por seus pregadores que preferem enfatizar a prosperidade material e o decretar da benção. <br />Um de seus principais representantes é Joel Osteen, pastor da Lakewood Church, na cidade de Houston, no Texas, Estados Unidos. Seu estilo sóbrio e pregação motivacional, principalmente na televisão, cativaram os norte-americanos e á começam a fazer seus primeiros adeptos em outros países. O sucesso é tanto que, em 2006, Osteen foi eleito o cristão mais influente das Américas. <br /><br /><br /> <strong>Escritores em xeque</strong><br /><br />O que há em comum entre , Brennan Manning e Brian McLaren? Além de todos serem autores de alguns dos mais festejados best-sellers cristãos da atualidade, todos são acusados de terem se enveredado pelo liberalismo teológico e mesmo de defenderem questões, digamos, pouco ortodoxas. De todos, o mais criticado tem sido McLaren, nome ainda pouco conhecido do grande públio no Brasil. O que não impede o autor de Ortodoxia Generosa, de influenciar várias lideranças e ser apontado com o principal nome de uma nova geração de teólogos. Justamente por defender uma união de esforços das diversas linhas teológicas cristãs para que a religião possa ser “sal” e “luz” no mundo, apontando virtudes que considera importantes em cada uma, McLaren começa a ser combatido como alguém que tenta relativizar os relatos das Escrituras. <br />Apesar de serem grandes admiradores de McLaren e defenderem alguns pressupostos liberais, o problema com Yancey e Manning é outro. Yancey, autor de Maravilhosa Graça, O Jesus que Eu nunca Conheci e famoso por suas críticas ao cristianismo institucionalizado, tem sido criticado por apoiar os movimentos homossexuais. Manning enfrenta o mesmo problema. Elogiado por obras de impacto social como O Evangelho Maltrapilho e O Impostor que Vive em Mim, em que defende um estilo de vida simples como algo central para a fé cristã, chocou recentemente os norte-americanos mais conservadores ao afirmar que, na sua opinião, é possível conciliar a fé cristã e o homossexualismo. A resposta veio rápido: o escritor tem sido duramente criticado por falar em suas palestras da graça de Deus sem enfatizar a questão da mudança de vida. <br /><br />*Marcos Stefano<br />Jornalista da EclésiaEdu Neveshttp://www.blogger.com/profile/11711883315032577375noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-3047529378973729380.post-48182520532141901052008-08-18T09:21:00.001-07:002008-08-18T09:30:18.654-07:00Eu jogo sal nas águas*************************************************************<br />Ocaso Isabella Nardoni foi um dos crimes de maior repercussão na história da crônica policial brasileira. O assassinato da garotinha de cinco anos, cujos maiores suspeitos são seu próprio pai e a madrasta, ainda não julgados, chocou o país e colocou na vitrine da opinião pública o trabalho da imprensa. Todos os jornais, revistas, emissoras de TV e de rádio, além de sites informativos, dedicaram grande parte de sua pauta à cobertura do crime do Edifício London, numa luta diária pela divulgação de informações em primeira mão. Em jogo, não apenas a obrigação de informar, mas também a tentativa, muitas vezes explícita, de envolver emocionalmente o público. <br /><br />Dentre os profissionais envolvidos no trabalho, o destaque foi para o jornalista Percival de Souza, da Rede Record de Televisão. Diariamente, por horas a fio, ele podia ser visto nos programas da emissora, informando e comentando os desdobramentos das investigações, com todos os detalhes do caso. Deu vários “furos” – o que, no jargão do jornalismo, é aquela notícia veiculada com exclusividade, o grande sonho de qualquer repórter. Na verdade, isso não é novidade na carreira de Percival, que já dura mais de quatro décadas e o consagrou como o principal repórter policial do país. Aos 64 anos, ele tornou-se referência em sua atividade não apenas pelas reportagens memoráveis que lhe valeram muitos prêmios, mas também pelos livros que escreveu. “Eu sei como é uma investigação, uma perícia. Então, graças a Deus, não preciso ficar prisioneiro da opinião de juiz, promotor, delegado ou advogado”, comenta. <br /><br />A menção ao nome de Deus não é mera retórica. Crente convicto desde a mocidade, Percival é daqueles que não abrem mão da fé, mesmo diante de confrontações. E, segundo ele, isso acontece o tempo todo no dia-a-dia de sua profissão. “Convivo de perto com o mundo cão, conheço bem a brutalidade humana. Esse envolvimento me estimula a conhecer cada vez mais a Bíblia e o Senhor.” Ligado à Igreja Metodista, da qual afastou-se recentemente, o jornalista freqüenta uma congregação presbiteriana e é muito requisitado para palestras em igrejas e congressos evangélicos. Nessas ocasiões, usa toda sua bagagem profissional e pessoal para estimular os cristãos a defender os direitos humanos e os valores éticos. Percival, que é colunista de ECLÉSIA há oito anos (ele assina uma coluna que leva seu nome), concedeu a seguinte entrevista à revista: <br /><br /><strong>ECLÉSIA</strong> – A morte brutal da menina Isabella Nardoni chocou o país. Como jornalista especializado na cobertura policial, o que você achou do trabalho da imprensa nesse caso? <br /><strong>PERCIVAL DE SOUZA</strong> – Na maioria dos veículos de comunicação, a cobertura foi feita sem merecer nenhum reparo – inclusive, pretendo me incluir nessa lista. Não há como confundir a abordagem de temas desagradáveis com uma certa assepsia da cobertura. Isso porque nós, jornalistas, entre outras coisas, somos seletivos. Esse caso foi particularmente chocante porque, além de a vítima ter apenas cinco anos, o próprio pai é o suspeito, junto com sua companheira. Você pode raciocinar de várias maneiras, inclusive algumas que não fazem parte do raciocínio da imprensa, e sim, do raciocínio cristão. Aliás, eu me senti ainda mais envolvido por ter uma neta com a mesma idade da menina morta. Durante a cobertura, eu sentia uma ira profunda das pessoas, principalmente quando o casal aparecia em algum lugar para depor ou era conduzido preso. Cheguei a comentar que tive a impressão de estar num novo coliseu, numa arena muito feroz. <br /><br /><strong>Seu trabalho se destacou bastante na cobertura do episódio. Com toda sua experiência, você teve dificuldades nas apurações?</strong> <br />Estou na área criminal há quatro décadas e esse crime exigiu a aplicação de todo meu know-how profissional. Se eu tive algum destaque nessa cobertura, quando era onipresente na televisão, foi fruto dessa experiência. Eu sei como é uma investigação, eu sei como é uma perícia – conheço necropsia, entendo como é a elaboração de um laudo... Então, graças a Deus, não preciso ficar prisioneiro da opinião de juiz, promotor, delegado ou advogado. Tive condições de interpretar, explicar e traduzir de forma didática o que estava acontecendo para um grande número de pessoas. Mas, em geral, existem dificuldades em se entender certos procedimentos, devido à pressa. A imprensa corre contra o relógio, pois quer apresentar uma grande novidade diariamente. Esse ritmo é exatamente o contrário da apuração, que exige calma, ausência de precipitação, equilíbrio, enfim, a busca de provas concretas. <br /><br /><strong>Você se considera um jornalista à moda antiga?</strong> <br />Acho que sim, e vejo que profissionais desse tipo já são poucos, infelizmente. Para você ter uma idéia, no auge da investigação e antes da reconstituição do crime ser feita, eu consegui detalhadamente o conteúdo da apuração depois de um encontro com os policiais encarregados do caso. E consegui ouvi-los sem ser visto com eles, pois isso poderia ser interpretado como uma espécie de privilégio. Mesmo com toda a imprensa na porta do Distrito Policial, consegui entrar pela lateral, escondido, deitado no banco traseiro de uma viatura com vidros escuros. Fiquei lá duas horas e meia e saí do mesmo modo que entrei, sem ser visto. Estou contando isso, não para dizer que sou um super-jornalista – na realidade, procurei fazer o que um repórter teria que fazer num caso assim. <br /><br /><strong>Atuar na cobertura criminal o coloca, o tempo todo, em contato com o chamado “mundo cão” da brutalidade humana. Você já entrou em crise com Deus ou teve alguma dúvida em relação à sua fé?</strong> <br />Com relação a Deus eu nunca tive dúvidas – exceto na juventude, e por outras razões, quando o Brasil vivia um período de exceção na ditadura militar. Como eu tinha engajamento político, isso implicava em receber, de alguma maneira, doutrinação política, inclusive de tendências fortemente marxistas. Mas não abandonei a minha vida religiosa por causa disso; pelo contrário, aquele envolvimento me estimulou muito a conhecer melhor a Bíblia. Mas reconheço que, no cotidiano contemporâneo, é difícil você conviver com certos episódios. Se não fosse a formação religiosa que tenho, provavelmente não suportaria isso. Recentemente, estive com um delegado que está conduzindo uma investigação sobre uma rede gigantesca de pedofilia em São Paulo. Ele me mostrou algumas imagens em poder do pedófilo preso. Para resumir a coisa, há uma foto de violência sexual consumada contra um bebê de 27 dias. Isso é chocante! É difícil você olhar para alguém sob essa acusação e ficar impassível. O mundo em que eu vivo, profissionalmente falando, é exatamente isso que você citou na pergunta: um mundo cão. E olha que falo isso sem nenhuma depreciação à raça canina. Na verdade, eu acho que tenho uma armadura, como diria o apóstolo Paulo, para me proteger dessas coisas. <br /><br /><strong>Qual sua opinião acerca dos clamores da sociedade pelo endurecimento das penas previstas no Código Penal? </strong><br />Olha, eu sou um homem cristão, e vejo isso de uma maneira mais abrangente, mais profunda. A Bíblia diz que, onde está o nosso tesouro, aí estará o nosso coração. Dostoiéwski disse que a luta entre Deus e o diabo é permanente e acontece no palco do coração dos homens. Considero perfeita essa definição. As raízes do mal e suas expressões, como o crime e a violência, têm o seu nascedouro no coração humano. Nele palpitam sentimentos e emoções – de um lado, o bem, o amor, a caridade, a fraternidade, a esperança; sentimentos nobres, edificantes, cristãos. Em contrapartida, temos o ódio, a avareza, o ciúme, a ambição. Se você olhar a prática do crime, as origens são sempre as mesmas, porque são calcadas exatamente nesses sentimentos negativos. Nesse sentido, as leis humanas são extremamente frágeis. Sou contra a pena capital por várias razões. Se o marco zero de tudo isso foi o episódio envolvendo Caim, descrito no livro do Gênesis, fica claro que o próprio Deus é contra a pena de morte. Segundo o texto, o próprio Senhor fez um sinal na fronte de Caim, para que ninguém que o encontrasse o ferisse de morte por ele haver assassinado o próprio irmão. Também acho a prisão perpétua muito definitiva. A verdade é que há criminosos absolutamente irrecuperáveis, até por força de suas condições mentais – caso dos inimputáveis ou dos semi-imputáveis, por exemplo. Em resumo, não acredito na validade da antecipação da maioridade penal, faço reparos à previsão máxima de três anos para a internação de menores infratores, não admito a pena de morte e acho que existe, no mundo jurídico, outros mecanismos a serem aplicados em relação à prisão perpétua. <br /><br /><strong>É voz corrente que as prisões brasileiras são escolas de crime que não recuperam ninguém. O que você acha da atuação evangelística das igrejas no sistema penitenciário? </strong><br />No mundo prisional, é preciso certa especialização em termos de trabalho religioso. Há que se conhecer aquele universo, quais são os personagens com quem se está conversando, ter noção do que essas pessoas fizeram, etc. Além de tudo, é proibido ser ingênuo dentro de uma prisão. De modo geral, essa presença religiosa é muito apreciada pelos detentos. É um conforto, um bálsamo, em um ambiente de desespero. Tratar o prisioneiro como ser humano exige muito esforço por parte de quem se propõe a fazer esse tipo de trabalho – mas é possível colher resultados surpreendentes. Eu entendo que hoje precisamos dessa consciência acerca da realidade prisional, e a partir disso, definir uma fórmula eficiente de trabalho. <br /><br /><strong>As igrejas têm atuado no combate à violência?