sábado, 20 de junho de 2009

A Doutrina Bíblica da Santa Trindade



Só há um Deus

A doutrina bíblica da Santa Trindade repousa sobre este fundamento: “o SENHOR é Deus; nenhum outro há, senão ele” (Deuteronômio 4.35). “Eu sou o SENHOR, e não há outro; fora de mim não há Deus” (Isaías 45.5). O Novo Testamento não é menos explícito quando o Senhor Jesus cita, a partir de Deuteronômio: “Ouve, Israel, o SENHOR nosso Deus é o único Senhor” (Marcos 12.29). Paulo fala aos coríntios: “sabemos que o ídolo nada é no mundo, e que não há outro Deus, senão um só” (1 Coríntios 8.4). Ele afirma a mesma coisa a Timóteo: “Porque há um só Deus, e um só Mediador entre Deus e os homens, Jesus Cristo homem” (1 Timóteo 2.5).


O único Deus é “verdade e vivo”

Estas são exatamente as palavras da Santa Escritura. Jeremias diz: “Mas o SENHOR Deus é a verdade; ele mesmo é o Deus vivo” (Jeremias 10.10). Paulo lembra aos tessalonicenses que eles haviam se convertido dos ídolos “para servir o Deus vivo e verdadeiro” (1 Tessalonicenses 1.9).


Deus é eterno

As expressões “perpétuo” e “eterno”, que significam a mesma coisa quando relacionadas a Deus, são constantemente usadas pelos escritores sagrados quando falam do Todo-Poderoso. Moisés disse: “O Deus eterno é a tua habitação” (Deuteronômio 33.27). “...de eternidade a eternidade, tu és Deus” (Salmo 90.2). Isaías fala do “eterno Deus, o SENHOR, o Criador dos fins da terra” (Isaías 40.28). Paulo fala também do “Deus eterno” e do “Rei dos séculos, imortal...” (Romanos 16.26 e 1 Timóteo 1.17). Muitas outras passagens poderiam ser acrescentadas, mas estas já atestam a verdade completamente.


Deus não possui corpo, divisões ou paixões

O Senhor Jesus Cristo disse à mulher de Samaria: “Deus é Espírito” e, depois da ressurreição, disse aos discípulos: “um espírito não tem carne nem ossos” (João 4.24; Lucas 24.39). Deus é revelado na Bíblia como um Ser espiritual puro, presente em todo lugar, a todo e qualquer instante. “Porventura não encho eu os céus e a terra? diz o SENHOR” (Jeremias 23.24). Reconhecidamente, as Escrituras falam das mãos, dos ouvidos e dos olhos de Deus, e de Seu prazer, de Sua ira, de Seu amor, e de Sua aversão, mas esta é a linguagem condescendente a nosso conhecimento imperfeito. A fim de que entendamos alguma coisa de Seu ser e de Sua obra, Ele permite que os homens apliquem suas palavras humanas às coisas divinas. Assim, revela Seu ser divino ao nosso entendimento humano.


O poder de Deus é infinito

“Tua é, SENHOR, a magnificência, e o poder, e a honra, e a vitória, e a majestade; porque teu é tudo quanto há nos céus e na terra” (1 Crônicas 29.11). O Salvador divino diz: “a Deus tudo é possível”; e o anjo assegurou a Maria que “para Deus nada é impossível” (Mateus 19.26; Lucas 1.37). Esses e outros versículos revelam que Ele tem infinito poder.


A sabedoria de Deus é infinita

“Grande é o nosso Senhor, e de grande poder; o seu entendimento é infinito” (Salmo 147.5). A perfeição de Sua sabedoria é vista na obra da criação: “todas com sabedoria as fizeste” (Salmo 104.24). Seu conhecimento alcança tudo no passado e tudo que está por vir: “Conhecidas são a Deus, desde o princípio do mundo, todas as suas obras (Atos 15.18). “Todas as coisas estão nuas e patentes aos olhos daquele com quem temos de tratar” (Hebreus 4.13). “Ó profundidade das riquezas, tanto da sabedoria, como da ciência de Deus! Quão insondáveis são os seus juízos, e quão inescrutáveis os seus caminhos!” (Romanos 11.33).