</strong> <br />Acho essa atuação incipiente, porque isso exige, além de um conhecimento especializado, uma fé que se apresente de maneira muito sólida, muito convincente. Mas quando a Igreja consegue ter consciência dos seus limites e se aproxima de entidades e instituições que atuam bem, os resultados são ótimos. A Igreja de Cristo tem um papel que é exclusivamente dela. <br /><br /><strong>Reportagens investigativas costumam colocar o profissional em situações de risco. Você não teme pela sua vida quando se envolve em reportagens arriscadas?</strong> <br />Acho que Deus determinou um ofício, uma atividade para cada um de nós. Ele nos dá os dons e os talentos para serem cultivados e aprimorados. Algumas vezes, o trabalho exige sacrifícios. No caso do Tim Lopes, por exemplo [N.da Redação: Tim Lopes era jornalista da Rede Globo e foi assassinado por traficantes de uma favela no Rio de Janeiro em 2002, quando fazia uma reportagem sobre venda de tóxicos e prostituição infanto-juvenil. Ele foi torturado e teve o corpo queimado. Percival subiu o morro escondido na mala de um carro para apurar o crime, e parte dessa história é contada em seu livro Narcoditadura]. Confesso que fiz aquela apuração com muita raiva. Não sei se era a ira santa de que falam nas Escrituras. Eu tinha um relacionamento de amizade com o Tim e o que houve com ele foi muito brutal. Ele foi torturado, esquartejado, incinerado. Morreu devagar, e sofreu muito antes de morrer. Eu senti a necessidade de contar essa história e o faria de novo, se fosse necessário. Quando eu subi o morro, sinceramente falando, eu me senti protegido. Era como se Deus me falasse de uma maneira não convencional: “Vai que eu seguro”. Posso lhe garantir que eu senti isso. <br /><br /><strong>Então, a profissão é um ministério para você?</strong> <br />Não sei se posso dizer que é um ministério. Mas, de alguma maneira, é como amar o próximo como a si mesmo. É mais cômodo ficar em casa, fingindo que coisas assim não existem. Mas temos a nossa consciência, que eu defino como um lampejo divino. Também penso muito nas palavras de Lutero: “Não é bom para o cristão viver contra a sua consciência”. Então, acredito que esse trabalho possa ser uma forma de atividade ministerial, cumprindo tarefas que ajudem a salgar essa terra. Para mim, os indicativos bíblicos são claros. Por exemplo – o primeiro milagre de Eliseu, relatado nas Escrituras, foi salgar as águas do manancial que abastecia Jericó. Isso é muito forte, muito significativo, alentador e inspirador. <br /><br /><strong>Você joga sal nas águas?</strong> <br />Procuro fazer isso. E haja sal! <br /><br /><strong>Qual é o seu envolvimento com a Igreja? </strong><br />Durante toda minha vida, eu tive um vínculo muito estreito com a Igreja Metodista. Ali, exerci todas as atividades que um leigo pode desempenhar numa igreja local, inclusive a superintendência da Escola Dominical e a direção da Faculdade de Teologia. Mas, por razões bem pessoais, eu resolvi fazer como Cristo fez – retirei-me um pouco para meditar, principalmente em torno de alguns fatos que aconteceram e que me aborreceram profundamente. <br /><br /><strong>Pode dar um exemplo?</strong> <br />Por exemplo: o órgão máximo decisório da Igreja Metodista decidiu estabelecer restrições ao relacionamento com os católicos. Não tenho dúvida nenhuma de que isso é absolutamente medieval. Certa vez, superintendendo a Escola Dominical, promovi uma aula magna tendo como convidado o Mário Sérgio Cortela, diretor do Departamento de Teologia da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo. Segundo o Concílio Geral, não posso mais levar alguém como ele à minha igreja local. Isso é um absurdo, é inimaginável e inaceitável. Não é bíblico, pois a oração de Jesus foi para que todos sejamos um. Então eu pensei profundamente sobre esses fatos e achei que, pelo menos, aquele não era mais o meu lugar. Deus não tem endereço fixo, nem fica confinado num determinado local. Como não tenho absolutamente <strong>nada em termos de restrições aos católicos, me agrada também, de vez em quando, assistir à missa lá no Mosteiro de São Bento</strong> e ouvir seu canto gregoriano. Esse período de meditação talvez até fosse necessário, porque eu passei a maior pare da minha vida em atividades docentes na minha igreja. Acho que chegou o momento de me dedicar a pensar, refletir, observar, ouvir. E tenho ouvido coisas muito interessantes. <br /><br /><strong>Fale sobre sua formação religiosa.</strong> <br />Eu nasci em berço evangélico, num domingo, por volta das 20h. Portanto, minha mãe faltou a um culto para que eu nascesse [risos]. Tive formação religiosa dentro da igreja. Fui aluno de todas as classes de Escola Dominical. Então eu segui toda essa trajetória, exerci várias atividades, tive várias experiências, fiz muita coisa na igreja, pela igreja ou representando a igreja. <br /><br /><strong>E sua carreira? </strong><br />Meu primeiro trabalho na área foi como repórter num jornal especializado em boxe, chamado Ringue, já extinto. Depois, fui para o jornal O Esporte que, como o nome diz, fazia cobertura esportiva. Mais tarde, atuei no jornal A Gazeta e dali, fui para a revista Quatro Rodas, cujo diretor era o jornalista Mino Carta. De lá passei para o Notícias Populares fazendo geral. Fiquei também um ano na revista Auto Esporte numa vaga aberta pela saída do Clóvis Rossi, que tinha ido para o Estadão. Por último, veio o trabalho no Jornal da Tarde. Além disso, fiz várias coisas em rádio, principalmente Eldorado, Gazeta e Capital. Em televisão, atuei na TV Cultura, na Globo – onde fiquei nove anos como comentarista – e, por último, na TV Record, onde estou há quase seis anos. <br /><br /><strong>Por que você decidiu fazer cobertura policial? </strong><br />Isso, na verdade, não foi uma coisa planejada por mim. Minha carreira está umbilicalmente ligada à história do Jornal da Tarde, de São Paulo. Eu sou da equipe que fundou o jornal, cujo diretor de redação era o Mino Carta. O grande Mino Carta! O Jornal da Tarde seria logo uma revolução na imprensa brasileira, assim como as revistas O Cruzeiro e Realidade, além do Jornal do Brasil. Resolvemos que todas as áreas iam ser cobertas de maneira diferente, inclusive a policial. E eu, que nunca tinha entrado numa delegacia, de repente recebo a missão do Mino de criar uma concepção, algo novo para essa editoria do jornal. Comecei muito timidamente, conhecendo aos poucos a organização policial. Devagar, fui desenvolvendo meu trabalho e buscando o aperfeiçoamento. Acabei me especializando em noticiário policial e – por que não dizer? – gostando disso. <br /><br /><strong>Como é que você analisa o jornalismo evangélico que existe hoje no Brasil? </strong><br />Eu acho que, com as exceções que toda regra tem, esse jornalismo criou uma ficção: a aversão, em geral, aos meios de comunicação, pela religiosidade de alguns grupos – particularmente os evangélicos. A nossa tendência, de alguma maneira, é acobertar certas práticas. Nesse sentido, a ECLÉSIA é uma revista que, sem ser essa sua intenção, transformou-se numa espécie de oásis desse cenário, porque seu critério para a publicação de alguma matéria é jornalístico. Nós, jornalistas, temos o critério essencial de relatar fatos, de maneira que não haja dúvida nenhuma de que são fatos autênticos, de que o que relatamos não são peças de ficção – mesmo que esse fatos incomodem ou desagradem. Aliás, a imprensa não cria ou produz fatos; ela noticia os fatos. <br /><br /><strong>O que leva as igrejas e suas lideranças a essa aversão pela imprensa?</strong> <br />O fato de eu denunciar algo abominável envolvendo determinada pessoa ou determinado grupo não significa um ataque àquela pessoa, ou àquela organização religiosa. Estamos falando de fatos específicos. Muitas pessoas têm dificuldades em entender isso. Ora, se fulano de tal desviou dinheiro, se corrompeu, isso é um fato – claro, é preciso que haja a acusação, o processo criminal e, se for o caso, a prisão. E a imprensa precisa divulgar isso. Mas o corporativismo diz: “Ah, mas é fulano! É fulana! Onde já se viu falar isso? Não pode mexer com essa pessoa, ela é intocável”. Isso, para mim, é inaceitável. Nosso trabalho é secular, quanto mais numa atividade que mostra o desempenho de organismo religioso. Seria absolutamente inaceitável. Você não pode ter uma imprensa, inclusive religiosa, que seja omissa e covarde. Na maioria absoluta dos casos, quando se critica os meios de comunicação, eles estão corretos. O fato de você gostar ou não gostar do que aconteceu é uma outra coisa. Mas, se aconteceu, o que nós, jornalistas, vamos fazer? Brigar com os fatos? Brigar com a notícia? Por que sonegar isso? Pelo contrário. Eu acho que o pregador, o membro de ministério de igreja – o líder cristão, enfim –, deve ser muito consciente da responsabilidade e do compromisso que tem. Queira ou não, ele é vitrine. E essa vitrine não deve ser estilhaçada. Quando algo ruim acontece, é muito importante que o povo de Deus saiba disso. <br /><br />Eduardo Ornellas e Marcos Stefano<br /><strong>REVISTA ECLÉSIA</strong>Edu Neveshttp://www.blogger.com/profile/11711883315032577375noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-3047529378973729380.post-20245798317599880422008-08-10T07:33:00.000-07:002008-08-10T07:37:27.285-07:00Conhecer o hebraico é fundamental***********************************************************<br /><br />É surpreendente observar como, nos dias de hoje, é comum ouvir tanta gente dizer tanta coisa com tanta certeza sem qualquer embasamento objetivo. Muitas vezes, grande parte do que é dito simplesmente não pode ser comprovado. Infelizmente, isso também é fato no contexto do ensino e pregação das Escrituras. Multiplicam-se os arautos de uma variada gama de mensagens, enquanto desaparecem os estudiosos da Bíblia. Um dos problemas mais surpreendentes é o desinteresse e o descaso pelo conhecimento do grego e do hebraico, línguas originais da Bíblia (sem falar do aramaico). É de conhecimento geral que a Palavra de Deus surgiu no contexto histórico do povo judeu. A verdade bem conhecida é que cerca de três quartos da Bíblia foram escritos na língua hebraica. E apesar de quase todo restante das Escrituras ter sido escrito em grego coinê, o raciocínio subjacente à ampla maioria dos documentos do Novo Testamento é nitidamente hebraico. Isso quer dizer que embora as palavras sejam gregas, o pensamento é semítico, hebraico. Portanto, sem dúvida alguma, se há uma língua e cultura importante para os estudos bíblicos conscientes e mais profundos, trata-se do hebraico. Podemos inclusive afirmar que, sem o conhecimento das línguas originais, não é possível construir uma boa teologia das Escrituras Sagradas. <br /><br />Diante dessa realidade indisfarçável, temos de reconhecer que existe motivo de sobra para que o cristão de hoje procure conhecer o hebraico bíblico. Nosso objetivo é relacionar nesse espaço pelo menos as razões mais importantes: <br /><br /><strong>1.</strong> Conhecer o hebraico é lidar com um tesouro lingüístico inestimável. <br /><br />O conhecimento do hebraico bíblico nos permite, com bastante segurança, falar as mesmas palavras e frases que os antigos profetas e homens de Deus falaram nos tempos do Antigo Testamento. O hebraico é uma das línguas mais bem preservadas da história humana. Se Jeremias ou Isaías ressuscitassem hoje e fossem tomar um café em Jerusalém, certamente conseguiriam se comunicar. Estima-se que 70% do vocabulário do hebraico contemporâneo tem base etimológica na Bíblia. É um fenômeno lingüístico único. A língua possui uma sonoridade bonita, exótica e diferente. Embora o leitor não seja familiarizado com o hebraico, é possível sentir o som do primeiro versículo bíblico em Gênesis: Bereshit bará elohim et hashamaim veet haarets. <br /><br /><strong>2.</strong> Conhecer o hebraico é uma viagem entusiasmada ao desconhecido. <br /><br />Algumas pessoas têm receio de enfrentar um novo desafio. Todavia, a maioria de nós gosta de ver e experimentar novidades e tem curiosidade pelo que é bem diferente do cotidiano. O hebraico é um universo totalmente diferente. Aprender uma língua não é apenas trocar palavras de nosso vernáculo por outras com sons distintos. Uma língua é uma visão de mundo. Como dizia Hjelmslev, uma língua é um recorte no continuum amorfo da realidade. Ou seja, cada língua é uma interpretação da realidade. O hebraico é o exótico e o inusitado. Leva-nos a uma percepção de mundo muito distinta da tradição latina ocidental. As letras, por exemplo, são muito diferentes e parecem pequenas obras de arte. As consoantes são mais importantes do que as vogais, como se pode observar nas línguas semíticas. As vogais são pequenos pontos, que às vezes confundem o estudante de “primeira viagem”. Ao contrário da tradição ocidental, a língua hebraica é escrita da direita para a esquerda (sentido oposto ao do português). O vocabulário, as associações de idéias e a gramática são totalmente diferentes daquilo que conhecemos, por incrível que pareça há termos parecidos: a conjunção ou em hebraico é `o (ô). <br /><br /><strong>3.</strong> Conhecer o hebraico significa conhecer uma cultura muito diferente. <br /><br />Como já mencionamos, as línguas humanas não possuem apenas palavras diferentes para as mesmas coisas. Na verdade, as palavras são uma expressão da cultura e do modo de ser peculiar de um povo. Algumas particularidades do enfoque semítico chamam a atenção. No hebraico, por exemplo, não existe gênero neutro como acontece no inglês. Tudo é dividido entre masculino e feminino; existe até mesmo o pronome você (masculino) e você (feminino). O verbo é conjugado de modo diferente se é um homem ou uma mulher que está falando. Se eu perguntar a um homem se ele fala hebraico, terei de dizer: atá medaber yvrit? Se a mesma pergunta for dirigida a uma mulher, deverá ser dito o seguinte: at medaberet yvrit? Idéias abstratas, comuns em línguas ocidentais como o alemão e o grego, são muito raras. O aspecto concreto prevalece no hebraico. A expressão bíblica “fazer uma aliança”, por exemplo, é literalmente “cortar uma aliança” em hebraico, fazendo referência à prática de cortar um animal ao meio quando se fazia um acordo ou aliança na antigüidade. É por isso que é impossível fazer uma tradução totalmente literal da Bíblia. Isso não faz o menor sentido! <br /><br /><strong>4.</strong> Conhecer o hebraico é aprender a pensar de modo diferente. <br /><br />Dentre as tantas curiosidades da língua dos antigos patriarcas de Israel, vamos descobrir que o hebraico também é muito diferente do português e das demais línguas latinas por possuir um jeito e uma ordem de frase distintos. Geralmente a ordem é primeiro o verbo e depois o sujeito. Essa é a razão da inversão frasal presente nas traduções antigas da Bíblia em português. Outra característica interessante da língua hebraica é o seu aspecto conciso. A antiga língua dos hebreus usava poucas palavras para dizer muito. Os verbos de ligação são dispensados, os pronomes pessoais estão embutidos na maioria das formas verbais e algumas preposições e sufixos de posse aparecem anexadas aos substantivos. Diz-se muito com poucas palavras. Outra questão que merece atenção especial é o verbo do hebraico. Estamos muito acostumados com a idéia de tempo verbal em português. Dividimos tudo em presente, passado e futuro. Para muitos é surpreendente descobrir que o que caracteriza o verbo no hebraico não é principalmente o tempo do verbo, mas sim o modo da ação. O que mais importa é se a ação é acabada ou não. Em muitas passagens bíblicas somente o contexto determinará se o verbo deve ser traduzido no futuro, no presente ou no passado. Por isso, estranhamos traduções diferentes do tempo verbal da literatura poética do Antigo Testamento. Um exemplo dessa diferença pode ser visto no Salmo 15.2. Veja a tradução literal comparada com uma tradução contemporânea como a Nova Versão Internacional. <br /><br /><strong>5.</strong> Conhecer o hebraico significa entender os termos teológicos da Bíblia <br /><br />Esse conhecimento é muito importante para que não sejam ensinados conceitos mal elaborados e equivocados presentes até mesmo nas igrejas evangélicas. Os vocábulos hebraicos muitas vezes não possuem correspondentes adequados em português. O campo semântico das palavras é muito particular e até mesmo chega a parecer estranho para nós. Mais uma vez, deve-se destacar que uma tradução totalmente literal da Bíblia não teria sentido em português. Uma das palavras muito importantes do Antigo Testamento, por exemplo, é o termo Sheol, traduzido por Hades no grego do Novo Testamento. A tradução uniforme do termo não é adequada. Sheol refere-se de fato ao “mundo dos mortos” e, em muitos contextos do Antigo Testamento, o termo se refere concretamente à sepultura, já em outros textos a idéia é profundezas; há contextos poéticos onde o sentido é morte; mas em muitos textos a idéia de Sheol é mundo dos mortos (no NT Hades pode significar inferno em certos textos). Esse exemplo mostra como devemos ser criteriosos e cautelosos para concluir apressadamente muitas idéias sobre a Bíblia. É preciso ter base lingüística adequada. Quem poderia imaginar, sem o devido estudo, que a palavra Shalom, tão conhecida, significa muito mais do que paz. A verdade é que Shalom quer dizer também prosperidade, vida plena, segurança. Em cada contexto específico, a palavra pode ter uma nuança específica e deve ser traduzida de modo distinto. A idéia de paz subjetiva e psicológica não é o que predomina no hebraico. Em português essas associações não são claras. Quando um judeu cumprimenta o outro, ele pergunta: “Como vai a tua paz?” Paz, portanto, não é um termo simplesmente psicológico e emotivo, mas sim um termo concreto em relação à vida. <br /><br />Diante de tais considerações, não há dúvida de que a Igreja Evangélica de hoje deve dar a devida atenção ao estudo das línguas originais da Bíblia, particularmente o hebraico. Especialmente em nossos dias quando muitos conceitos equivocados e mistificados são disseminados por quem conhece pouco do assunto, é mais do que necessário ampliar o conhecimento do povo de Deus no campo das línguas originais da Bíblia. Estude e conheça o hebraico bíblico. Segue uma boa bibliografia recomendada sobre o assunto: <br /><br />GUSSO, Antônio Renato. Gramática Instrumental do Hebraico Bíblico. Vida Nova. <br />AUVRAY, Paul. Iniciação ao Hebraico Bíblico. Gramática Elementar, Textos Comentados, Vocabulário. Vozes. <br />BROWN, Driver & Briggs. Hebrew-English Lexicon. Oxford. <br />GENESIU, Kautzsch. Hebrew Grammar. Oxford Press. <br />KELLEY, Page H. Hebraico Bíblico: Uma Gramática Introdutória. Sinodal. <br />KIRST, Nelson. Dicionário Hebraico-Português e Aramaico-Português. Sinodal. <br />KOEHLER,Baumgartner. Hebrew Lexicon. Brill, Netherlands. <br />LAMBDIN, Thomas O. Gramática do Hebraico Bíblico. Paulus. <br />MAYER, Rudolf. Gramática del Hebreo Bíblico. CLIE. <br />MENDES, Paulo. Noções do Hebraico Bíblico. Vida Nova. <br />MITCHEL, L. Estudos no Vocabulário do AT. Vida Nova. <br />PINTO, C.O & SAYÃO, Luiz. A Questão da Transliteração do Hebraico. Vox Scripturae IV, 1. <br />SAYÃO, Luiz. Antigo Testamento Poliglota. Vida Nova-SBB. <br />SCHÖKEL,L. A. Dicionário Bíblico Hebraico-Português. Paulus. <br />SEOW, C. L. A Grammar for Biblical Hebrew. Abingdon Press. <br />WALTKE, B. & O’CONNOR, M. Introdução à Sintaxe do Hebraico Bíblico. Cultura Cristã. <br /><br /><strong>Luiz Sayão</strong><br /><em>Teólogo, hebraísta, escritos e tradutor da Bíblia. É também professor da Faculdade Batista de São Paulo, do Seminário Servo de Cristo e professor visitante do Gordon-Conwell Seminary</em>.Edu Neveshttp://www.blogger.com/profile/11711883315032577375noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-3047529378973729380.post-21987600306506691072008-07-14T23:07:00.000-07:002008-07-14T23:23:06.228-07:00"10 Ordenanças bíblicas que a igreja não cumpre!"*************************************************************
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<br /><strong>1ª Orar.</strong> <strong>“... a minha casa será chamada casa de oração para todos os povos” (Is 56:7).</strong>
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<br />Por incrível que pareça é o que menos se faz na igreja. Às vezes, se gasta mais tempo com anúncios e outras atividades que orando; a própria reunião de oração está comprometida. Além disso, durante o culto, algumas orações feitas são litúrgicas, o tipo de oração que Jesus chamaria de oração repetitiva, e nós de reza. Criticamos os católicos por causa da ladainha, mas nós mesmos estamos incorrendo no mesmo erro.