A bondade de Deus é infinita

Ao olhar para o que havia criado, Ele viu que tudo “era muito bom” (Gênesis 1.31). “A terra está cheia da bondade do SENHOR” (Salmo 33.5). “... porque ele é bom; porque a sua benignidade dura para sempre” (Salmo 136.1). Os cristãos não precisam de provas quanto à bondade do Senhor além do conhecimento de Seu gracioso presente ao dar Seu eterno Filho para redimir seu povo e salvá-lo dos pecados. Esta é a bondade divina, verdadeiramente infinita e além de nossa compreensão.


Deus fez e preserva todas as coisas

“Porque em seis dias fez o SENHOR os céus e a terra, o mar e tudo que neles há” (Êxodo 20.11). “Porque nele foram criadas todas as coisas que há nos céus e na terra, visíveis e invisíveis” (Colossenses 1.16). Ele preserva: “... tu fizeste o céu... a terra e tudo quanto nela há... e tu os guardas com vida a todos” (Neemias 9.6). Todas essas declarações derivam da infalível Palavra de Deus, e sobre elas se firma a doutrina da Santa Trindade. Elas revelam a majestade e a glória do DEUS ÚNICO. As Escrituras mostram com igual clareza que o Filho é Deus e que o Espírito Santo é Deus, e que há uma Trindade de Pessoas na Unidade da Divindade.


A verdadeira Divindade do Senhor Jesus Cristo

Entre os enganos relacionados à Pessoa do Filho, há a noção de que Ele é Deus somente num sentido inferior, um ser criado, não o Deus “verdadeiro” e “real”, não co-igual e da mesma substância que o Pai. Alguns negam a divindade do Filho completamente, alguns negam que Ele tenha tido “duas naturezas perfeitas e completas: a divina e a humana”. Alguns declaram que na terra Ele era somente homem, e que após Sua ressurreição Ele era Deus somente. Alguns negam Sua humanidade perfeita e alguns, a Sua divindade perfeita. Entretanto, o Senhor Jesus Cristo é “Deus verdadeiro e eterno”. O Antigo Testamento fala do Messias nestes termos: “Cinge a espada no teu flanco, herói” (Salmo 45.3); “O teu trono, ó Deus, é eterno e perpétuo” (Salmo 45.6); “ele é teu Senhor; adora-o” (Salmo 45.11); “e se chamará o seu nome... Deus Forte” (Isaías 9.6); “este será o seu nome, com o qual Deus o chamará: O SENHOR JUSTIÇA NOSSA” (Jeremias 23.6); e Zacarias declara que Ele é “companheiro” (ou igual) do “SENHOR dos Exércitos” (Zacarias 13.7).


Ele exerce o poder e a sabedoria de Deus

Quando o Messias prometido estava na terra Ele mostrou, por Suas obras e pela Sua Palavra, que era verdadeiramente “Deus conosco” (Isaías 7.14; Mateus 1.23). Aquelas obras poderosas, que somente poderiam Ter sido feitas pelo “SENHOR Deus... que só ele faz maravilhas” (Salmo 72.18), Cristo realizou por Seu próprio poder e por Sua própria palavra. Ele curou o leproso, deu visão ao cego, levantou o que estava morto, acalmou a tempestade, tudo por Seu próprio poder. Se é alegado que os Apóstolos fizeram milagres, embora fossem somente homens, deve ser lembrado que seu poder derivava dEle, e eles sabiam disso.
Outra prova da divindade do Salvador é vista pelo Seu conhecimento dos corações dos homens. Salomão orou ao Deus Todo-Poderoso: “... porque só tu conheces o coração de todos os filhos dos homens” (1 Reis 8.39), e ainda lemos que Jesus percebeu os pensamentos dos corações dos homens (Lucas 9.47), que “... a todos conhecia e,,, bem sabia o que havia no homem” (João 2.24, 25). Nestas coisas, Jesus exerceu um poder que pertencia somente a Deus. Mais uma vez, quem pode perdoar pecados, senão Deus? Ele diz: “Eu, eu mesmo, sou o que apago as tuas transgressões” (Isaías 43.25), e o Senhor Jesus disse: “o Filho do homem tem na terra autoridade para perdoar pecados” (Mateus 9.6).