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<br /><strong>2ª ministrar às viúvas e aos órfãos.</strong> <strong>“A religião pura e imaculada para com Deus, o Pai, é esta: visitar os órfãos e as viúvas nas suas tribulações, e guardar-se da corrupção do mundo” (Tg 1:27). “Honra as viúvas que verdadeiramente são viúvas” (I Tm 5:3).</strong>
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<br />Há uma ênfase divina com respeito às viúvas e os órfãos em toda a bíblia. Sim, Ele é o pai dos órfãos e marido das viúvas, mas a eles ministra através da igreja. Em I Tm 5:9, Paulo indica que havia um registro das viúvas. Para que seria esse registro? Apenas para constar na ficha de membro, ou para que a igreja assumisse a viúva e dela cuidasse (At 6:1)?
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<br /><strong>3ª Fazer coletas para os santos necessitados.</strong> <strong>“Ora, quanto à coleta que se faz para os santos, fazei vós também o mesmo que ordenei às igrejas da Galácia. No primeiro dia da semana cada um de vós ponha de parte o que puder ajuntar, conforme a sua prosperidade, para que não se façam coletas quando eu chegar” (I Co 16:1, 2).</strong>
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<br />Hoje em dia se tira oferta para tudo, principalmente para a importante reforma do templo. Eu não sou contra tirar ofertas para suprir uma necessidade, contanto que seja plausível, mas, existe um templo mais importante para se aplicar o dinheiro: os santos necessitados, que são os verdadeiros templos de Deus, tendo em vista, que Deus não habita em templos feitos por mãos humanas. São santos porque foram separados, e a santificação é para a habitação de Deus nos santificados. Enquanto os grandes projetos da igreja são levados a cabo, o projeto divino de suprir financeiramente os santos fica para trás. O que adianta ter uma igreja bonita e, paralelamente, estar cheia de membros necessitados?
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<br /><strong>4ª Partilhar o pão</strong<strong>>.”E a multidão o interrogava dizendo: que faremos pois? E, respondendo ele, disse-lhes: quem tiver duas túnicas, reparta com o que não tem, e quem tiver alimentos, faça da mesma maneira” (Lc 3:10, 11). “E todos os que criam estavam juntos, e tinham tudo em comum. E vendiam suas propriedades e bens, e repartiam com todos, segundo cada um havia de mister – necessidade” (At 2:44, 45).</strong>
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<br /> Certa vez eu estava ministrando a Palavra e parafraseei o que João, o batista, disse em Lc 3:10, 11. Declarei: “Quem tiver dois carros, reparta com quem não tem; quem tiver vários imóveis, procure um irmão necessitado para doar...”. No final da Palavra (fiquei sabendo depois), uma pessoa bem sucedida financeiramente da minha igreja procurou um de meus pastores e disse: “O que o Arthur falou é um absurdo! Quando Deus toca no meu coração eu abençôo”. Olha, deixa eu te dizer uma coisa, se eu vir meu irmão necessitado e Deus ainda tiver que tocar no meu coração é porque eu estou ainda muito endurecido! “Quem, pois tiver bens no mundo, e, vendo o seu irmão necessitado, lhe cerrar as entranhas, como estará nele o amor de Deus (I Jo 3:17)?
<br /> É bom lembrar que a distribuição era feita segundo a necessidade de cada um, e não apenas um quebra-galho; o problema era resolvido. A igreja primitiva não fazia uso de paliativos.
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<br /><strong>5ª Não extinguir o Espírito (I Ts 5:19).</strong>
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<br /> O termo extinguir tem vários sentidos, entre eles, sufocar, apagar, limitar. Esse sufocamento tem dois níveis. O nível congregacional e o nível individual. O sufocamento em nível congregacional é promovido por aquele que dirige o culto. Existe uma herança litúrgica romana muito forte dentro da igreja de Cristo, a partir da fusão da Igreja com o Estado em 313 a.D. Os cultos na igreja primitiva eram espontâneos. Um tinha salmo, outro doutrina, outro revelação, profecia, cântico espiritual, etc. A partir da referida data, o culto passou de espontâneo a litúrgico. Uma metodologia engessada foi introduzida e os cultos foram se tornando frios até chegarem ao que hoje conhecemos por missa. O culto passou a ser fruto da mente e não algo gerado pelo Espírito de Deus. Quando o Espírito Santo consegue aquecer a igreja e esta começa a responder à Presença de Deus com adoração, línguas e orações espontâneas, o dirigente diz: “Amém; amém. Aleluia, amém”. Na verdade, o que ele está falando é: Espírito Santo fique quieto, afinal, está na hora da mensagem, que por sua vez, também costuma ser fruto do treinamento. A noiva é arrancada violentamente dos braços do Noivo em nome do programa a ser seguido. A prédica é perfeita! Os recursos homiléticos e hermenêuticos garantem a precisão exegética e expositiva da mensagem, só não conseguem produzir a unção necessária para satisfazer as almas famintas. Que pregação nossa pode substituir o que o Espírito Santo está fazendo?
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<br /> A extinção do Espírito nesse nível é um câncer tão severo que em 24 de Agosto de 1662, dois mil ministros puritanos foram excluídos dos seus púlpitos pelo Ato de Uniformidade, baixado pelo Parlamento inglês, conhecido pelos evangélicos como A Grande Ejeção. A religião oficial era a Igreja Anglicana, e forçava os puritanos a se moldarem à adoração litúrgica decretada por lei. Eles preferiram o silêncio à transigência.
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<br /> O sufocamento em nível individual é o fruto do sufocamento em nível coletivo. O novo crente não é ensinado a andar no Espírito. Ensinam a ele como a denominação funciona, e não como o reino de Deus funciona. Quando é tocado particularmente pelo Espírito no banco, ou no púlpito, se sente inibido, afinal, se eu levantar as mãos e começar a adorar a Deus fora do período de louvor ou se sentir vontade de me prostrar ao Senhor no corredor no meio da mensagem, o que as pessoas vão falar de mim? Se eu começar a dançar perante a Arca, Mical pode me reprovar (II Sm 6).
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<br /> Alguém vai contra argumentar dizendo que o culto precisa ter ordem. Eu concordo. Nosso Deus é um Deus ordeiro, mas quando Paulo fala da ordem do culto em I Co 14, ele não está falando de liturgia. Ordem e liturgia são duas coisas diferentes. A liturgia está fora da ordem de Deus.
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<br /><strong>6ª Apascentar o rebanho de Deus.</strong> <strong>“Olhai, pois, por vós, e por todo o rebanho sobre que o Espírito Santo vos constitui bispos, para apascentardes a igreja de Deus, que ele resgatou com seu próprio sangue” (At 20:28).</strong>
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<br /> Existe uma falta extraordinária de pastores. As ovelhas estão, literalmente, se virando, e como a ovelha é um animal desprovido de inteligência, come qualquer coisa, bebe em qualquer fonte, vai com qualquer um. Os pastores têm se tornado profissionais do púlpito e empregados da igreja. A agenda está sempre cheia, mas de compromissos secundários: administrativos e sociais. Enquanto isso, as ovelhas disputam um lugar na fila para terem uma conversa de 30 minutos com o seu pastor, pois só atende uma vez na semana e tem várias ovelhas para entrar em seguida.
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<br /> Eu tenho um trauma que chamo de trauma de tempo. Já estou sendo curado, mas reconheço que ainda falta. Minha esposa é uma mulher incrível, não existe ninguém igual a ela, mas nós estávamos passando um momento muito difícil no casamento e estávamos sendo aconselhados por um casal de pastores. Numa segunda-feira, eu fui me aconselhar, e, subitamente, no meio do aconselhamento ele disse: “Tenho que preparar a mensagem para o culto amanhã“. Ainda era hoje, e ele não percebeu que tinha uma ovelha quebrada diante dele (Ez 34)? Isso sem falar que muitos pastores não cuidam nem da sua vida espiritual, como vão cuidar de outros? Ninguém pode dar o que não tem; ninguém leva ninguém aonde não tenha ido.