Ele é adorado como Deus

O Salvador disse: “está escrito: Ao Senhor teu Deus adorarás, e só a ele servirás” (Mateus 4.10), e ainda sem repreensão, permitiu que essa adoração fosse prestada a Si mesmo, ao declarar: “Para que todos honrem o Filho, como honram o Pai” (João 5.23). Lemos sobre um leproso, sobre um legislador, sobre os discípulos num barco, sobre uma mulher de Canaã e sobre um homem cego de nascença, todos eles vieram e adoraram Cristo. Após Sua ressurreição, Maria Madalena e outras mulheres “E elas, aproximando-se, abraçaram-lhe os pés e o adoraram” (Mateus 28.9). Tomé não foi censurado quando dirigiu-se a Ele como “Senhor meu, e Deus meu!” (João 20.28). Ele, que apropriadamente recebeu a adoração devida somente ao Senhor nosso Deus, devia ser verdadeiramente o Senhor nosso Deus.


Ele é declarado Deus

Como os discípulos se referiram ao Senhor ressurreto e elevado aos céus quando Ele enviou o Espírito da Verdade para guiá-los infalivelmente à verdade? João diz: “... o Verbo era Deus... E o Verbo se fez carne, e habitou entre nós, e vimos a sua glória” (João 1.1, 14). Em outra passagem, ele escreve: “... seu Filho Jesus Cristo. Este é o verdadeiro Deus e a vida eterna” (1 João 5.20). Paulo fala aos romanos que Cristo “é sobre todos, Deus bendito eternamente” (Romanos 9.5). Aos Colossenses, ele declara que “nele habita corporalmente toda a plenitude da divindade” (Colossenses 2.9). Para Timóteo, ele afirma que “Deus se manifestou em carne” (1 Timóteo 3.16). Na epístola para Tito, Paulo ainda escreve sobre Jesus como sendo o “grande Deus e nosso Salvador Jesus Cristo” (Tito 2.13). Pedro também fala dEle como “Deus e Salvador Jesus Cristo” (2 Pedro 1.1).
Na visão de Cristo em glória mostrada em Apocalipse, Cristo anuncia Sua presença ao apóstolo amado: “Eu sou o Alfa e o Ômega, o princípio e o fim, diz o Senhor, que é, e que era, e que há de vir, o Todo-Poderoso” (Apocalipse 1.8, 17; 21.6; 22.13). “Para que ao nome de Jesus se dobre todo o joelho dos que estão nos céus, e na terra, e debaixo da terra” (Filipenses 2.10). Todas as criaturas devem levantar uma única voz de adoração ao nosso Deus Salvador, dizendo: “Ao que está assentado sobre o trono e ao Cordeiro sejam dadas ações de graças, e honra, e glória, e poder para todo o sempre” (Apocalipse 5.13).


O Filho é Deus, e da mesma substância que o Pai

O próprio Senhor Jesus disse: “Eu e o Pai somos um” (João 10.30). Ele é o “unigênito do Pai, cheio de graça e de verdade” (João 1.14). “Ele é antes de todas as coisas” (Colossenses 1.17). Suas “saídas são desde os tempos antigos, desde os dias da eternidade” (Miquéias 5.2). Ele era o Verbo que estava “no princípio com Deus” e que “era Deus” (João 1.1, 2).

Ele tomou sobre Si a natureza humana

Jesus nasceu no mundo e cresceu “em sabedoria, e em estatura” (Lucas 2.52). Ele teve fome e sede, comeu e bebeu, sentiu fraqueza e fadiga, dor e tristeza, moveu-se de compaixão e lamentou a aflição daqueles a quem amava e a visão da ruína de Jerusalém. Ele era “em tudo... semelhante aos irmãos” (Hebreus 2.17) e, como eles “participam da carne e do sangue, também ele participou das mesmas coisas” (Hebreus 2.14). Ele tomou “a forma de servo, fazendo-se semelhante aos homens; e, achado na forma de homem, humilhou-se a si mesmo” (Filipenses 2.7, 8). A esse respeito, Ele é descrito como “homem aprovado por Deus” (Atos 2.22); “Porque há um só Deus, e um só Mediador entre Deus e os homens, Jesus Cristo homem” (1 Timóteo 2.5).
Em Sua natureza humana, Ele era completamente homem, nascido de uma mulher quando, no milagre da encarnação, Maria “deu à luz a seu filho primogênito” (Lucas 2.7). É igualmente verdade que Ele era enviado de Deus: “Mas, vindo a plenitude dos tempos, Deus enviou seu Filho, nascido de mulher, nascido sob a lei” (Gálatas 4.4).

A divindade e a humanidade estavam inseparavelmente unidas em uma única Pessoa

Não podemos entender essa misteriosa união, nem mesmo tentar explicá-la, mas sustentamos sua veracidade porque ela é claramente revelada na infalível Palavra de Deus. Como Deus, Ele podia dizer: “antes que Abraão existisse, eu sou” (João 8.58).; como homem, Ele era a semente de Abraão. Como Deus, era o Senhor de Davi; como homem, era filho de Davi (Mateus 22.43-45). Como Deus, pertenciam-Lhe todo poder e honra, tanto na terra como no céu; como homem, “ele mesmo está rodeado de fraqueza” (Hebreus 5.2). Como Deus, Ele era Senhor de todas as coisas pelo direito da criação, pois “sem ele nada do que foi feito se fez” (João 1.3); como homem, foi destituído de todos os bens terrenos e não tinha “onde reclinar a cabeça” (Mateus 8.20). Como Deus, tinha em Suas mãos as saídas da vida e da morte, e tinha poder para sacrificar Sua vida e poder para tomá-la de volta (João 10.18); como homem, “Foi levado como a ovelha para o matadouro; e, como está mudo o cordeiro diante do que o tosquia, Assim não abriu a sua boca” (Atos 8.32).
As naturezas divina e humana nunca se separaram. Mesmo depois de Sua ascensão, Ele Se mostra como o Único Mediador – “Jesus Cristo homem” (1 Timóteo 2.5). Paulo fala do Senhor assunto ao céu como futuro Juiz – “por meio do homem que [Deus] destinou” (Atos 17.31). As Escrituras, portanto, deixam claro que o Senhor Jesus Cristo, como quando na Terra, é e sempre será ambos: Deus e homem. Nele, embora sentado em Seu trono de glória, a natureza humana está, de maneira misteriosa, unida com a divina.

O Espírito Santo é manifestado como uma Pessoa

É indispensável, primeiramente, estabelecer este aspecto verdadeiro, de maneira que, depois, possa ser mostrado que essa Pessoa é divina e da mesma substância que o Pai e o Filho. Aqueles que negam a divindade do Espírito Santo, invariavelmente, negam Sua existência pessoal distinta.
Quando o Senhor estava prestes a deixar Seus discípulos, Ele lhes prometeu: “E eu rogarei ao Pai, e ele vos dará outro Consolador, para que fique convosco para sempre; o Espírito de verdade” (João 14.16-17). O “Consolador, o Espírito Santo, que o Pai enviará em meu nome, esse vos ensinará todas as coisas, e vos fará lembrar de tudo quanto vos tenho dito” (João 14.26). “Ele testificará de mim” (João 15.26). “Eu vo-lo enviarei” (João 16.7). “Ele vos guiará em toda a verdade... e vos anunciará o que há de vir. Ele me glorificará, porque há de receber do que é meu, e vo-lo há de anunciar” (João 16.13-14).
O próprio Senhor Jesus Cristo era uma Pessoa, e é claro que o “outro Consolador” também seria uma. As coisas que Jesus fala a respeito desse Consolador seria um tanto ininteligíveis se Este não fosse uma Pessoa. Ele deve ser uma Pessoa, pois é enviado, pois ensina, pois traz coisas à nossa lembrança e nos mostra as coisas relativas a Jesus. Estas são descrições das ações de uma Pessoa – ouvindo, recebendo, testificando, falando, reprovando, instruindo e guiando.


Testemunhos das epístolas de Paulo

Paulo nos fala que “... o Espírito ajuda as nossas fraquezas... [e] intercede por nós com gemidos inexprimíveis” (Romanos 8.26). Isto só é verdadeiro quando se fala de uma Pessoa que ajuda e intercede. “Porque a um pelo Espírito é dada a palavra da sabedoria; e a outro, pelo mesmo Espírito, a palavra da ciência... Mas um só e o mesmo Espírito opera todas estas coisas, repartindo particularmente a cada um como quer” (1 Coríntios 12.8-11). É inaceitável que um escritor inspirado usasse esse caráter de linguagem, atribuindo todas essas operações ao Espírito, se tal Espírito não fosse uma pessoa. Mais uma vez, o apóstolo admoesta-nos que não entristeçamos o Espírito de Deus. Tristeza não é um sentimento que possa ser atribuído a alguma coisa além de a uma pessoa. Portanto, o Espírito Santo é uma Pessoa, e isso é claramente definido pelas Santas Escrituras.