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<br /> A tarefa de cuidar um do outro não é só pastoral (I Co 2:25 b), mas o ofício pastoral tem a unção primeira, e o pastor é o responsável por espalhar essa unção sobre os outros membros do corpo.
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<br /><strong>7ª Adorar a Deus com palmas e danças. “Batei palmas todos os povos, aclamai a Deus com vozes de triunfo” (Sl 47:1). “Então a virgem se alegrará na dança, como também os jovens e os velhos juntamente; e tornarei o seu pranto em alegria, e os consolarei, e lhes darei alegria em lugar de tristeza” (Jr 31:13).</strong>
<br />
<br /> O então do versículo 13, diz respeito ao resgate do versículo 11. Ora, não é motivo de alegrar-nos com palmas e danças pelo grande livramento que Ele nos deu? Eu não estou falando de dança do grupo de coreografia, estou falando da dança da noiva. Algumas igrejas parecem trocar a Palavra de Deus pelos seus próprios costumes, que são estranhos ao céu. Talvez, as bíblias usadas nessas congregações faltem esses versículos.
<br />
<br /><strong>8ª Viver uma comunhão genuína. “Para que todos sejam um, como tu, ó Pai, o és em mim, e eu em ti; que também eles sejam um em nós, para que o mundo creia que tu me enviaste” (Jo 17:21).</strong>
<br />
<br /> Alguns pastores não permitem que suas ovelhas se misturem com outras, esquecem-se que todas as ovelhas pertencem a Jesus; e há outros pastores de pastores, que não aprovam um relacionamento mais próximo com líderes de outras congregações, são os exclusivistas; os donos do céu! Isso é hipocrisia. Por que então participam dos Conselhos de Pastores? Só existe um rebanho, um Pastor, um corpo. Muitos membros na verdade, mas um só corpo. Todos fomos identificados com Cristo no batismo e comemos o mesmo pão e bebemos o mesmo cálice (com exceção de algumas Igrejas Batistas que só servem a ceia para seus membros, deixando assim de ser a mesa do Senhor para ser a mesa da Igreja Batista). Fomos batizados no mesmo Espírito e bebemos do mesmo Espírito. Jesus disse que é pela unidade que o mundo vai reconhecer o amor de Deus. Estamos dando lugar a Satanás. Quando isso vai acabar?
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<br /><strong>9ª Reconhecer os ofícios outorgados por Cristo para a edificação do corpo. “E Ele mesmo deu uns para apóstolos, e outros para profetas, e outras para evangelistas, e outras para pastores e doutores” (Ef 4:11).</strong>
<br />
<br /> Algumas igrejas simplesmente ignoram este texto, eliminando alguns ofícios e, por incrível que pareça, instituindo outros. Algumas igrejas ignoram e atacam os apóstolos, pois entendem não há sucessão apostólica. Olha, deixa-me esclarecer uma coisa, a ordem apostólica que se encerrou foi a dos apóstolos de fundamentação, da qual Paulo foi o último, mas o Espírito Santo continua ungindo apóstolos. Você conhece Andrônico e Júnias, parentes de Paulo? Pois é, não faziam parte dos treze, mas eram notáveis entre os apóstolos (Rm 16:7). Os evangelistas também andam sumidos, os profetas então, nem se fala! Alguns chegam até a dizer que isso não existe mais. Na minha bíblia, pelo menos, encontro alguns exemplos neotestamentários como Ágabo, que inclusive profetiza à moda antiga, véterotestamentária (At 11:27, 28; 21:10, 11; Jr 13:1-9), e os líderes da igreja em Antioquia (At 13:1).
<br />
<br /> Quando os cinco ofícios não são reconhecidos pela igreja, o corpo sofre, pois são esses ofícios que garantem a unidade da fé e o amadurecimento do corpo. “Querendo o aperfeiçoamento dos santos, para a obra do ministério, para a edificação do corpo de Cristo; até que todos cheguemos à unidade da fé, e ao conhecimento do Filho de Deus, à medida da estatura completa de Cristo” (Ef 4:12, 13).
<br />
<br /> Mais uma coisa. Por que só pastores são remunerados pela igreja e têm o privilégio de servir ao Senhor em tempo integral? Parece-me que os mestres também deveriam gozar dessa benção divina (Gl 6:6). E os outros ofícios? Não diz a Escritura que não se deve ligar a boca do boi que debulha (I Tm 5:18)? Só os pastores debulham? Ou não diz a Escritura que aqueles que administram o que é sagrado comem do templo, e aqueles que de contínuo estão junto ao altar, participam do altar (I Co 9:13)?
<br />
<br /><strong>10ª Tratar o pecado antes de adorar. “E da congregação dos filhos de Israel tomará dois bodes para a expiação do pecado e um carneiro para o holocausto” (Lv 16:5). </strong>
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<br /> O holocausto era o sacrifício de adoração, e nunca era oferecido antes do ofertante ser purificado pelo sacrifício de expiação. Pois adoração sem santidade não é aceita no céu. Nós começamos o culto pelo fim. Primeiro adoramos, depois, dependendo da mensagem, confessamos os nossos pecados a Cristo. A Palavra tanto é um espelho que revela as nossas mazelas como um lavatório onde podemos branquear nossas máculas. A pergunta é: Deus aceitou a adoração que foi oferecida antes de nós nos olharmos no espelho e visitarmos o lavatório? A adoração perfumada é a adoração arrependida.
<br />
<br /><strong>“Se alguém cuida ser profeta ou espiritual,
<br />reconheça que as coisas que vos escrevo são mandamentos do Senhor,
<br />mas se alguém ignora isto,
<br />que ignore.”
<br />I Co 14:37,38</strong>
<br />
<br /><strong>Arthur Alexandre Costa Pereira </strong>- Bacharel em Teologia/ O Arthur foi meu prof. de Introdução Bíblica no seminário Ceforte em Petrópolis.Excelente caráter,como costumo a dizer:<strong> um servo inútil</strong>!!!Edu Neveshttp://www.blogger.com/profile/11711883315032577375noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-3047529378973729380.post-11615793750650282492008-07-08T15:59:00.000-07:002008-07-08T16:04:07.599-07:00O Cargo de Pastor em Questão*************************************************************<br />Creio que a raiz da insatisfação com o modelo de igreja atual reside no seguinte fato: O modelo de igreja cristã estabelecido por Cristo e praticado por seus apóstolos e discípulos no primeiro século foi deturpado ao longo da história do cristianismo. Os reformadores conseguiram recuperar parte do que foi destruído, mas deixaram muito por fazer. O modelo eclesiástico adotado pelas igrejas protestantes hoje não é o modelo que foi estabelecido por Cristo.<br /><br />Das inúmeras “deturpações” católicas não reformada pelos protestantes quero continuar comentando sobre a figura do pastor remunerado. <br /><br />O modelo de comunidade cristã estabelecido no primeiro século era orgânico e não organizacional, hierárquico e clerical. Isso significa que cada membro tinha ativa participação em ministérios relacionados com os seus dons e vocação. Embora os apóstolos que viajavam fundando igrejas pudessem vez ou outra receber alguma contribuição financeira, não havia o cargo de pastor local remunerado. Os crentes trabalhavam de forma voluntária.<br /><br />Os pastores protestantes são uma reminiscência da divisão clero/leigo estabelecida na igreja católica. Embora os reformadores tenham restaurado o conceito de “sacerdócio universal de todos os crentes” dentro de um aspecto soteriológico (um crente não necessita mais de intercessão de um sacerdote humano para ser salvo), os reformadores falharam em estabelecer este conceito num aspecto eclesiológico (a figura de um pastor local remunerado caracterizando o clero continua vigente no modelo eclesiástico dos protestantes).<br /><br />Pagar um homem para ser o pastor da igreja acaba tendo consequências danosas não só para a igreja como para o pastor e sua família. Manter um pastor remunerado implica quase sempre num aumento da expectativa dos membros em relação a sua performance. Espera-se que o pastor seja proficiente no exercício de todos os ministérios (ensino, pregação, visitação, assistência social, aconselhamento familiar, estabelecimento de novas comunidades em locais não alcançados, etc...). Não há tal homem com tantos dons: Alguns tem dom de pregar, outros de estabelecer novas igrejas, outros de dar aconselhamento. Quando os membros percebem que o seu pastor não tem todos estes dons acabam vendo suas expectativas frustradas. O pastor percebe esta frustração e tenta absorver as críticas de maneira a proteger seu emocional, sua família e seu emprego.<br /><br />Esse não era o projeto original de Deus. Ele idealizou a igreja como uma entidade orgânica composta por vários membros no mesmo nível hierárquico e colocou Cristo como o cabeça da Igreja.<br /><br />Melhor seria se o modelo eclesiástico do Novo Testamento fosse novamente adotado. Cada membro poderia exercitar melhor os seus dons, reconhecer sua responsabilidade no corpo eclesiástico e se estribar apenas na liderança de Jesus Cristo. Isso evitaria toda esta insatisfação com a casta pastoral que temos observado atualmente.<br /><br />*Ricardo Nicotra.Edu Neveshttp://www.blogger.com/profile/11711883315032577375noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-3047529378973729380.post-18692003426365135422008-07-01T21:19:00.000-07:002008-07-01T21:35:18.910-07:00O QUE EU TENHO APRENDIDO COM A PRÁTICA?Teoria e prática são duas coisas que embora sejam distintas, estão muito ligadas entre si. A prática é o objetivo da teoria, no ministério, a prática serve para confirmar ou destruir nossas teorias, serve para nos fazer aprender a cada dia mais.