A consideração daquelas Escrituras que nomeiam o Espírito Santo conjuntamente com o Pai e o Filho conduzem à mesma conclusão. O mandamento é dado para que se batize no nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo. O Pai e o Filho são Pessoas e o mesmo é verdade para o Espírito Santo. O Senhor Jesus não ordenou a Seus discípulos que batizassem no nome de duas Pessoas e de uma influência abstrata. A bênção inspirada – “A graça do Senhor Jesus Cristo, e o amor de Deus, e a comunhão do Espírito Santo seja com todos vós” (2 Coríntios 13.14) – torna igualmente claro que tanto o Pai é uma Pessoa como o são o Filho e o Espírito Santo.


O Espírito Santo é igual ao Pai e ao Filho

O escritor aos hebreus expressivamente chama o Espírito Santo de “Espírito eterno” (Hebreus 9.14). Se alguma outra confirmação fosse necessária, poderia ser obtida das palavras a respeito do batismo no nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo. Como poderia o nome do Espírito Santo ser colocado ao lado dos nomes do Pai e do Filho, a menos que Ele, em verdade, fosse o “verdadeiro e eterno Deus”? Na administração da ordenança do batismo é concebível que o nome de um ser inferior seja colocado em igualidade perfeita com o do Pai Todo-Poderoso? As Escrituras revelam que não há outro Deus além dEle; Ele mesmo diz: “a minha glória, pois, a outrem não darei” (Isaías 42.8). A Pessoa cujo nome se mantém com o do Pai e do Filho é, Ela mesma, Deus, o Espírito Santo. A mesma coisa pode ser dita a respeito da bênção na qual Paulo invoca a graça e a bênção de Deus sobre os cristãos de Corinto: “A graça do Senhor Jesus Cristo, e o amor de Deus, e a comunhão do Espírito Santo seja com todos vós” ( 2 Coríntios 13.14). Seria uma blasfêmia introduzir em tal bênção o nome de alguém que não fosse das mesmas substância, majestade e glória que o Pai e o Filho.


A doutrina revelada no Antigo Testamento

A revelação dessa verdade é parte das mais primitivas revelações de Deus à humanidade. A palavra hebraica que traduz “Deus” é “Elohim” – um substantivo plural, sempre relacionado a adjetivos plurais e verbos que claramente denotam a pluralidade de Pessoas na Divindade (p.ex., Gênesis 20.13 – “fazendo-me Deus sair errante”, onde “Deus” e “fazendo-me” são plural; Josué 24.19 – “porquanto é Deus santo”, onde “Deus” e “santo” são plural). Para mostrar que a Divindade é contudo Única, o plural “Elohim” é sempre combinado a substantivos e pronomes singulares: “No princípio criou Deus...” – aqui, “Deus” é plural, enquanto “criou” é singular. O título pelo qual o Todo-Poderoso é designado, “o Senhor teu Deus” é, no hebraico, Jehovah Elohim, onde Jehovah é singular, indicando a unicidade da Divindade; e, Elohim, é plural, indicando a pluralidade das Pessoas nessa unidade. Deve-se lembrar que essas revelações foram feitas a um povo constantemente advertido contra o politeísmo das nações circundantes. É inconcebível que Moisés, escrevendo sob a inspiração do Espírito Santo, usasse palavras indicando uma pluralidade de Pessoas no Único Deus Eterno, sem que ele mesmo tivesse ficado irresistivelmente impressionado por essa misteriosa verdade e desejasse comunicá-la como parte essencial da revelação.


O Pai, o Filho e o Espírito Santo no livro de Isaías

Há alguns testemunhos muito claros em Isaías. “... vindo o inimigo como uma corrente de águas, o Espírito do SENHOR arvorará contra ele a sua bandeira. E virá um Redentor a Sião... diz o SENHOR” (Isaías 59.19-20). Quem é esse “Redentor”? “eu sou o SENHOR, o teu Salvador, e o teu Redentor, o Poderoso de Jacó” (Isaías 60.16). Aqui fala-se de três Pessoas Divinas: o Espírito do SENHOR, o Redentor – o Eterno Filho, que viria para Sião – e o SENHOR, que fala através do profeta. Em outro lugar, lemos: “e agora o Senhor DEUS me enviou a mim, e o seu Espírito” (Isaías 48.16). Um estudo do contexto mostra que o orador é o Messias, o Filho de Deus, e as três pessoas da Santa Trindade são claramente indicadas: o Senhor Deus (o Pai), o Santo Espírito e o Filho.

* Trinitarian Bible Society.