<br /><br />Com a prática ministerial tenho aprendido que querer agradar as autoridades é na verdade uma grande bobagem e ilusão, o reconhecimento dos superiores passa a ser conseqüência de quando damos o nosso melhor a Deus e o buscamos servi-lo e agradá-lo;<br /><br />Com a prática tenho aprendido a enojar a postura de alguns que ao receberem um pouco de poder já se sentem superiores aos demais, tenho aprendido que a humildade é a melhor opção e que quando a praticamos é como se o Senhor derramasse constantemente de sua graça sobre nós e nos sentimos melhor com a gente mesmo, a arrogância é na verdade a camuflagem da incompetência;<br /><br />Com a prática tenho aprendido que o pastor tem que ter cheiro de ovelha, sua atenção e seu carinho precisam estar voltados a elas, pastor que tem cheiro de pastor precisa na verdade, ser pastoreado e não pastorear;<br /><br />Com a prática tenho aprendido que as soluções mais eficazes são as mais simples, que muitas vezes as soluções fantásticas são formas de nos portarmos independentemente do que Deus quer buscá-lo é a solução;<br /><br />Com a prática tenho aprendido que o poder de Deus é o diferencial, diferencial este que fez a Igreja Primitiva impactar o mundo de sua época sem estratégias magníficas, como os grandes shows, os mega-eventos, mas, sim com o discipulado bíblico;<br /><br />Com a prática tenho aprendido que o radicalismo extra-bíblico não leva a lugar nenhum, e que o contrario disso não significa negligencia quanto ao erro;<br /><br />Com a prática tenho aprendido que ficar a mercê dos números é vender o próprio ministério, que a saúde de alguns é mais valiosa que muitos doentes que abarrotam os bancos de nossas Igrejas sem encontrar adequado tratamento;<br /><br />Com a prática tenho aprendido a valorizar os fieis trabalhadores e os que têm zelo pela obra de Deus o suficiente para criticarem uma conduta errada em detrimento dos bajuladores de plantão, interessados neles mesmos;<br /><br />Enfim, tenho aprendido muito mais com a prática que com a teoria e uma dessas coisas é que a hora de falar e a hora de calar.<br /><br />YEHOSHUA HAMASHIACH ADONAI.<br /><br />Pr. Jansen Racco <br />Pastor da Igreja Metodista Wesleyana no Castelo São Manoel (Petrópolis) e na cidade de Santana do Deserto (MG). Professor do CEFORTE - Petrópolis nas cadeiras de GEOGRAFIA BÍBLICA E HISTÓRIA ECLESIÁSTICA. BACHAREL em Teologia.<br /><br />* Pr. Jansen foi meu professor de Geografia Bíblica, um excelente carácter!Edu Neveshttp://www.blogger.com/profile/11711883315032577375noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-3047529378973729380.post-86552641935532381212008-06-23T21:04:00.000-07:002008-06-23T21:10:55.630-07:00Graça Preveniente – Uma Visão Wesleyana*************************************************************<br /><br />O campo comum sobre o qual nós como teólogos evangélicos opinamos é importante, e discutir na área de nossos acordos é de grande valor. Apesar de concordarmos que a Palavra de Deus é infalivelmente verdadeira, nossas mentes falhas muitas vezes viajam em caminhos divergentes na tentativa de alcançar a verdade. A comunhão cristã, então, é baseada mais no amor e no entendimento que na completa concordância em todas as doutrinas.<br /><br /><br />A discussão ocasional de algumas de nossas diferenças também se revela útil visto que recebemos um melhor entendimento uns dos outros. Conhecer e apreciar a visão do outro, sempre quando um não concordar com o outro, constrói o amor cristão e a comunhão no Espírito Santo. Esta é a razão para este artigo sobre a graça preveniente ter sido preparado. É esperado que este esforço traga um maior entendimento das diferentes ênfases em círculos Wesleyanos.<br /><br /><br />1. A graça preveniente é a graça comum ou universal. John Wesley usou a palavra “preveniente” que em seus dias significava “vir anteriormente.” Esta graça que vem antes da salvação é dada a todo o homem. Wesley escreveu:<br /><br /><br />Todas as bênçãos que Deus tem concedido ao homem são de Sua simples graça, doação ou favor; Seu favor gratuito imerecido; favor completamente imerecido; não tendo o homem direito à menor de Suas misericórdias. Esta é a graça gratuita que “formou o homem do pó da terra, e soprou nele uma alma vivente e imprimiu em sua alma a imagem de Deus, e pôs todas as coisas sob seus pés.” Esta mesma graça gratuita continua para nós nestes dias, vida, respiração e todas as coisas. Não existe nada que somos, tenhamos ou façamos que justifique a mínima coisa das mãos de Deus. “Todo nosso trabalho, Tu, ó Deus, tens feito em nós.” Estas, portanto, são tantos mais exemplos de gratuita misericórdia: qualquer integridade que possa ser achada no homem, isto também é dom de Deus.<br /><br /><br />A graça preveniente é revelada no providencial cuidado de Deus por todas as Suas criaturas. Paulo reconheceu isto quando disse: “porque nEle vivemos e nos movemos e temos existido” (At 17.28). O homem caído no pecado teria finalizado a graça providencial de Deus por ele se não existisse o gracioso plano de redenção. Agora, para o homem caído, aquela graça continua a fluir a fim de completar o divino propósito da redenção. Existe continuidade entre a graça providencial para todos e a graça que orienta para a salvação.<br /><br /><br />Para Wesley, a própria existência da humanidade era dependente da graça de Deus. Tivesse o castigo pela queda de Adão no pecado acontecido sem misericórdia, Adão teria morrido e a humanidade perecido com ele. Assim, a vida física propriamente dita e todas as bênçãos resultantes dela são um direto resultado desta graça. A graça de Deus está em todo homem, não no sentido de haver nascido com ele, mas de ser “infundida” nele. Ao ímpio é dado na mesma medida um conhecimento de Deus e uma consciência que carrega a indicação do certo e do errado. Wesley escreveu que o “primeiro sinal real do bem vem do alto tanto quanto o poder que o conduz até o fim.” É Deus quem “infunde todo bom desejo” e ainda o acompanha e o segue. Assim, um homem pode ser de um compassivo e benevolente espírito, ser amável, gentil, ter classe, fazer boas ações e sempre atender a igreja. Tudo de bom resulta da graça preveniente.<br /><br /><br />Esta graça contém todas as qualidades atribuídas à graça comum pelos Reformadores. O Dr. M. Eugene Osterhaven em seu excelente artigo sobre a “Graça Comum” descreve a obra geral da graça de uma maneira muito similar ao entendimento Wesleyano da graça preveniente. A graça comum, de acordo com o artigo, “restringe o pecado de forma que a ordem é mantida e a cultura e a integridade são promovidas.” Deus faz isto refreando o pecado na vida do indivíduo e da sociedade. “Deus por Sua providência reprime a teimosia de nossa natureza de manifestar-se em atos externos.” O Dr. Osterhaven vai mais além em salientar que a graça comum habilita o homem a fazer algo bom. Deus não tem desamparado completamente a humanidade, mas continua a lhe dar abundante evidência de Sua compaixão. O homem é habilitado a fazer certas coisas boas por causa da providência geral e benção de Deus em direção a todo homem.<br /><br /><br />Embora os ensinamentos da graça comum e da graça preveniente tenham muito em comum, a diferença essencial é vista no ponto onde a graça comum e a graça especial são entendidas pelos Calvinistas como essencialmente diferentes. Os Wesleyanos ensinam que a graça preveniente leva à graça salvadora, prepara para ela, habilita a pessoa a adentrar nela. A diferença entre as duas para os Wesleyanos seria em grau e não em tipo.<br /><br /><br />2. Ela é ministrada através do Espírito Santo. Freqüentemente a graça é vista como um favor imerecido de Deus, o que de fato é. Mas esta graça é também vista ser um poder operativo de Deus na vida dos homens. Por esta razão, existe uma relação fechada entre a atuação do Espírito Santo e a graça de Deus.<br /><br /><br />Um recente livro intitulado With the Holy Spirit and With Fire, de Samuel M. Shoemaker, enfatiza este aspecto da graça muito claramente. Dr. Shoemaker escreveu:<br /><br /><br />Eu penso nEle como o centro vagueante de toda a atividade de Deus no mundo. Ele é o Inspirador de toda a verdade – filosófica, científica, prática, tanto quanto a espiritual. Ele é o Criador de toda a beleza, seja ela canalizada através de instrumentos dignos ou não... Ele é o Autor de toda verdade em toda parte – é dEle o conhecer e o dispensar. Ele está em toda obra de misericórdia, em toda boa e gentil vida, em toda reconciliação entre pessoas ou grupos ofendidos, em toda elevação do espírito de pessoas postas à prova ou em sofrimento. Em tudo de bom que os homens parecem fazer, encontraremos uma mão invisível a agir em motivação a isto e dando graça para conduzir isto continuamente. No mais obscuro e pior dos homens, qualquer centelha de bondade subsistindo para ser tocada, ela é o Espírito Santo. Ele é mais penetrante que o éter. Ele é Deus em Sua total extensão, muito engenhoso e muito hábil nos mais vastos aspectos. Ele é Deus em Seu mais exato e íntimo aspecto. Em Sua própria gentil maneira, Ele está tomando a iniciativa conosco.<br /><br /><br />Se concordamos com o Sr. Shoemaker em toda a sua afirmação ou não, suas idéias são instrutivas. Antes que manter que o bem encontrado no homem à parte da salvação é uma bondade restante da queda do homem, o Arminianismo-Wesleyano sempre ensinou que Deus sobrenaturalmente restituiu a todos os homens uma porção do Seu Espírito Santo através da graça que flui do Calvário. O Dr. L. M. Starkey em seu estudo sobre a Teologia Wesleyana enfatiza o fato de que Wesley identificou a graça de Deus com o poder do Espírito Santo na vida humana. Qualquer bem achado no governo ou em qualquer pessoa seria um resultado da presença do Santo Espírito de Deus. Visto que Ele é o Espírito da verdade, então qualquer verdade que venha para a humanidade, até mesmo à parte do Cristianismo, é um resultado do Espírito Santo. De fato, algum conhecimento de Deus é infundido na mente dos homens pelo Espírito Santo. A própria existência da lei natural bem como sua aplicação, até mesmo pelos homens sem Deus, não pode ser separada da obra do Espírito Santo. Desta maneira, uma quantidade de graça é ministrada a todos os homens pelo Espírito Santo de Deus, tendo eles a Escritura ou não.<br /><br /><br />3. Ela leva à salvação. Embora os Wesleyanos possam consentir que tudo o que é afirmado para a graça comum pode também ser afirmado para a graça preveniente, todavia eles defendem que o propósito primário da graça preveniente não é restringir o pecado e dar bons desejos e bênçãos ao homem; esta graça é dada a fim de levar os homens ao arrependimento e à salvação. O propósito primário de Deus em permitir a existência da raça humana é trazer os homens à salvação. Wesley escreveu:<br /><br /><br />Por admitir que todas as almas dos homens estão mortas no pecado por natureza, isto não justifica ninguém, visto que não existe nenhum homem no estado de mera natureza; não existe nenhum homem, a não ser que tenha extinguido o Espírito, que esteja absolutamente vazio da graça de Deus. Nenhum homem vivo é inteiramente destituído do que é vulgarmente chamado de consciência natural. Mas isto não é natural: é mais apropriadamente chamado, graça preveniente. Todo homem tem uma maior ou menor quantidade desta, que não espera pelo convite do homem. Todos têm, cedo ou tarde, bons desejos; embora a maioria dos homens sufoque-os antes deles poderem enraizar-se ou produzir algum fruto considerável. Todos têm alguma quantidade dessa luz, algum fraco raio lampejante que, cedo ou tarde, mais ou menos, ilumina todo o homem que vem ao mundo. E todos, a não ser que ele seja um dos poucos cuja mente está cauterizada com ferro quente, sente mais ou menos incômodo quando age contrário à luz de sua própria consciência. De forma que ninguém peca porque não tem graça, mas porque não faz uso da graça que tem.<br /><br /><br />Wesley não teve dificuldade em descrever a queda do homem em termos bem sombrios. A queda corrompeu a natureza humana e tornou o homem completamente destituído de qualquer glória moral com que foi criado. Por natureza, o homem está completamente caído. O pecado original envolveu o homem em culpa e o expôs à ira de Deus. A ira de Deus descansou sobre a raça humana por causa do pecado de Adão. Por natureza, todos são filhos da ira. Mas enquanto Wesley viu este lado negro e escuro do homem, ele também viu essa graça preveniente dada a todo homem, e lançando fora a pena pelo pecado herdado de Adão.<br /><br /><br />Por causa da graça de Deus, nenhum homem será punido pelo pecado de Adão. A todo homem é dado um novo começo através da graça. John Fletcher insistiu que, por este dom gratuito a todo homem, Deus tem garantido incondicional perdão para o pecado original. Eldon Fuhrman afirma que, por este entendimento da justificação de todo homem pela graça de Deus, Wesley admitia a excessiva pecaminosidade do pecado original com seu completo castigo de um lado e, do outro lado, exaltava a obra expiatória de Cristo. “Isto o absolveu da fraqueza dos Semi-Pelagianos, que negavam a completa força do castigo; e também o salvou das extremas conclusões para a qual a liderança federal de Adão tinha sido levada.” Surgindo deste benefício da graça preveniente, existe a doutrina de que todas as crianças que morrem na infância são redimidas através da graça gratuita de Deus e todas as outras pessoas que são incapazes de fazer escolhas.<br /><br /><br />A salvação inicia com a graça preveniente e continua até a glorificação final. Wesley escreveu:<br /><br /><br />A salvação começa com aquilo que é geralmente chamado (e muito apropriadamente) de graça preveniente: incluindo o primeiro desejo de agradar a Deus, a primeira aurora de luz relativa à Sua vontade, e a primeira efêmera convicção de ter pecado contra Deus. Tudo isto implica alguma tendência em direção à vida; algum grau de salvação; o início da libertação de um cego e insensível coração, completamente inconsciente de Deus e das coisas de Deus. A salvação continua pela graça convincente, geralmente chamada na Escritura de arrependimento: que traz uma maior quantidade de conhecimento próprio, e uma mais completa entrega do coração de pedra. Depois experimentamos a própria salvação cristã; segundo a qual “pela graça” “somos salvos por meio da fé;” consistindo das sublimes ramificações, a justificação e a santificação.<br /><br /><br />Assim, a salvação do homem é dependente da resposta do homem, pela graça preveniente, à graça salvadora de Deus.<br /><br /><br />4. Ela proporciona responsabilidade pessoal. Apesar de algumas pessoas que dizem ser Wesleyanas mostrem-se Semi-Pelagianas, ninguém, com exatidão, pode acusar John Wesley de cair nesta categoria. Como já relatado, ele descreveu a queda do homem em termos muito negros. Por natureza, o homem não recebe nada que seja bom. De fato, ele é completamente inabilitado a fazer uma boa escolha de qualquer tipo através da natureza. Ele é livre, mas livre só para fazer o mal e a seguir no caminho do pecado. Da natureza ele não recebe nenhuma sugestão de bondade dentro de si mesmo. Não existe bom desejo que venha por meio do nascimento. Ele é totalmente depravado e totalmente inabilitado.<br /><br /><br />Contra esta negra figura, entretanto, Wesley então dá lugar à graça preveniente fluindo na vida de toda pessoa. É o poder do Espírito Santo de Deus erguendo esse indivíduo acima do que ele havia recebido por meio do nascimento e criando nele um início de vida que o guiará para a vida além, se ele responder a este. Neste sentido toda pessoa tem um grau de vida divina não herdada no nascimento.<br /><br /><br />Na prática, então, a verdadeira liberdade do homem vem pela graça. À parte da graça preveniente, o homem não poderia ter nenhuma liberdade, exceto liberdade para o mal. Não existiria nenhum poder nele mesmo para escolher o bem ou para até mesmo conhecer o bem. A graça preveniente providencia tanto o incentivo para seguir o bem, o conhecimento do bem e até mesmo o poder para escolher o bem.<br /><br /><br />É por esta razão que se pode atribuir ao homem o poder para fazer sua própria escolha no que diz respeito à salvação. O próprio poder para fazer esta escolha vem da graça de Deus. Com o poder de escolher a salvação vem também a oferta da graça salvadora. Mas o homem ainda é capaz de rejeitar a salvação oferecida a ele. A graça que é providenciada não é irresistível. O homem pode reagir à graça favoravelmente, segui-la e ser salvo ou ele pode rejeitá-la, colocar-se longe dela, e achar-se mais e mais escolhendo o mal de sua própria natureza. Desta maneira, o homem propositadamente peca em rejeitar a graça dada a ele, ou ele pode viver obediente pela graça que lhe foi dada.<br /><br /><br />Wesley não atribuiu ao homem um poder natural para fazer boas escolhas, nem ensinou que a escolha de uma salvação individual dependia completamente de Deus. O homem tem uma inabilidade total que é somada à gratuita graça de Deus. Ele faz uma escolha correta pela graça que Deus tem dado a ele. A habilidade para escolher é uma habilidade graciosa.<br /><br /><br />Com esta graça dada a ele, o homem pode cooperar com Deus. Wesley fixa a verdade “sem mim, nada podereis fazer” ao lado das palavras “posso todas as coisas em Cristo que me fortalece” (Fp 2.12, 13). Então, ele proclama “Aqui a maldição é dissolvida! A luz penetra, e as trevas desaparecem.” Deus uniu estes dois, e não deixa que ninguém os separe. Wesley descreveu a reação do homem a esta graça como segue:<br /><br /><br />Portanto nós podemos... concluir a absoluta necessidade desta reação da alma (ou como quer que se chame) a fim da continuação da vida divina nela. Pois claramente se percebe que Deus não continua a agir na alma a menos que a alma reaja a Ele. Deus nos guia, de fato, com as bênçãos da Sua bondade. Ele nos amou primeiro e manifestou-se a nós. Enquanto estamos, não obstante, muito distantes, Ele nos chama para si mesmo, e ilumina nossos corações. Mas se nós, então, não amarmos Aquele que nos amou primeiro; se não atendermos à Sua voz; se voltarmos nossos olhos para longe dEle e não atentarmos para a luz que Ele derramou em nós; Seu Espírito não lutará sempre: Ele gradualmente se retirará, e nos deixará às trevas de nossos próprios corações. Ele não continuará a soprar na nossa alma a menos que nossa alma respire em direção a Ele novamente; a menos que o nosso amor, e súplica, e graças voltem-se para Ele, como um sacrifício com o qual Ele se agrada bem.<br /><br /><br />Aqui está uma forma de sinergismo entendida no meio de um monergismo. Inicialmente Deus age e depois que sua ação começa, então é possível ao homem cooperar com Ele.<br /><br /><br />5. Ela preserva o sola gratia e o sola fide. O modo no qual o sola gratia é preservado pode agora ser visto. Visto que o homem nada podia fazer sobre sua própria salvação até mesmo no sentido de responder a ela, exceto através da graça que é inicialmente dada a ele por Deus, então, sua própria reação a essa graça é da graça. Embora a graça não seja a causa de sua correta reação, ela certamente é a razão pelo qual ele reage a Deus e se entrega à mais graça. Quando a salvação final é obtida, uma pessoa pode olhar para trás e dizer, “Foi a graça que me trouxe ao lar.” Tal graça dispensa toda idéia de algum mérito humano por qualquer ato que o homem tenha consumado, até mesmo sua ação de livre-escolha em crer para a salvação. Todo o mérito é através da graça de Deus, em Jesus Cristo, o nosso Senhor. Neste sentido é somente pela graça que o homem é salvo.<br /><br /><br />Ao mesmo tempo, a idéia do sola fide é preservada. A graça preveniente, na verdade, dá mais lugar ao sola fide do que pode ser encontrado nos decretos eternos. Wesley não pôde entender por que seus amigos Calvinistas acusaram-no de não ensinar o “pela fé somente.” Isto o incomodou consideravelmente até o dia que um súbito pensamento atravessou sua mente. Ele o expressou desta maneira:<br /><br /><br />Fiquei perplexo quando um pensamento cruzou minha mente como um tiro, o qual resolveu a questão de uma vez. Esta é a chave: aqueles que afirmam “todos estão absolutamente predestinados para salvação ou para perdição” não vêem nenhum meio-termo entre a salvação por obras e a salvação por decretos absolutos. Segue que, qualquer que nega a salvação por decretos absolutos, fazendo assim (de acordo com suas percepções) afirma a salvação por obras.<br /><br /><br />E nisto eu verdadeiramente acredito que eles estão certos. Tão adverso como uma vez estive ao pensamento, após mais consideração, eu admito que não há, não pode haver, nenhum meio-termo. A salvação é por decreto absoluto, ou é (num sentindo bíblico) por obras.<br /><br /><br />Wesley declarou que nenhum dos dois pode ser por fé, pois o “Decreto incondicional exclui tanto a fé quanto as obras.” Se a salvação é pelo decreto de Deus, então ela não pode ser pela fé como uma condição para a salvação. Os Wesleyanos acreditam que a graça preveniente capacita a pessoa a se arrepender e crer, e visto que o homem pode rejeitar ou aceitar mais graça, sua salvação é dependente de sua fé em Cristo, não de um decreto eterno, e esta fé é uma atividade humana.<br /><br /><br />Em conclusão, então, a graça preveniente não só restringe o pecado no homem, mas eleva todo homem ao ponto da salvação. Ele pode, por esta graça, escolher maior graça que o guiará para a salvação, ou ele pode rejeitar a graça. Assim, a salvação é “pela graça por meio da fé,” e todo o plano é dom de Deus.Edu Neveshttp://www.blogger.com/profile/11711883315032577375noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-3047529378973729380.post-77024326262144258622008-06-10T20:44:00.000-07:002008-06-10T20:55:22.904-07:00O SEGREDO NÃO CONFESSADO DE PAULO* * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * <br /><br />Espinho na carne e carne no Espinho! Que problemão! Será?<br /><br />Paulo disse que teve grandes visões e revelações espirituais—foi levado ao Paraíso e ouviu o que ninguém ouve e sabe contar—, e que por causa disso foi-lhe enviado da parte de Deus um mensageiro de Satanás para que o esbofeteasse, a fim de que o apóstolo não se ensoberbecesse com a grandeza das coisas que a ele estavam sendo reveladas.<br /><br />Pediu a Deus três vezes para ficar livre daquele “espinho na carne”. <br />O Senhor, todavia, não o removeu, tendo apenas dito a Paulo “a minha Graça te basta, porque o poder se aperfeiçoa na fraqueza”.<br /><br />Que espinho era esse?<br /><br />Muita gente boa já fez considerações sobre o assunto. O espinho de Paulo já foi sua conjuntivite crônica, já foi a perseguição dos judaizantes, já foi o ter que trabalhar a fim de sustentar seu ministério, já foi o estilo calamitoso e desassossegado de vida que o acometeu, já foi a sua não aceitação pela Igreja de Jerusalém, já foi muita coisa...<br /><br />No início da década de setenta, nos Estados Unidos, e depois na década de oitenta, no Brasil, o espinho de Paulo ganhou outro “diagnóstico”.<br /><br />Li e ouvi pessoas tentando convencer o público do contrário. No auge da Teologia da Prosperidade, com seus líderes anunciando uma era na qual a fé rehma curava tudo e que quem não ficasse curado era porque não cria, o espinho de Paulo deixou de ser associado a qualquer forma de doença ou debilidade física ou financeira. <br /><br />Paulo não podia mais ficar doente e só passava privações por deliberação própria. Gostava! Virara o super-homem de Friedrich Nietzsche. Nem o próprio Nietzsche acreditaria que Paulo se tornou o super-homem dos cristãos, superior ao super-homem de Zaratustra.<br /><br />O fato é que Paulo, agora, não tinha mais permissão para adoecer. Seria falta de fé. Afinal, como poderia ele curar se estava doente? <br /><br />Num mundo onde o poder é do homem, somente seres absolutamente sãos podem transmitir saúde. Afinal, o dom não é da Graça, mas uma virtude desenvolvida pelo super-homem.<br /><br />Assim, o espinho na carne de Paulo deixou de ser qualquer coisa anteriormente relacionada a ele, tornando-se, assim, qualquer coisa, menos uma doença física—psicológica ou afetiva, nem pensar!—, mas não foi identificado como nada objetivo. Apenas se sabia que Paulo tinha um “espinho na carne”, mas não devia ser tão “importante”, pois Deus não quis removê-lo...<br /><br />Até mesmo a afirmação apostólica de que o espinho tinha finalidades terapêuticas não foi mais levada em consideração. <br /><br />Paulo ensoberbecer? <br /><br />Jamais!—bradam os santos mais santos que Paulo.<br /><br />E, assim, vão desespinhando a Paulo por uma única razão: Para nós a Graça não basta e o poder não se aperfeiçoa na fraqueza!<br /><br />Essa “graça” só basta como confeito ao bolo de nossas próprias virtudes. <br /><br />Essa “nossa graça” não gera humildade e dependência ao Senhor, mas arrogância e autonomia em relação a Deus.<br /><br />Esse “poder” só se aperfeiçoa como status atribuído ao sucesso das virtudes da “fé” obstinada e que chega onde quer porque assim determina. <br /><br />Esse “poder” gera seres malévolos e essa “fé” pode até colocar o individuo onde ele quer, mas não o põe onde Deus deseja.<br /><br />Para que se entenda o que aconteceu a Paulo não se tem que saber o que aconteceu com ele—mas em sua vida interior. <br /><br />E para sabermos do que se trata, basta que olhemos para nós mesmos. Boa parte do tempo que se gasta tentando saber informações históricas sobre o “espinho histórico” de Paulo, rouba-nos o tempo da viagem para dentro de nós mesmos, onde o fenômeno se repete, ainda que exteriormente ele tenha outra cara, talvez diferente da de Paulo.<br /><br />Há três princípios que precisam ser entendidos a fim de que se compreenda acerca do que o apóstolo está falando.<br /><br />1. O princípio das polaridades: <br /><br />À toda virtude humana—se assim pudermos definir o que não nasce em nós, mas vem de Deus—corresponde um pólo desvirtuoso. <br />Assim, é a abundancia do pecado que faz superabundar a Graça. <br />Ou seja: é porque a mulher da noite escura havia se dado em muitos falsos amores—na vivencia de sua própria carência—, que agora ela ouve o elogio do Senhor dizendo que ela “muito ama”. <br />Tanto amor! <br /><br />Mas e o que havia dentro dela? <br /><br />Os produtos daquela mesma virtude já tinham tido cara de leviandade, promiscuidade e vagabundagem—para os expectadores, como o fariseu dono da casa. <br /><br />Desse modo, sempre que se vir grandes virtudes pode-se saber que existe o equivalente polar dentro do mesmo ser.<br /><br />Daí grandes “revelações” se fazerem acompanhar de “mensageiros de Satanás” a fim de equilibrar o bem em nós. <br /><br />Não há em nós equilíbrio nem para se viver o bem absoluto. <br /><br />Nada absoluto pode ser dado a um ser caído. <br /><br />Corrompe-o. <br /><br />Adoece-o. <br /><br />O faz cair da Graça. <br /><br />O único absoluto que não se corrompe num mundo caído é o Absoluto do amor de Deus. <br /><br />Afinal, esse é o mundo caído. E nele muitas vezes é do abismo que somos catapultados aos céus mais elevados na Graça!<br /><br />2. O principio da corruptibilidade de qualquer poder sem fraqueza: <br /><br />Todo poder num mundo caído, corrompe—quanto mais todo-poder! <br />Não apenas o poder político, econômico, intelectual e cultural corrompem e se tornam instrumentos de controle e soberania, mas até mesmo as virtudes do poder ético, da moral, da santidade e da própria sabedoria—quanto mais a revelação! <br /><br />Por isso é que todos os homens que manifestaram o poder de Deus na Bíblia tiveram que viver em fraqueza. <br /><br />Poder de Deus sem fraqueza gera o diabo no ser. Transforma o “Querubim da Guarda” no “Acusador dos Irmãos”. <br /><br />Para o bem da própria alma o ser tem que conhecer, sem poder realizar tudo o conhece; saber, sem atingir tudo o que discerniu; alcançar, sem poder dizer que chegou lá sozinho. <br /><br />É assim que tem que ser num mundo caído! <br /><br />3. O princípio da Graça só opera como Graça produtiva na fraqueza: <br /><br />Sem que a Graça se manifesta na fraqueza, não é e nem há Graça. Pois, nesse caso, a virtude humana e a gloria, é de quem pensa que conseguiu por conta própria. <br /><br />Para que a Graça cresça em nós nunca pode haver dúvida acerca de pelo menos duas coisas: a primeira é que “não vem de nós”; e segunda é que “não vem de nós para que ninguém se glorie”. <br /><br />Então alguém pergunta: Por que? <br /><br />Ora, digo eu: é que eu sou como eu sou e você é como você é! <br /><br />Você poderia se imaginar como um ser todo-poderoso e, ainda assim, essencialmente bom? <br /><br />Logo que algumas pequenas conquistas aparecem no horizonte mais banal—não importa se promoções ou se revelações—e o individuo já começa a mudar. <br /><br />Chega ao ponto em que a pessoa já fala de si mesma como se fosse uma “terceira pessoa”, um ente diferenciado dele—como se eu só me referisse aos meus gostos como “o pastor Caio gosta disso”—e que passa a ser tratado como o santo do próprio “santo”. <br /><br />É quando eu sou o santo de mim mesmo! <br /><br />Poder nas mãos do homem tem que se fazer exercer com espinho na carne. <br /><br />E Graça na vida humana tem que ser experimentada em fraqueza. <br /><br />Do contrário, o ser se converte em diabo.<br /><br />Assim, aprende-se que é melhor ter revelações e ainda assim ter que se conviver com o mensageiro de Satanás que nos esbofeteia, que ter apenas cogitação de poder humano e de sabedoria humana, sem qualquer espinho na carne!<br /><br />E pior: sem também ter a satisfação de ouvir Jesus dizer: “A minha Graça te basta, pois o poder se aperfeiçoa na fraqueza”. Não se tem que achar o espinho, ele nos acha!<br /><br />Não se tem que procurar a fraqueza, ela existe em nós!<br /><br />Não se tem nem que falar no assunto, ele tem voz própria!<br /><br />O segredo é aceitar o fato e não deixar de buscar conhecer todos os andares dos céus dos céus, sabendo que não é a minha virtude que me leva tão alto, mas a Graça que usou a minha fraqueza para revelar tanto, a quem antes de tudo já sabe que não tem do que se gloriar.<br /><br />O espinho na carne de Paulo interessa muito pouco saber qual era. Interessa mesmo é saber que ele tinha que estar lá.<br /><br />Rev.Caio Fabio<br /><br />Texto extraído de http://www.caiofabio.com/novo/caiofabio/Edu Neveshttp://www.blogger.com/profile/11711883315032577375noreply@blogger.com